Secretária de Educação de Blumenau fala sobre planejamento para retorno de aulas presenciais
Equipe formada por representantes de diversas instituições de ensino da cidade estão preparando Plano de Contingência
Nesta sexta-feira, 9, a secretária de Educação de Blumenau, Patricia Lueders conversou com o jornal O Município Blumenau, no programa Blumenau Ao Vivo, sobre as expectativas para retorno às aulas presenciais na cidade e o planejamento que tem sido feito.
Confira abaixo alguns destaques da entrevista. Se preferir, assista à entrevista completa.
Plano de Contingência
Patricia já inicia dizendo que não há data definida para o retorno às aulas presenciais das escolas municipais. Ela explica que a razão é que, apesar da matriz de risco do município estar no nível alto, o que significa que as aulas podem retornar, para que esse retorno ocorra é preciso que seja feito um plano de contingência do município, trazendo todas as orientações quanto a cuidados e prevenção ao Covid-19. A secretária aponta que cada escola já tem seu próprio protocolo de retorno pronto, mas que, de acordo com o que foi estabelecido pelo Estado, ainda é preciso o Plano de Contingência.
Segundo Patricia, Blumenau está finalizando seu plano de contingência de cidade. São mais de 30 instituições que contam com representantes na equipe que está elaborando o plano, desde representantes da rede privada, rede privada da educação infantil, universidades, sistema S (Senai, Sesi, Senac…), até Sintraseb e Sinte. É esta equipe que vai aprovar se a escola está apta ou não para abrir.
Mesmo quando ocorrer o retorno, nenhum estudante será obrigado a ir às aulas presenciais. Ela esclarece que as aulas que serão computadas para o currículo do município são as da plataforma. Continua valendo o que está na plataforma, tanto online, como no material físico retirado nas escolas semanalmente. Nenhum estudante será prejudicado com faltas em aulas presenciais. “Esse retorno é apenas para as famílias que desejarem que os seus filhos retornem”. Ela diz ainda que o calendário escolar municipal está previsto para terminar em 18 de dezembro.
Pesquisa para retorno
A secretária explica que foi realizada uma pesquisa com os anos finais do ensino fundamental, entre as famílias com estudantes do 6º ao 9º, que finaliza nesta sexta-feira, e os resultados oficiais devem ser divulgados na próxima semana. Ela adianta que os resultados preliminares mostram que 70% não querem voltar e 30% desejam voltar. Como a portaria libera também o retorno de creches e anos iniciais, foi lançada mais uma pesquisa nesta quinta-feira, dia 8, dessa vez, entre as famílias com crianças em creches e ano iniciais.
Escolas particulares
Segundo a secretaria, as escolas privadas terão autonomia para gerir o seu retorno, desde que seguindo as orientações do Estado. Como o estado exige a aprovação do plano de contingência, estas instituições também devem ter seus protocolos de retorno aprovados pela equipe que está criando o plano.
Professores
Ela explica que nenhum professor será obrigado a retornar a sala de aula. Se for necessário, haverá a contratação de mais professores para atender as demandas da plataforma e sala de aula.
Patricia aproveita para parabenizar os profissionais da educação, pelos seus esforços durante este período. “Eu digo que os profissionais da educação foram heróis, os profissionais da saúde por estar na linha de frente, mas você professor, coordenador, diretor, tem surpreendido a cada dia. Nós estamos fazendo o possível e o impossível, todos estão trabalhando e trabalhando muito, colocando da sua residência, fazendo um cantinho, fazendo uma sala de aula, é o filho que filma, é o marido que ajuda, é usando a sua própria tecnologia, é usando a sua própria internet”, diz.
Segundo a secretária, de um total de 36.324 estudantes, há uma evasão de 1,4%, aqueles que não estão realizando as atividades da plataforma. Um dos motivos que atribui ao número baixo é o comprometimento e a qualidade dos materiais que os professores têm preparado para os alunos.
Ela explica que está sendo feito um trabalho quinzenal socioemocional com os professores, como uma forma de auxiliar durante este momento, mesmo que de forma digital. ”Nós estamos com estudantes com automutilação, com tentativa de suicídio, professor com tentativa de suicídio, tivemos perdas também”.