Prefeitura de Blumenau volta a “tratorar” na Câmara dos Vereadores
A sessão de quinta-feira, 25, da Câmara de Vereadores de Blumenau teve mais uma queda de braço entre situação e oposição por conta de projetos colocados de forma urgente e urgentíssima pelo executivo.
Depois da sugestão do vereador Alexandre Matias (PSDB), líder do governo, de encerrar a sessão ordinária e iniciar a sessão extraordinária com a fala dos legisladores, ele solicitou também que os projetos de lei 8079 e 8093, que autoriza abertura de crédito adicional especial no orçamento da administração direta do município, e os projetos de lei complementar 1953 e 1954, fossem votados em regime de urgência urgentíssima pela casa.
A partir daí começou mais um embate entre os quatro mosqueteiros da casa e os demais vereadores. O vereador Bruno Cunha (Cidadania) disse que, quando esteve como presidente do legislativo, havia solicitado ao vereador Matias que, quando houvesse projetos para serem votados de forma urgentíssima, uma vez que essa definição é da mesa diretora, ”que tivesse um mínimo de respeito e conversa com integrantes da mesa diretora”, como é o caso dele, o que acabou não acontecendo com a volta do presidente Marcelo Lanzarin (Podemos).
Bruno falou também que, “se o governo continuar de forma arrogante e prepotente, sem diálogo, e de não conversar com os vereadores, ele não votará favorável para mostrar para a população de Blumenau que na Câmara tem vereador que não tem cabresto e que não abaixa a cabeça para o prefeito municipal e que não vão aceitar que essa casa seja um puxadinho”.
Os vereadores Gilson de Souza (Patriota), Ito de Souza (PL), Adriano Pereira (PT) e também Bruno Cunha questionaram a impossibilidade de discussão do projeto com o próprio ISSBLU e com o Sintraseb, podendo colocar em risco a saúde financeira das instituições e a própria aposentadoria de muitos servidores no futuro.
Na justificativa do projeto, há dificuldades por parte da prefeitura em manter a programação de pagamento nesse ano por conta da queda de arrecadação, pois os valores economizados serão destinados integralmente para o combate a pandemia e manutenção da folha de pagamento dos servidores.
O líder do governo, vereador Matias, reiterou que os R$ 53 milhões, que deixarão de serem pagos de abril a dezembro de 2020, são para garantir o pagamento da folha de funcionários e apontou que o governo está vivendo um momento de pandemia e, conseqüentemente, de dificuldade econômica.
O presidente da Câmara, vereador Marcelo Lanzarin, disse que os projetos tinham apenas uma ou duas páginas e que estavam sendo discutidos desde o início da sessão. Lanzarin e o vereador Alexandre Caminha (Solidariedade) defenderam a necessidade da aprovação do projeto para que os servidores não fossem prejudicados, o que acabou ocorrendo com 9 votos favoráveis, 2 contrários e 2 abstenções.
Viu-se que o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) não esqueceu da saia justa que Bruno Cunha colocou a administração quando esteve a frente do legislativo municipal e que tratou de dar o troco, fazendo aquilo que os quatro vereadores de oposição tanto tentam impedir, que é a votação de projetos sem o conhecimento mais aprofundado.
Mas vimos também que essa é uma batalha perdida, pois a administração, se nada mudar, terá até o fim do ano 11 votos a seu favor, impedindo qualquer reação nas votações e colocando inclusive em cheque a proposta dos vereadores Bruno, Gilson, Ito, Adriano Pereira e Cesar Cim de tentarem aprovar o projeto que quer mudar a tramitação desse tipo de votação dentro da Câmara de Blumenau.
Dentro da Câmara de Blumenau as eleições municipais já começaram e haverá muitos embates entre os vereadores até novembro deste ano.