Mesmo sem um time competitivo, Blumenau tem projetos viáveis para ter um estádio de futebol
Neste início de ano muito se falou sobre a construção de um estádio municipal em Blumenau por conta do Metropolitano ser obrigado a jogar em Ibirama porque não consegue pagar o aluguel do Sesi e não há outra alternativa na cidade.
Uma das alternativas que surgiram lá pelos anos de 2007 e 2008 foi a ampliação do estádio do Sesi, e um dos participantes desse projeto foi o professor da Furb e arquiteto Alfredo Lindner Jr. Segundo seu Alfredo “este projeto foi conseqüência de um contrato do Sesi com o meu escritório A+C Arquitetura, que ainda existe. O presidente da FIESC, que assinou o contrato e o incentivou, foi o saudoso Alcantaro Corrêa, discípulo do também saudoso e incompreendido líder Bernardo Wolfgang Werner, idealizador do Centro Esportivo do Sesi, exemplo nacional de arrojo e empreendedorismo. Viajamos em 2008 para a Alemanha, Inglaterra e China e em 10 dias visitamos os 13 melhores estádios do mundo na ocasião. Sabemos de cor e salteado as normas e recomendações da FIFA sobre estádios, aceitas e seguidas em todo o mundo. Convido-o e a qualquer pessoa interessada a mostrar e explicar o Projeto de Arquitetura, 100% concluído e pago e que somente não saiu do papel devido a inveja e ciúme de algumas figuras importantes da cidade”.
Se o projeto tivesse sido feito, o complexo do Sesi se chamaria Estádio Esportivo e Multifuncional do Sesi, e poderia ser usado não somente para o futebol, mas também para outros eventos que poderiam alavancar o turismo esportivo em Blumenau.
Lindner também explica que “o planejamento do estádio prevê um aumento de 4.000 lugares hoje para 15.000 lugares e que caberia muito bem em Blumenau. Como o projeto não foi feito apenas para jogar futebol, mas para eventos, shows e convenções, seria provável que depois da etapa de 15 mil lugares, fosse ampliado para 30 mil. Numa última e hipotética etapa, daqui a uma ou duas décadas, poderia ser ampliado para 40 mil lugares. A construção deste estádio é a opção mais simples e econômica de trazer de volta o futebol à Blumenau, mas parece que as “elites” locais não o querem, ou permitem”, finalizou.
Recebi também do arquiteto Lucas Moraes o projeto do Complexo Futebolístico do Vale do Itajaí, que seria construído em um terreno próximo da BR-470, na região norte de Blumenau. Esse projeto serviu como trabalho de conclusão de curso dele e tem três fases para o término da obra que, no total, levaria 25 anos para que o projeto todo fosse feito.
A primeira fase seria a da montagem da estrutura, tendo apenas as arquibancadas nas laterais do campo nos mesmos moldes do estádio do Sesi. A segunda fase já prevê o fechamento de todo o anel em volta de campo e já daria ao complexo uma cara de Arena. A terceira fase se levantaria mais alguns andares de arquibancada, camarotes e estacionamento e se fecharia toda a parte de cobertura dessas arquibancadas, ficando muito parecido com as arenas de Grêmio e Palmeiras. Seria um complexo para uso de toda a comunidade em torno do estádio e sem muito impacto para o trânsito da região, segundo o projeto de Lucas.
Enfim, Blumenau tem sim condições para que o poder público construa ou, pelo menos, entre como incentivador para a construção de um estádio municipal que serviria para alavancar o futebol da cidade, que desde a demolição do Aderbal Ramos da Silva, na Rua das Palmeiras, foi enterrado por conta da ação de gente que não respeitou a história esportiva de Blumenau.
Essa construção não só traria de volta a prática do futebol profissional na cidade, mas também ajudaria o turismo de eventos, que hoje depende apenas de duas festas alemãs no Parque Vila Germânica.
Temos que perder nosso complexo de vira-lata e pelo menos tentar alavancar projetos inovadores que leve a cidade para outro patamar, pois não dá mais para ficar nas mãos de entendidos que se dizem especialistas em turismo e que ficam 12 meses do ano organizando a Oktoberfest e a Sommerfest e nada mais.
Essas festas são importantes, mas há mais espaço para criar e fazer coisas novas que tragam para a cidade atrações diferentes daquelas que estão na cabeça de gente que ainda acha que Blumenau vive em 1983.
Veja abaixo as imagens do projeto do arquiteto Lucas Moraes.