A proposta de Carlos Moisés em colocar dinheiro do estado na duplicação da BR 470 gera polêmica no meio político
No dia 27 de janeiro, em Brasília, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), propôs para o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, injetar recursos do estado para acelerar as obras da duplicação da BR 470 entre as cidades de Navegantes e Blumenau, no Vale do Itajaí.
Moisés disse que o modelo para injetar recursos do governo estadual na obra ainda está sendo estudado, mas que terá que contar com a participação dos deputados federais e senadores catarinenses nessa questão. A ideia inicial é o governo estadual injetar recursos em um dos lotes, através de convênio, enquanto o governo federal focaria em outro lote, fazendo com que haja uma agilidade maior para o término dessa obra naquela região.
A justificativa do governador é que esse trecho é muito importante para o desenvolvimento e o escoamento da produção no estado, pois é uma rodovia que liga o Vale do Itajaí aos portos de Itajaí e Navegantes. O ministro viu a proposta com bons olhos, mas a classe política catarinense se dividiu, pois tem o grupo que apoia a proposta do governador e outro grupo que diz que o governo de Santa Catarina tem que focar na recuperação das rodovias estaduais que estão em estado precário.
Um dos primeiros a apoiar Carlos Moisés publicamente foi o deputado estadual Ricardo Alba (PSL), que junto com o Secretário de Infraestrutura de Santa Catarina, Tiago Vieira, afirmaram que não será retirado dinheiro nenhum das rodovias estaduais, pois a verba para essas estradas estão asseguradas. Tarcísio informou que os R$ 100 milhões que poderão ser colocados na BR 470 virá do saneamento que o estado fez em suas contas nos últimos dois anos e com isso tem capacidade financeira para viabilizar esse investimento.
Alba disse que “a ajuda do Governo do Estado trará para o Médio Vale do Itajaí mais segurança, menos mortes, mais desenvolvimento econômico, mais desenvolvimento social com emprego e renda para as pessoas da região”.
Mas o deputado estadual Ivan Naatz (PL) não concorda com a atitude do governador Moisés, pois segundo ele, “todo mundo vai a Brasília pedir dinheiro. O nosso governador vai oferecer. Para cada R$ 100 que mandamos para lá, volta R$ 18. Não faz isso, cuida das nossas estradas e deixa que as federais eles cuidem”. Naatz disse também que “cumprimos o dever de casa, somos penalizados e ainda temos que colocar dinheiro estadual em cima de obra federal?”.
O deputado federal Hélio Costa (Republicanos) também não concorda que o estado de Santa Catarina coloque dinheiro para acelerar as obras da BR 470. Segundo ele “o estado tem que priorizar as obras nas rodovias estaduais. Rodovia federal é obra para o Governo Federal”.
Mas o também deputado federal Gilson Marques (Novo) vê com bons olhos a proposta do governador e não concorda com seus amigos de bancada que acham que essa obra não pode ser tocada pelo governo de Santa Catarina. “Se o estado vai entrar sem reduzir o que a União está pagando, acelerar as obras é uma ótima notícia. Depois que se busque mais recursos de volta ao estado. Acredito que os deputados contrários não gostaram da medida por perderem protagonismo e menos dinheiro para distribuir para os amigos”, finalizou.
O fato é que a nossa região precisa que a duplicação da BR 470 termine o mais rápido possível, pois muito dinheiro, muitos empregos e muitas vidas ficaram pela rodovia pelo atraso dessa obra que já deveria ter terminado lá em 2014.
Mas o assunto é polêmico e a população tem que participar dessa discussão, pois a imensa maioria dos moradores do Vale do Itajaí passa por ali e muitos até dependem dela para trabalhar. Então catarinense, não se omita, pois é nessa hora que o eleitor tem que deixar claro para aquele político que você votou em 2018 o que você quer e deseja que seja feito.
Não é por falta de oportunidade ou de meio de comunicação que você não irá expressar a sua vontade, pois se a coisa não acontecer do jeito que você gostaria, terá que aceitar o que os outros escolheram para você.