CPI dos respiradores tem acareação com mais do mesmo
“Um processo que começa errado, termina errado”. Essa foi uma das últimas frases de Douglas Borba, ex-chefe da Casa Civil, nas suas considerações finais. Douglas falou também que nem Helton Zeferino, ex-secretário de saúde, e nem Márcia Pauli, ex-superintendente da secretaria de saúde do estado, quiseram errar.
Depois dessas últimas três semanas, onde houve o depoimento dos três principais atores dessa compra dos 200 respiradores e esta terça-feira, 9, com a acareação dos mesmos, fico com a impressão que tudo ocorreu por muita falta de preparo para assumir cargos de tanta importância e de ter um chefe maior com pouco ou nenhum traquejo para comandar um estado como Santa Catarina.
Ficou evidente na fala de Douglas, Helton e Márcia que todo o primeiro escalão do governo do estado estava apavorado com a pandemia do coronavírus e que muitas informações coletadas pelo setor de compilação de dados da Secretaria da Saúde e da Defesa Civil sobre a pandemia acabou trazendo mais desespero para o governo, a ponto de espertalhões implantarem o caos no setor de compras do governo e conseguirem arrancar R$ 33 milhões sem sequer dar garantias da entrega, sem que fosse checado os antecedentes da empresa e sem efetivamente entregar os 200 respiradores.
Talvez a Polícia Civil ou o poder judiciário possam trazer a tona alguma outra novidade do que se viu na CPI dos Respiradores da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, pois tudo que foi apresentado nessas últimas três semanas na Alesc, veio exatamente do trabalho da Deic e do Ministério Público.
A CPI da Assembléia conseguiu ficar horas e horas fazendo os mesmos questionamentos e obtendo as mesmas respostas, principalmente no depoimento e acareação de Márcia Pauli, Helton Zeferino e Douglas Borba. Agora querem trazer o governador Carlos Moisés, se é que ele irá, para saber dele o que todo mundo já sabe.
Acho que essa CPI acabou ontem, com a fala de Douglas Borba resumindo o relatório final que os membros da CPI devem trazer para a sociedade.
Com tudo que se viu e ouviu na Assembléia, não se pode afirmar que o culpado foi esse ou aquele e que tudo não passou de um grande erro de membros de um governo despreparado e cheio de contradições.
E é essa a conclusão, ou será que não?