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Salas vazias na rua XV: o que dizem representantes do comércio de Blumenau e as soluções para atrair empreendedores

Atualmente, a via possui 373 comércios

A situação dos imóveis comerciais desocupados e salas vazias tem sido motivo de preocupação para empresários da região da rua XV de Novembro, no Centro de Blumenau. O cenário de lojas e salas comerciais vazias tem chamado a atenção e levantado questionamentos sobre a saúde do comércio local.

A rua XV, conhecida por sua movimentação intensa e diversidade de estabelecimentos, tem enfrentado uma realidade desafiadora. Diversas lojas térreas, que tradicionalmente são as mais procuradas, enfrentam dificuldades em atrair inquilinos, e até mesmo as salas comerciais em prédios têm permanecido desocupadas por longos períodos.

Tadeu Avi, vice-presidente do Sindicato da Habitação de Blumenau e região (Secovi), aponta que, embora exista demanda por espaços comerciais, a instabilidade política e econômica é um fator decisivo para a desistência de novos empreendimentos.

Salas vazias: cenário pós-pandemia e home office

Além disso, o cenário da pandemia trouxe incertezas e desafios adicionais, afetando o fluxo de consumidores e o funcionamento de diversos negócios. Com a pandemia, também cresceram as vendas on-line e o home office no Brasil.

Segundo Eduardo Soares, o Duca, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, o home office teve um impacto significativo nessa situação. A redução da circulação de pessoas no Centro da cidade devido ao novo modelo de trabalho resultou em menos consumo nos comércios próximos.

“Por exemplo, no horário de almoço muitos colaboradores saem para almoçar e aproveitam para fazer compras no comércio próximo. Com o home office isso tende a diminuir, o que impacta também em restaurantes e lojas”, comenta o presidente.

Duca também mencionou que as empresas estão gradualmente trazendo os funcionários de volta ao trabalho presencial nos escritórios, o que está gerando movimento para todos os setores, incluindo lojas, restaurantes e outros comércios variados. Ele ressaltou a importância de manter o centro mais dinâmico, com maior circulação não apenas para trabalho, mas também para convivência e entretenimento.

A conservação precária dos imóveis foi mencionada por Tadeu, vice-presidente do Secovi, como um dos problemas que afetam a atração de inquilinos. A falta de investimentos em restauração e em melhorias estéticas tem desencorajado possíveis locatários, comprometendo o valor dos espaços comerciais disponíveis.

“É fundamental que os proprietários invistam na manutenção e na valorização dos imóveis. Uma vitrine atraente e bem cuidada é essencial para atrair clientes e impulsionar os negócios locais”, avalia Tadeu.

Sugestão e mudanças

Uma das sugestões apresentadas por Duca é a transformação de salas comerciais em lofts, proporcionando moradia para pessoas que desejam viver perto de tudo, o que poderia trazer uma nova finalidade aos espaços vazios.

Nas últimas semanas, a CDL conversou com o Poder Executivo sobre os casos dos aluguéis. “A prefeitura vislumbra a revitalização da iluminação da rua XV de Novembro e trazer lojas âncoras para o centro, visando o turismo de compras”, comentou Duca.

O presidente da CDL, porém, ressalta que Blumenau tem um grande desafio de mudança. “O lojista precisa mudar sua cultura e manter as lojas abertas para receber os clientes aos finais de semana”, finaliza.

Salas vazias no Centro, mas cheias nos bairros

Outro fator para a queda do poder da rua XV de Novembro é o crescimento do comércio de bairros em Blumenau, nos últimos anos.

Fora do Centro, os bairros que mais possuem comércios são os bairros Itoupava Norte, Itoupava Central, Velha, Salto do Norte e Água Verde. Os dados são da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo (Sedec).

Segundo as informações do Sedec, atualmente são 1.441 comércios no Centro de Blumenau. Desses, são 373 na rua XV de Novembro.

Veja o gráfico dos comércios por bairro


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