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“Com exoneração de chefe da Casa Civil, Moisés pode estar decretando início do fim de seu governo”

Nesta sexta-feira 26, pela noite, o governador Carlos Moisés exonerou o chefe da Casa Civil, Amandio João da Silva Junior, que na próxima semana também deve ser ouvido pela CPI dos respiradores da Alesc.

A informação veio por meio de uma nota enviada pelo setor de comunicação do governo do estado, que diz que Amandio, fora do governo, “pode melhor prestar seus esclarecimentos pessoais perante as autoridades constituídas em relação aos fatos relacionados à sua atividade profissional desenvolvida na iniciativa privada”.

O governador agradece na nota ao trabalho e o emprenho de Amandio , e mais nenhuma explicação é dada pela demissão do secretário que assumiu a Casa Civil há pouco mais de um mês, depois da saída de Douglas Borba do mesmo cargo.

Sandro Yuri Pinheiro, que ocupava o cargo de assessor especial da Casa Civil, também foi exonerado. Tanto ele quanto o ex-secretário Amandio aparecem numa conversa de vídeo, no dia 22 de abril, com Samuel de Brito Rodovalho, investigado pelo Ministério Público de Santa Catarina por suposto envolvimento na compra dos respiradores da empresa Veigamed.

Amandio havia emitido nota sobre a chamada de vídeo e disse que essa conversa aconteceu antes de ele assumir a pasta da Casa Civil. Se tratava de uma reunião do seu trabalho na iniciativa privada para apresentação de um projeto de Drive Thru para testes de Covid-19 na cidade de Florianópolis, que foi apresentada também para a ACIF (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis) e outras entidades empresariais da capital sem a presença dele.

O fato é que a exoneração de Amandio e Sandro da Casa Civil – derrubados por um print de tela – fez com que o governador Carlos Moisés não só deixe no ar que pode haver um motivo maior, como também pode estar dando um tiro no próprio pé e decretando o início do fim do seu governo.

Amandio era visto por toda a equipe como o grande organizador e mentor da nova fase do governo, que estava abrindo conversas com a Alesc. Ele deu uma cara mais técnica ao colegiado com a vinda de pessoas ligadas à classe empresarial e fez o próprio Moisés sair da Casa da Agronômica e começar a visitar os municípios. Amandio mudou a comunicação do governo do estado e ampliou a conversa com entidades em toda Santa Catarina.

Especificamente sobre o Vale do Itajaí, o blumenauense Ricardo Stodieck, que assumiu o cargo de secretário adjunto na Secretaria de Desenvolvimento Econômico a convite de Amandio, disse que para ele nada muda. Continuará com o seu trabalho em Florianópolis.

Declaração de Amandio

Amandio disse que foi pouco tempo que permaneceu no governo, mas houve muita intensidade, tendo sido muito verdadeiro. Disse que não buscou o protagonismo, mas a principal intenção sempre foi montar um time de qualidade com o que já existia.

Ele entende que não deva seguir por um caminho de tanta exposição  em que há, o tempo todo, a tentativa de macular reputações. Amandio disse que não foge dos seus compromissos e não teme nada, pois sempre agiu com lisura, antes, durante e depois da passagem pelo governo de Santa Catarina.

Segundo ele, sua saída não tem nada a ver com o depoimento na CPI dos respiradores, que deve acontecer na próxima semana, mas sim da preservação e o apelo da família, que nesse momento, são mais importantes.

Disse que até as instituições sérias que já assumiu anteriormente foram atacadas injustamente somente por interesses políticos e pelo cargo que exercia na Casa Civil, “e isso eu não posso aceitar”, declarou.

Falou que tem respeito pelo governador Moisés, pelos colegas com quem trabalhou no governo e todas as instituições com quem manteve contato, mas que quer honrar os filhos, a mulher e a mãe, que nesse momento passa por um momento delicado. Ele voltará para a iniciativa privada, como fazia antes.


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