Caroline de Toni, que teve sigilo bancário quebrado, diz estranhar nomeação de Alexandre de Moraes para seu caso
Depois de saber que a Procuradoria Geral da República, por meio do ministro Alexandre de Moraes, pediu sua quebra de sigilo bancário por conta das investigações de financiamento das manifestações antidemocráticas, segundo o próprio ministro, Caroline de Toni (PSL) disse que não tem nada a esconder ou a temer, pois não há nenhum fato ou qualquer fundamento jurídico que a justifique.
“Não tenho mais dúvida de que estamos vivendo num estado de exceção. Minha opinião, se é que posso ter uma, a ordem democrática foi rompida. Parte-se de um inquérito ilegal para calar a direita. Se se pode quebrar sigilo e imunidade dos parlamentares, o que não farão aos cidadãos comuns?”
A deputada catarinense disse também que vai constituir advogado para saber sobre esse inquérito, mas que está surpresa porque, como as autoridades vão ver, é uma decisão totalmente imotivada e entende que não há nenhum pressuposto jurídico, quanto mais fático, que justifique essa quebra de sigilo.
“O que estamos vendo, lastimavelmente, é que um poder está tentando se prevalecer sobre os demais poderes”.
De Toni quer saber se foi respeitado o princípio do juiz natural, que determina que todo procedimento deve ser sorteado, pois ela considera muito estranho que novamente o relator desse novo inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, seja o mesmo do inquérito anterior.
“As regras do devido processo legal, do contraditório, o direito a ampla defesa e o princípio do juiz natural não foram respeitados no primeiro inquérito, então quem garante que será respeitado nesse?”.
A deputada disse que não tem absolutamente nada a esconder e justamente por ter uma “vida transparente e correta”, fica surpresa de estar sendo citada por apenas ter usado o “direito de livremente se manifestar e acompanhar as manifestações”.