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Após formação do tribunal misto, Moisés começa a jogar para o alto denúncias de governos anteriores

Além da carta de apoio ao governador, assinada por membros de primeiro e segundo escalão do governo, Carlos Moisés também resolveu trazer à tona supostas irregularidades que aconteciam em governos anteriores ao seu.

Na entrevista que deu para a revista Veja, publicada no último dia 15, o governador Moisés disse que quando assumiu, em janeiro de 2019, o governo do estado pagava R$ 980 mil em telefonia e que renegociou o valor e conseguiu baixar para R$ 250 mil por mês. Já num contrato de compra de oxigênio para uso medicinal, Moisés disse que o seu governo comprou o mesmo volume de outros governos pela metade do preço.

Ele fala também que a sua administração estabeleceu o pregão eletrônico e, com essas e outras ações, acabou mexendo com muitos interesses, deixando pessoas que se serviam do governo há anos desconfortáveis, desmontando algumas estruturas de governo usadas por grupos de empresários que tinham “relacionamentos espúrios” com a administração pública. Para ele, essa é a grande motivação para que grupos políticos, que se serviram do estado há muito tempo, queiram tirá-los do comando do governo do estado.

O fato é que, mesmo o primeiro pedido de impeachment estando agora nas mãos de cinco deputados estaduais e cinco procuradores do estado, é muito difícil que Moisés e Daniela se salvem. A pressão é muito forte e ainda há outros processos de impeachment esperando parecer da Procuradoria da Alesc, que dependendo da decisão do processo que já está em andamento, os demais serão aceitos e abertos dentro da Assembleia até que os deputados consigam ter êxito.

Mas se Carlos Moisés e Daniela Reinehr conseguirem escapar de todo esse fogo cruzado, em 2022 serão os nomes mais fortes para continuarem no comando do governo a partir de 2023.

Nomes para o tribunal misto

Na quarta-feira, 23, foram escolhidos os dez nomes que irão compor o Tribunal Misto que vai decidir sobre o afastamento ou não de Moisés e Daniela no primeiro processo de impeachment, que tem o rito mais adiantado.

Na Alesc foram eleitos os deputados Luiz Fernando Vampiro (MDB), Maurício Eskudlark (PL), Sargento Lima (PSL), Kennedy Nunes (PSD) e Laércio Schuster (PSB). Na votação de admissibilidade do processo de impeachment, que aconteceu no dia 17 deste mês, todos votaram contra o governador e a vice-governadora.

Já no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, os 5 membros que comporão a comissão foram escolhidos por sorteio e completarão essa lista os desembargadores Rubens Schulz, Claudia Lambert de Faria, Sérgio Antônio Rizelo, Carlos Alberto Civinski e Luiz Felipe siegert Schuch.

Na terça-feira, 22, já tinham sido escolhidos os deputados estaduais que integrarão a comissão especial que vai analisar o segundo pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido).

Farão parte desse colegiado os deputados Ana Campagnolo (PSL), Marcius Machado (PL), Fabiano da Luz (PT), Kennedy Nunes (PSD), Paulinha (PDT), Nazareno Martins (PSB), Sergio Motta (Republicanos), Ada de Luca (MDB) e Valdir Cobalchini (MDB).

Com a aprovação, o deputado Júlio Garcia (PSD), presidente da Assembleia, já determinou que os membros da comissão se reúnam até esta quinta-feira elegerem o presidente, o vice e relator.

Esse segundo pedido de impeachment foi apresentado no dia 10 de agosto por 16 pessoas, entre elas o advogado Leonardo Borchardt, e conforme a denúncia, Moisés teria cometido crime de responsabilidade em vários episódios, entre eles a compra dos 200 respiradores que foram pagos e não foram entregues, ao prestar informações falsas à CPI dos Respiradores, no processo de contratação do hospital de campanha de Itajaí e em não adotar procedimentos administrativos contra os ex-secretários Helton Zeferino e Douglas Borba nessas situações. Já Daniela, segundo o pedido de impeachment, teria cometido crime ao se omitir no caso da compra dos respiradores.

Esse processo segue o mesmo rito do primeiro, sendo criada a comissão que irá produzir um relatório para ser aprovado ou não pelos 40 deputados estaduais em plenário.


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