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Benefícios da máquina pública chegam somente aos privilegiados, mas conta é dividida por todos

Estou vendo muitos políticos se gavando que não usa isso, não usa aquilo, que economiza mais que o seu nobre colega de parlamento e que a partir de agora tudo vai mudar. Essa conta, porém, sempre chega para a população, e nós não vemos essa economia ser revertida em benefícios para todos.

O assunto do momento no Brasil é o valor gasto pelo governo federal com leite condensado. O presidente Jair Bolsonaro já informou que, na live desta quinta-feira, 28, vai provar que a ex-presidente Dilma Rousseff gastou mais em leite condensado do que ele.

A questão não é quem gastou mais com leite condensado, ou comprou cachaça de R$ 1 mil, ou gastou milhões em camarões. A questão é sim o discernimento de um político eleito para qualquer cargo de ter a consciência que não somente deve abrir mão de privilégios, mas todos, sem exceção, devem ser obrigados a não mais receber tantas regalias e penduricalhos a ponto de levar boa parte da arrecadação somente para custear o que não pode mais ser custeado com o trabalho de toda uma população.

Quantos vereadores de Blumenau iriam receber um salário de pouco mais de R$ 10 mil, com carro, celular, plano de saúde, escritório montado com tudo pago, cursos pagos, viagens paga e tudo mais que a lei lhe permite se estivessem trabalhando na iniciativa privada?

A mesma pergunta se faz para deputados estaduais, federais e senadores, onde as vantagens são infinitamente maiores. Essa pandemia tem que servir não só para mostrar que precisamos ter mais cuidado com a saúde, mas também precisamos ter muito mais cuidado com o dinheiro público, que em diversas ocasiões são desviados para beneficiar amigos, parentes, correligionários e todos que possam ajudar futuramente numa reeleição.

Não só o Brasil, mas o mundo não suporta mais ver presidentes, ministros, reis, príncipes, legisladores e juízes recebendo salários astronômicos, todos mantidos com o dinheiro de impostos que a gente pensa que voltarão em obras, em saneamento, em escola, em universidade, em tratamento de água, em lazer e tudo que a constituição nos dá por direito, mas que na verdade caem num ralo e chega somente para um pequeno grupo que se acha no direito de usar simplesmente porque a lei os protege.

Sugiro para os sete vereadores de Blumenau que abdicaram de regalias da Câmara a mudarem o regimento interno e até fazerem um projeto de lei, se necessário, para tirar de vez todos esses extras, que eles dizem ser imoral e inadequado, dos 15 vereadores de Blumenau.

Se fizerem isso, poderemos ter um efeito em cascata e outras Câmaras de Vereadores poderão ser pressionadas a fazerem o mesmo e a partir daí essa atitude pode até chegar às Assembleias, no Congresso e até no Planalto e com isso não pararíamos um país inteiro só para saber quem gastou mais com leite condensado.

Não há mais espaço para gastos babilônicos e regalias que não tem nenhum sentido. Os políticos e seus partidários não são mais importantes que ninguém e quando a população se der conta disso, vai começar a exigir o que realmente tem direito e vai parar de brigar nas redes sociais com pessoas que você nem conhece por causa da direita ou da esquerda.

É isso que eles realmente querem, pois enquanto você perde tempo os defendendo, esquece de reivindicar aquilo que eles não querem te dar.

Pense nisso, eles não vão pagar suas contas no fim do mês.


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