Sem realizar eventos, Apae Blumenau se desdobra para pagar contas durante pandemia

Instituição sempre dependeu de eventos que não estão sendo realizados

A Apae de Blumenau tem uma estrutura invejável para diversas instituições do país. O espaço construído conta com cerca de 6,3 mil metros quadrados, contendo campo de futebol, parquinho, piscinas com raias, várias salas de aula, salas específicas para fisioterapia, frota de ônibus, ampla cozinha, refeitório e muito mais.

Jotaan Silva/O Município Blumenau

A instituição abriga em torno de 450 alunos que são atendidos por cerca de 50 professores. Eles são pagos pela Fundação Catarinense de Educação Especial. Porém, para manter toda a estrutura e cuidar ainda mais dos alunos, a Apae Blumenau dispõe de outros 50 funcionários.

Entre eles estão médicos, psicólogos, pedagogos fonoaudiólogos, fisioterapeutas, além de zeladores, motoristas e etc. E os salários destes funcionários são pagos pela Apae Blumenau, com recursos próprios, que também são utilizados para custear a manutenção da entidade, além das contas mensais.

Jotaan Silva/O Município Blumenau

Para conseguir bancar tudo isso, a entidade possui convênios com os governos municipal, estadual e federal. Segundo o presidente da Apae Blumenau, Gilson Jorge da Silva, os valores mensais giram em torno de R$ 200 mil.

“Acontece que a gente tem um déficit mensal de em média R$ 40 e R$ 50 mil, porque nossa despesa mensal gira em torno de R$ 240 a R$ 250 mil”, explicou Gilson.

Devido ao déficit mensal, a Apae realiza diversos eventos e campanhas durante o ano que complementam a renda. Esses recursos acabam sendo guardados também para o fim do ano, porque segundo Gilson, nos últimos meses do ano, os governos normalmente atrasam os repasses, e é esse dinheiro reserva que acaba salvando.

Para se ter uma noção da importância das campanhas que são realizadas durante o ano, só o pedágio rende em torno de R$ 100 mil. No ano passado, eles tiveram que improvisar e fazer o evento de forma on-line, no qual arrecadaram cerca de R$ 25 mil.

Além disso, também foram cancelados outros eventos que rendiam muitos recursos a entidade, como por exemplo a Feira da Amizade e a tradicional pastelada.

“Como estamos sem nossos eventos, por enquanto a gente está usando a nossa reserva e estamos conseguindo pagar as contas. Mas nosso medo é o fim do ano, quando a gente sabe que vai ter atraso dos repasses do governo e a gente não terá mais esse dinheiro guardado”, relata o presidente.

Para fugir dessa possibilidade a diretoria já está organizando mais um pedágio on-line, e também um rifa, que deve ter como prêmio um automóvel e diversos eletrodomésticos.

Atendimento aos alunos

Além da crise financeira, a pandemia também mudou e muito a relação da Apae com os alunos. As aulas presenciais foram canceladas, devido ao grande risco de contaminação e dificuldade para o entendimento das crianças em relação as orientações de prevenção.

Diante disto, os alunos estão sendo acompanhados pelos professores por meio de video-chamadas ou WhatsApp. Porém, são as famílias que estão responsáveis pela evolução dos alunos.

“Houve uma proximidade muito grande entre os professores, as famílias e os alunos. Nesse quesito foi melhor pra gente, porque com os professores acompanhando e orientando, os pais estão fazendo em casa o que eles faziam aqui, ou seja, está se tornando uma rotina, eles estão aprendendo ainda mais”, explicou Patrícia dos Santos Osika, diretora da escola da Apae.

Nesse momento, os alunos continuam frequentando a Apae, mas em horários marcados e para consultas com médicos, fisioterapia, e tratamentos individuais. O retorno dos alunos a sala de aula normal, só deve acontecer após a vacinação de todos eles e dos profissionais.


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