Por conta de brigas políticas, estado pode ficar sem governador e vice e sem o presidente da Alesc
Desde que o 17 assumiu o comando do estado, que deixou claro que o eleitor não queria mais os mesmos com as mesmas atitudes, muita coisa nos bastidores da política estadual mudou de rumo e cada vez mais os embates têm vindo a tona, mostrando que Santa Catarina não era um estado diferente dos demais no Brasil.
Mas esse 17 parece que não era tão diferente assim e tem acumulado derrotas, tanto na política quanto na justiça, que fez sua popularidade despencar e fazer com que esse mesmo eleitor que o colocou lá, tenha vontade de tirá-lo.
Mas o que realmente mudou é que a atual gestão, que ainda comanda o estado, parece que resolveu escancarar tudo que acontecia no governo há anos e vimos que não só ele, mas muitos que estão por aí querendo voltar, também se serviam do governo em benefício próprio.
É fato que o governo de Carlos Moisés fez um monte de trapalhadas que o colocaram para responder, pelo menos, a dois processos de impeachment e um inquérito na Justiça Federal pela equiparação dos vencimentos dos procuradores do estado com os da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e também por todas as dúvidas que pairam sobre a montagem do hospital de campanha de Itajaí, a compra frustrada de EPIs e, principalmente, a compra dos 200 respiradores pela bagatela de R$ 33 milhões e que sequer chegaram aos hospitais para servir a quem os pagou de fato.
Mas também a Operação Alcatraz, que denunciou o deputado estadual Júlio Garcia (PSD), presidente da Alesc, pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, peculato e fraude em licitações escancarou como o estado de Santa Catarina era administrado, pelo menos desde 2011, quando o governador era Leonel Pavan (PSDB), e como as coisas ocorriam dentro da secretaria de administração sem que esse suposto esquema fosse sequer questionado.
O pior de tudo isso é que esse mesmo presidente da Assembleia Legislativa, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal por todos esses crimes, pode agora em outubro virar governador do estado.
Dificilmente Carlos Moisés e Daniela Reinehr escapam ilesos de todos os problemas de afastamento dos cargos gerados dentro da Alesc, mas o deputado Júlio Garcia também pode ser afastado de suas funções no parlamento se a juíza federal Janaína Cassol aceitar a denúncia contra ele que tramita no MPF.
Até agora as investigações da Operação Alcatraz mostraram que nestes sete anos de investigação os contratos da área de tecnologia e telefonia e contratos de empresas terceirizadas que serviram os governos desde 2011 eram apenas instrumentos que beneficiava empresários, agentes públicos e políticos que loteavam a secretaria com indicações para se servirem da máquina pública e se manterem no poder.
Já são 16 denúncias do Ministério Público Federal à Justiça Federal contra 14 citados que respondem ao inquérito e isso não deve parar por aí. O que mais surpreende é que o catarinense ainda não se deu conta da bagunça que se transformou a política local e que, em breve, poderemos ter um estado a deriva, sem comando e ser credibilidade, o que vai atingir em cheio o dia a dia do catarinense que precisa acordar o quanto antes.
O mês de outubro pode colocar ainda mais o estado nas páginas policiais dos jornais do Brasil e fazer com que nós, catarinenses, tenhamos vergonha de ter colocado no poder gente que deveria estar a muito tempo em casa ou em algum outro lugar pagando pelo que fez com a Santa e bela Catarina.