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Saiba porque é comum ter reações após a vacina da Covid-19; infectologista explica

Reações das vacinas da Covid-19 estão gerando diversos questionamentos sobre a vacinação

Reações à vacina são normais, variam de pessoa para pessoa e do tipo de vacina. Atualmente para combater a Covid-19, o Brasil produz quatro vacinas diferentes, de plataformas diferentes. A CoronaVac, que é de vírus vivo inativo, a Pfizer, com RNA mensageiro, e duas que usam de vetor viral, sendo as vacinas da Astrazeneca/Oxford e da Janssen, de dose única.

“As reações a vacina são relacionados a própria indução da imunização. Numa vacina, nós estamos ensinando o nosso organismo a produzir defesa e essa defesa pode vir com sintomas”, explicou Amaury Mielle, doutor e infectologista, em conversa com O Município Blumenau nesta segunda-feira, 28, no Blumenau Ao Vivo.

“Temos quatro vacinas e é óbvio que podemos ter eventos adversos diferentes em relação a elas”, conta o infectologista. Por exemplo, considerando o calendário normal de vacinação, os pais percebem que algumas crianças desenvolvem reações como febre, recusa da alimentação, entre outros fatores. “Esses são elementos transitórios, passageiros e que se resolvem de forma natural”, complementa. 

Esse é o caso das reações das vacinas da Covid-19, que duram em média um ou dois dias. Porém, o número de pessoas com reações fortes ainda é muito baixo em comparação com o número de pessoas que se vacinam todos os dias. Outras vacinas como a da Febre Amarela teve reações muito mais frequentes e sintomáticas do que de Covid–19. 

“É infinitamente melhor você desenvolver qualquer tipo de reação desconfortável por 24 horas do que ter o risco de pegar a covid e, pior, acabar sendo hospitalizado ou ir para a UTI”, comentou Mielle no ao vivo. 

“Não tive reação, estou imunizado?”

Esse é um questionamento feito por muitas pessoas após a onda de reclamações envolvendo os eventos adversos da Covid-19 e sim, você está imunizado. Segundo o infectologista Amaury Mielle, pessoas com reações a vacina são a minoria. “Não se mede imunização pelo evento adverso e sim pelos anticorpos formados”, confessa.

Outra questão, é os exames do tipo pós-vacinação, que não recomendados. Esses exames prometem “medir” os anticorpos contra o coronavírus, no entanto, não há nenhum exame que consegue fazer essa medição em comercialização até o momento. “Após três semanas da segunda dose, considere-se protegido pela porcentagem prometida pela vacina”, comenta Mielle. 

Realidade inédita na medicina

“Pela primeira vez estamos lidando com uma pandemia com vacinação e vamos tentar contê-la deste modo”, afirma o infectologista, ao considerar outras pandemias e epidemias que ocorreram no mundo. 

No entanto, a vacinação contra a Covid-19 em Blumenau, e no país na totalidade, porém, ainda está distante do ideal e de alcançar o seu verdadeiro potencial. O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil é a maior referência mundial quando se trata de vacinação em massa, o programa já erradicou ou manteve sob controle, diversas doenças, tudo isso com a vacinação em massa. 

Porém, os dados ainda não são animadores. Até a última quarta-feira, 23, dos 160 milhões de brasileiros que devem se vacinar contra a Covid-19, cerca de 100 milhões de brasileiros ainda não haviam recebido a primeira dose da vacina. Apenas 12%, variando em alguns estados, estão completamente imunizados. 

Em Blumenau, a vacinação foi aberta para as pessoas com 45 anos ou mais nesta terça-feira, 29. A ampliação da  faixa vacinal ajuda a cair de forma substancial a incidência de infecções nessas faixas etárias. Atualmente, a faixa etária que mais está se infectando é a de 30 a 55 anos, segundo o infectologista.

Serão necessários reforços?

Como exemplificado, as vacinações contra a Covid-19 ainda estão lentas. Considerando o avanço dela, iniciaremos o ano de 2022 com pessoas ainda não imunizadas, e é preciso entender que a Covid-19 não será extinta. “Teremos que aprender a lidar com o vírus, tendo infecções esporádicas como acontece com outros vírus”, explica Amaury Mielle. 

Segundo o infectologista é necessário se preparar para reforços, já que não tem estudos sobre quanto tempo essa prevenção durará. Uma terceira dose, provavelmente, terá que ser feita para os grupos de risco como pessoas com mais de 60 anos, pessoas com comorbidades e outros grupos.


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