Saiba quais as principais propostas de Jorge Boeira ao governo de SC

Candidato afirmou ser uma alternativa aos políticos de carreira no estado

O quarto candidato ao governo do estado de Santa Catarina a dar entrevista ao grupo O Município – devido à ordem alfabética de nomes utilizados na urna – é Jorge Boeira, do PDT. Ele falou sobre educação, segurança pública, economia, infraestrutura viária e sobre sua primeira candidatura a economia no estado de Santa Catarina.

Ele também critica políticos de carreira e fala que o PDT pode ser uma alternativa aos nomes mais conhecidos para o governo do estado

Confira a entrevista na íntegra:

1. Qual sua avaliação da educação no estado e qual proposta para melhora-lá?

Péssima. A proposta é investir nas pessoas, investir nas escolas, investir nos professores. Ter escola em tempo integral, ter escola que abrace e apoie nossas crianças, nossos jovens, nossos adolescentes. Que garanta uma renda cidadã para que os jovens do ensino médio possam permanecer na escola, principalmente aqueles que têm mais dificuldades financeiras. Queremos criar para ele a perspectiva de realizar o sonho de fazer a faculdade, fazendo o curso que ele sonhou um dia.

Nosso principal investimento é na educação. Eu sou o resultado da educação. Venho de família simples. Perdi meu pai com 12 anos, minha mãe viúva terminou de criar quatro filhos vendendo pastelzinho e docinho na rodoviária. Eu ajudava minha mãe. Depois, aos 20 anos, virei professor na escola técnica federal de SC, enquanto cursava engenharia mecânica. Tudo que conquistei na vida foi através da educação e formação profissional. Comecei como microempresário e hoje temos uma empresa com mais de mil funcionários.

2. Segurança pública: Os índices em 2021 melhoraram muito em SC. Os casos de mortes violentas, roubos e furtos foram os menores da série histórica, desde 2008, segundo dados do Colegiado de Segurança Pública de SC. Mas o que fazer para melhorar ainda mais esses dados? Qual proposta para a segurança pública de SC?

R: Tá caindo no Brasil inteiro. Caiu no Paraná também. Caiu a média do Brasil. E por que? Não é por conta do governo do estado. Na verdade, o crime organizado se organizou mais. Eles não se matam mais entre eles. E temos mudanças demográficas também. Quem mais morre? O jovem e o negro. E hoje temos menos jovens também. Não é uma ação do governo do estado.

É bem verdade que temos uma Polícia Militar que é exemplo pro país, principalmente depois do acesso das mulheres nos batalhões. E uma Polícia Civil, que evidentemente faz o seu trabalho bem feito de investigação e inteligência. Mas o que eu quero com a segurança pública é a proteção do cidadão. Principalmente aqueles que moram em bairros mais periféricos, que ficam à mercê do crime organizado e das milícias. Evidentemente, que nesse primeiro momento temos que ter um efetivo maior, gastar mais em segurança pública.

Mas hoje em nossos presídios já tem uma lotação de 30% a mais do que o possível. Nós vamos gastar dinheiro todo fazendo presídio e depois não vai sobrar dinheiro pra fazer escola. Mas se não fizer escola, o dinheiro vai acabar. Então, o caminho para resolver a segurança pública é a educação.

3. Economia catarinense é destaque. Mas vemos muitas empresas deixarem o Estado. Qual proposta para fazer o caminho contrário?

R: Qualificação profissional. E quando falo qualificação profissional não é mão de obra braçal, os movimentos com as mãos, é com inteligência. É isso que o estado precisa fazer. O empresário catarinense é extremamente criativo. Da porta da fabrica pra dentro, ele já deu a contribuição, e é claro que o estado precisa cumprir o seu papel, que é a redução de custos de logística, que passa por recuperação e novas, pela criação de canais de escoamento.

SC está perdendo a condição de um estado pujante porque os governos anteriores, e não só um, têm sido lenientes, frouxos, não têm tido a capacidade de ter agilidade para resolver esses assuntos.

4. PDT é mais ligado à esquerda. Mas qual a diferença entre vocês e a “frente de esquerda” e por que esse eleitor deve escolhê-los e não a chapa que tem Décio Lima como candidato?

R: Sob hipótese alguma vou dizer pro eleitor não votar em Décio Lima. O eleitor é livre e ele fará a escolha. Mas o PDT na verdade traz um perfil diferente dos outros candidatos. Todos os outros ou são políticos de carreira ou seguem carreira pública.

Eu não, sou por engenheiro mecânico, venho do chão de fábrica, minha vida é discutir com os trabalhadores, minha vida é desenvolvendo produto como todo catarinense. Não sou diferente da história de nenhum catarinense. Sou um cidadão que tem experiência na vida pública, fui durante quatro mandatos de deputado federal, e tenho experiência na vida profissional.

5. Qual o maior problema do estado e qual sua proposta para resolvê-lo?

R: Os maiores problemas são esses já citados: educação, logística, e os problemas de proteção à saúde das pessoas, mas esse acho que é o mais fácil de resolver. Mas sobre cada um, primeiro temos que recuperar nossa malha viária. Na empresa, a gente quando não faz manutenção preventiva, paga cinco vezes mais que a preventiva.

E qual nosso problema? O Estado não fez e hoje vai de R$ 7 a R$ 8 bilhões para recuperar as estradas. Na educação, nós já conversamos bastante, é o investimento pesado. E a saúde, é o tema da fila das cirurgias e exames, que temos que investir nisso. Mas de onde vou tirar o dinheiro? Do Duodécimo.

Hoje, 21,88% da receita vai pros poderes: R$ 2,1 bilhões vai para o Tribunal de Justiça; R$ 1 bilhão vai para a Assembleia Legislativa; R$ 900 milhões para o Ministério Público; R$ 500 milhões para a Udesc; e R$ 370 milhões para o Tribunal de Contas do Estado. É preciso um governo forte para rediscutir esses valores. E eu sou ele. Rediscutindo, consigo R$ 1 bilhão, e é daí que sai o dinheiro.

Quer outra fonte de recurso? O orçamento do estado para esse ano é de R$ 47 bilhões. Mas R$ 15 bilhões o governo não vai receber, por conta da renúncia fiscal, do incentivo fiscal. E nenhum catarinense sabe para onde vai isso. Hoje, 80% desses recursos vão para 2% das empresas, apenas as grandes, enquanto de 70% a 80% dos empregos gerados são por micro e pequenos empresários. Nós queremos rediscutir essa distribuição de isenção fiscal e é isso que iremos fazer.

6. Plano 1000. Plano municipalista, milionário e que aprovou obras em toda Santa Catarina. Qual a sua avaliação sobre e, pretende continuar com ele?

R: Não tenho dúvida que vou dar continuidade. A pior obra é a obra parada, é a obra pela metade. Vamos dar continuidade em todas as obras que foram assumidas com a sociedade catarinense.

7. Blumenau tem grande parte de suas rodovias estaduais com infraestrutura simples e necessidade de diversos reparos paliativos ao longo do ano, apesar de registrar cada vez mais aumento no fluxo de veículos. Qual sua estratégia para que a cidade e a região possam desenvolver e estruturar as vias estaduais?

R: Isso já é questão de gestão, de quem já está lá dentro. Mas é preciso fazer análise de cada caso, o que precisa ser somente recuperado, o que precisa ser ampliado, e em cada caso você vai agir conforme determinação técnica. Agora, dentro da lógica do nosso eixo central, que é desenvolvimento econômico, evidentemente nós precisamos de infraestrutura, de logística e velocidade de transporte, por isso, está dentro dos nossos objetivos.

8. No último levantamento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), alunos de Blumenau não atingiram nota mínima na educação pública estadual. Qual será sua atuação para melhoria da qualidade da educação das escolas estaduais e elevação destas notas?

R: Foi o que discutimos anteriormente. É com forte Investimento na educação. O nível caiu muito nos últimos anos, também por causa da pandemia. Mas nossa maior riqueza é o catarinense, o cérebro do catarinense. Nosso estado vende muito valor agregado. E nao tem como você desenvolver ciência e tecnologia com aluno que sai do 2º grau sabendo somente 6% do conteúdo suficiente.

O estado tem que dar uma atenção de imediato a esse assunto. E eu não vou terceirizar três assuntos: educação, saúde e infraestrutura. O responsável por esses temas será o governador. Embora tenhamos secretários, eu irei acompanhar especificamente esses três temas de perto.

Não existe estado ou país no mundo que não tenha se desenvolvido sem investimento na educação. Aliás, esse foi meu maior propósito quando deputado e não será diferente como governador.

9. Você garante a continuidade e a fiscalização da SC-108 em seu mandato?

R: Não tenha dúvida. A região do Vale do Itajaí é uma das regiões que mais dá retornos de impostos para o estado, assim como a região norte, onde está Joinville, Araquari, e outros municípios. Então, precisa ter retorno de acordo com aquilo que oferece ao Estado. Assumo compromisso! é desenvolvimento econômico. Sou de Criciúma e sei da importância que foi a Via-Expressa para o município. Sei da importância como de uma Via-Expressa e o quanto deixa a cidade mais ágil.

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