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Deputado Kennedy Nunes diz que governador mentiu e que vai tirá-lo do cargo

No fim da manhã deste sábado, 18, o deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) enviou para a coluna um vídeo que mostra a cronologia de datas que, segundo ele, comprovam que o governador Carlos Moisés soube da compra dos 200 respiradores, que foram pagos R$ 33 milhões e acabaram não sendo entregues pela empresa Veigamed, bem antes do dia 20, data descrita por Moisés na resposta das perguntas enviada pela CPI dos respiradores da Alesc a ele.

Kennedy mostra uma série de depoimentos onde há contradição de datas, mas segundo um documento assinado pelo governador, ele já tinha conhecimento da compra porque o governo acabou fazendo uma consulta ao Tribunal de Contas do Estado sobre da possibilidade de pagamento antecipado.

Veja descrição da cronologia:

No dia 25 de março Samuel Rodovalho manda mensagem para o empresário joinvilense Rafael Wekerlin pedindo uma “comissão” de R$ 3 milhões na compra dos 200 respiradores.

Na live do governo do dia 26 de março o ex-secretário da saúde, Helton Zeferino, diz buscar na China respiradores para o governo.

A ex-superintendente da Secretaria da Saúde, Márcia Pauli, diz que o governador soube da compra dos aparelhos no dia 27 de março.

O ex-secretário de Saúde, Helton Zeferino, disse que informou o governador Moisés sobre o assunto no dia 15 de abril.

Já o ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba, disse que o governador soube de todo o processo somente no dia 22 de abril.

Numa entrevista coletiva no dia 22 de junho e na resposta do questionário da CPI dos respiradores, o governador Moisés disse que soube do caso dos respiradores somente no dia 20 de abril.

Mas na live de 29 de abril, o governador Moisés disse que ficou sabendo do imbróglio da compra dos respiradores somente quando saiu a matéria no site do The Intercept Brasil, no dia 28 de abril.

Com isso, já há a contradição que o próprio governador fez, dizendo saber do caso em duas datas diferentes, segundo Kennedy Nunes.

Mas numa carta assinada pelo governador e enviada para o presidente do Tribunal de Contas do Estado no dia 2 de abril, o governo faz uma consulta para ver da possibilidade de realizar um pagamento antecipado para empresas nacionais e internacionais, sendo respondido pelo TCSC, no dia 3 de abril, que não era possível. O problema é que, mas mesmo antes dessa consulta, o governo do estado de Santa Catarina já tinha feito o pagamento antecipado para a Veigamed no dia 1º de abril.

No dia 31 de março, às 16h22, um dia antes do pagamento à Veigamed, o governo protocolou na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina um projeto de lei que autorizava o poder executivo estadual a antecipar pagamentos de produtos e serviços contratados para o enfrentamento da Covid-19, mas este projeto acabou sendo retirado pelo governo no mesmo dia e sequer acabou sendo analisado pelos deputados.

Depois de todas essas informações mostradas no vídeo pelo deputado Kennedy Nunes, ele afirma que o governador já sabia de todo o processo de compra dos 200 respiradores e também do pagamento antecipado de R$ 33 milhões desde o dia 1º de março, data em que a Veigamed recebeu o dinheiro para comprar os aparelhos na China.

O que diz o governador

Depois de ver o vídeo, busquei a versão do governador Carlos Moisés da Silva que enviou, através da sua assessora, a seguinte resposta:

Em relação às respostas prestadas pelo Senhor Governador do Estado à CPI, informa-se que na coletiva do dia 29/4/2020, o Senhor Governador reportava-se aos fatos mencionados na matéria do site THE INTERCEPT, com data de 28/4/2020, na qual foram noticiados fatos além daqueles levados ao conhecimento do Senhor Governador do Estado no dia 22/4/2020 (não entrega dos ventiladores pulmonares no prazo contratual e realização de pagamento antecipado). No que diz respeito ao Projeto de Lei, o próprio Governador do Estado faz referência ao seu envio à Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina na resposta dirigida aos membros da CPI. Por fim, o encaminhamento do Ofício ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina somente reforça a veracidade das informações prestadas pelo Senhor Governador do Estado de Santa Catarina. Reforça-se a premissa deste Governo de ampla transparência de suas ações.

“6 – O assunto pagamento antecipado estava sendo debatido pela Procuradoria-Geral do Estado e pela Secretaria de Estado da Administração, culminando com a propositura de Projeto de Lei perante a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, para devida regulamentação da matéria. Particularmente, nunca determinei ou orientei a realização de pagamento antecipado, somente tomando ciência da sua efetiva prática na reunião do dia 22/4/2020, referida no item anterior.”