Um silêncio sepulcral na política de Blumenau
Como diz meu cunhado, a política local está “tão parada quanto água de poço”.
Tirando o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), que está deitando e rolando no atual cenário político administrativo em Blumenau, os demais parecem muito desconfiados de que a eleição para prefeito e vereadores realmente aconteça este ano.
O último suspiro político que tivemos notícia em Blumenau foi a janela eleitoral, que proporcionou chutes, adivinhações e acertos para onde alguns vereadores iriam entregar seus futuros políticos.
Daqueles que trocaram de partido, um ou dois realmente escolheram para onde quiseram ir, mas a grande maioria obedeceu ao seu chefe e assinou a ficha de olhos fechados com a esperança de chegar mais próximo de mais quatro anos no legislativo da cidade a partir de janeiro de 2021.
Tanto os pré-candidatos da majoritária quanto os da proporcional estão em estado de espera para ver quando realmente é a hora certa de colocar o bloco na rua.
O que de mais interessante aconteceu na política blumenauense nos últimos cinco dias foi a troca de comando no PSDB de Blumenau, saindo da presidência o vereador Alexandre Matias e assumindo no seu lugar o médico Marco Antônio Wanrowsky. Matias deixou o cargo porque disse querer focar integralmente na reeleição e essa mudança praticamente coloca os tucanos no bloco de apoio ao prefeito de Blumenau.
O segundo fato veio à tona na segunda-feira, 27, publicada pelo Jornal de Blumenau, do jornalista Carlos Tonet. Segundo ele, o ex-vereador Jefferson Forest (PT) e mais duas pessoas encaminharam um pedido de impeachment para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), depois das declarações do ex-ministro Sérgio Moro, que afirmou que o presidente queria interferir nas investigações da Polícia Federal.
Para Forest, Jair Bolsonaro não tem mais condições de governar o país e se não for removido, deveria, segundo ele, renunciar. Como se vê, em tempos de pouca movimentação e informação política, até morto ressuscita.
Saudades dos tempos em que o Nagel Marinho sofria atentado de morte justamente em ano de reeleição, do Milton Pompeu patrolando os companheiros de tribuna, do Décio Lima sozinho atropelando os demais vereadores e infernizando a vida do prefeito Renato Vianna e do Deusdith de Souza colocando o então prefeito Décio Lima no bolso e causando muita ciumeira dentro do PT.
Enfim, assim como no futebol, os políticos estão cada vez mais reclusos e se transformando em representantes virtuais, gerando conteúdo pragmático e empolgando cada vez menos o eleitor que suplica por novidade.
Talvez a melhor saída para o atual cenário político local seja realmente a prorrogação de mandato, pois a eleição de 2022 parece já ter começado e estar empolgando muito mais do que a deste ano.