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Presidentes nacionais do PSL e MDB articulam para salvar Carlos Moisés

Na quarta-feira, 5, o advogado do governador Carlos Moisés conseguiu uma liminar para atrasar o trâmite do processo do impeachment que corre na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Isso pode não barrar totalmente o andamento do processo, mas servirá para que o governador e a vice, Daniela Reinehr, se articulem para conseguir os 14 votos necessários para enterrar de vez o impeachment no legislativo catarinense.

Moisés priorizou o MDB porque o partido tem nove votos na Alesc, somados com os cinco que o governo já tem, afastaria de vez qualquer problema na votação que define se ele e a vice-governadora, bem como o secretário de administração Jorge Tasca, terão ou não que deixar o cargo.

O MDB catarinense ia se reunir na próxima segunda-feira, 10, em Florianópolis, para discutir se iriam salvar ou não o governador Carlos Moisés, mas como essa decisão, nesse momento, iria rachar o partido, a cúpula catarinense preferiu transferir para outro momento.

O que é certo dentro do MDB é que há emedebistas na Assembléia que não cumpririam o acordo se ele fosse imposto agora. Hoje, dos 9 deputados do MDB na Alesc, 60% quer a saída de Moisés e os outros 40% querem salvá-lo. Mas na própria cúpula o entendimento é diferente, pois Paulo Afonso Vieira, Dário Berger e Eduardo Pinho Moreira são favoráveis a votarem com o governador, mas Casildo Maldaner e o presidente Estadual, deputado federal Celso Maldaner, são contra votarem em favor de Carlos Moisés por entenderem que seria ruim ter o carimbo do governo no peito do MDB nas eleições de 2022.

Carlos Moisés está assediando os prefeitos de todos os partidos com liberação de recursos para obras e convênios, e isso já causa certa pressão dentro do MDB por conta das eleições municipais que estão logo ali.

Mas numa outra frente está a vice-governadora Daniela Reinehr, que buscou ajuda do filho do presidente da república, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que acionou Jair Bolsonaro que também já conversou o senador Jorginho Mello (PL), que tem seu filho advogando para Daniela Reinehr, e com o deputado federal Rogério Peninha Mendonça (MDB) para que ambos façam um esforço junto as suas bancadas estaduais para salvar a vice-governadora desse processo, o que por tabela salvaria também Carlos Moisés da Silva e Jorge Tasca.

Mas também em Brasília, o presidente do PSL nacional, deputado federal Luciano Bivar, conversou com o também deputado federal Baleia Rossi (SP), que é presidente nacional do MDB, e que vai se candidatar a presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2021. Como ele quer os votos dos deputados federais do PSL, Bivar colocou no acordo a salvação de Carlos Moisés em Santa Catarina, o único governador do PSL do Brasil, e com isso teremos sim interferência nacional no MDB catarinense.

Com todas essas frentes atuando, o impeachment na Assembléia parece perder força e quanto mais o tempo passa, maior é a articulação do PSL em favor de Moisés e Daniela nesse processo.

Pelo que parece, são os opositores de Carlos Moisés que terão agora que correr atrás de 27 votos dentro da Assembléia para conseguir iniciar o afastamento do governador, da vice e do secretário de administração do estado.

Esta conta está cada vez mais difícil de fechar e o governo não está medindo esforços para não só se salvar, mas também para começar a anular os principais adversários de 2022.