Às vésperas da chegada do Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, lembrado neste domingo, dia 1 de maio, faço uma reflexão sobre uma situação que está avançando em alguns países pelo mundo: reduzir a jornada de trabalho semanal para quatro dias.
Alguns países já testaram ou estão testando a semana reduzida. É o caso de Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Nova Zelândia, Dinamarca, Suécia e Islândia. A Islândia, aliás, foi a primeira a testar a dinâmica, isso ainda entre 2015 e 2019. As jornadas foram reduzidas de 40 horas para 35 ou 36 horas, com a manutenção da mesma remuneração.
O resultado por lá foi avaliado como positivo, uma vez que o bem-estar dos funcionários melhorou e os processos de trabalho foram otimizados. Ou seja, a produtividade que era a grande preocupação foi atingida, ou até superada. Finalizada a fase de testes, atualmente, cerca de 86% dos trabalhadores de lá têm direito a uma semana de quatro dias.
Assim, são quatro dias de trabalho, três de descanso, mais tempo com a família! E tudo isso com o mesmo salário! E o que você acha? Será que aqui no Brasil esta dinâmica daria certo? Temos o perfil de cumprir metas mais rápido e nos permitir um descanso maior?
Aqui eu destaco pelo menos um case brasileiro. A startup Zee.Dog tem 200 funcionários no Brasil, com escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo. Outros 50 colaboradores estão em filiais na China e Espanha. A empresa tem oito anos e atua no mercado de produtos para bichinhos de estimação. Eles implantaram a redução de jornada e já confirmaram o aumento da produtividade, otimização e objetividade da equipe na reuniões. Ou seja, foco no trabalho.
É talvez isso que muitas vezes falta em nossos times: objetividade, foco. Perdemos muito tempo em assuntos que não necessariamente estão ligados ao nosso trabalho e chegamos no final do dia nos sentindo exaustos. Mas o sentimento pode ser por falta de foco.
Se tivéssemos uma semana de quatro dias de trabalho será que mudaria alguma coisa? Nossas reuniões não seriam mais produtivas? Nossa produtividade poderia melhorar? Nossa qualidade de vida e saúde mental seriam afetadas positivamente? Teríamos mais tempo com a família e consequentemente estaríamos mais felizes?
Tem também o outro lado da moeda: será que todos os setores poderiam aderir às quatro horas? Hospitais, restaurantes, setor de serviço em geral, será que se adaptariam? Será que precisaria contratar mais pessoal, gerando mais postos de trabalho?
É uma reflexão que faço. Chegando ao Dia do Trabalhador vale a pena pensarmos naquilo que alguns países já estão adotando ou pelo menos, testando. O que tenho certeza é que, se não mexer no salário, muitos trabalhadores iriam gostar de reduzir a jornada de trabalho. É ou não é?
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