SC tem um óbito por Covid a cada 35 minutos em 2021

Alta nas mortes é atribuída à nova variante do Coronavírus que tem circulado no Estado

Entre 1º de janeiro de 2021 e 10 de março, o Estado de Santa Catarina registrou pelo menos 2.904 óbitos decorrentes da Covid-19. Isso significa uma morte a cada 34,8 minutos. As autoridades de saúde ainda tentam compreender os motivos da explosão de óbitos, mas a hipótese principal é de que a variante P1 do coronavírus circulou livremente entre janeiro e fevereiro.

Com os contágios, o Estado bateu recordes de mortes neste sábado, 13, que atingiu 125 óbitos em um único dia. Em 6 de março, foi o de número de casos ativos, com 39.017 pacientes infectados ao mesmo tempo. Para piorar, mais de 350 catarinenses estão sem leito de UTI.

“Essa alta transmissibilidade é muito similar a um padrão epidemiológico identificado na região Norte do país no início do ano e coincidiu com a identificação de uma nova variante, uma variante brasileira chamada P1 cuja característica principal é a alta transmissibilidade”, afirma o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Eduardo Macário.

Segundo ele, as pessoas identificadas com a variante apresentam carga viral mais alta nas vias aéreas superiores em relação ao vírus original, o que faz com que se dissipe mais facilmente numa tosse ou espirro, por exemplo.

Recentemente a SES intensificou os esforços para identificar a ocorrência de variantes do coronavírus. No início de março, o Estado já tinha a confirmação de oito casos importados, ou seja, pessoas que viajaram ou tiveram contato com alguém que visitou outros estados.

No último dia 4 de março, houve a confirmação de casos autóctones, com contaminação dentro de Santa Catarina. Oficialmente, são 21 casos confirmados da P1, mas, na prática, são muito mais.

A chegada da variante pode ter provocado aumento da letalidade. Em 2020, a taxa foi de 1,07% no Estado, a menor do país. No acumulado de 2021, subiu para 1,5%. Apesar disso, a Secretaria vê outro problema. “Não é que os casos são mais graves e letais, mas tem um número maior de casos ativos, mais pessoas procurando o serviço de saúde. […] No ano passado tivemos um grande número de casos em todo o Estado, mas não na mesma velocidade e intensidade que estamos vivendo agora”, diz Macário.

Há vários registros de doentes mais jovens e com registro de presença em festas e aglomerações, de acordo com o superintendente. Foi com base nessas informações que o Estado resolveu decretar medidas restritivas nas madrugadas e finais de semana e não ao comércio em geral. A eficácia dos decretos, segundo membros do governo, só será sentida nas próximas semanas.

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