“Temos que exigir que empresas também possam comprar vacina contra Covid-19”
No último dia 13 o jornal O Município Blumenau publicou uma matéria onde informava que o laboratório Genolab, de Blumenau, estava fazendo uma espécie de lista de espera para as pessoas interessadas em comprar a vacina Covaxin, da empresa Bharat Biotech (índia), que ainda não recebeu a aprovação da Anvisa, no Brasil, para ser utilizada na imunização da população.
A mídia nacional também divulgou que ouros laboratórios do Rio de Janeiro e de São Paulo também estariam fazendo listas para as pessoas dispostas a comprar esta vacina. Descobriu-se também que uma distribuidora de medicamentos de São Paulo estava garantindo prioridade de vacinação para quem se interessar e não exigia o pagamento adiantado, mas deixava claro que o valor estimado para duas doses da vacina era de R$ 1.450 e que a previsão para o imunizante estar disponível era a data de 30 de abril.
Em nota, a Anvisa esclarece que o produto ainda não foi submetido para avaliação e não pode se pronunciar sobre sua eficácia, indicação de públicos ou faixas etárias ou mesmo sobre previsão para sua disponibilidade. No momento, o laboratório apresentou apenas um pedido de estudo clínico no país.
A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) se pronunciou dizendo que cada clínica associada está atuando individualmente com a sua negociação e todos os trâmites estão sob termo de confidencialidade.
Até a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, criou o movimento empresarial Unidos pela Vacina, para facilitar a distribuição da vacina contra a Covid-19 para todos os brasileiros até setembro. Inicialmente esse movimento queria comprar vacinas para imunizar seus funcionários e doar outra quantia para o SUS, mas com a proibição dos governos, a ideia é apoiar o Sistema Único de Saúde com soluções de logística e compra de insumos, como seringas e agulhas. O movimento é coordenado pelo Grupo Mulheres do Brasil, que tem mais de 75 mil participantes.
Mais uma vez estamos vendo a sociedade tentando criar novos caminhos para ter a medicação, porque sabemos o tamanho da burocracia para qualquer governo conseguir comprar tantas vacinas para imunizar toda a população brasileira até o fim de 2021.
Então é necessário que os deputados federais e senadores criem mecanismos e regras para que empresas que queiram dar a vacina para seus funcionários possam fazer isso legalmente e que laboratórios que queiram vender essas vacinas para quem queira comprar também tenham essa oportunidade.
Talvez não tenhamos tantas vacinas assim no mundo capaz de abastecer todos os países compradores e poderemos correr o risco desses laboratórios preferirem vender para as empresas do que para os governos, mas ainda assim é preciso permitir que tenhamos outras alternativas para conseguir imunizar todos os brasileiros o mais rápido possível.
O que não dá, a gente sabe o porquê, é a população ficar nas mãos de poucos políticos que vão decidir quem vai tomar a vacina, quando vai tomar, onde vai tomar e tudo mais principalmente em tempos de pré-eleição nacional e estadual.
Vemos que os problemas que surgem na vacinação são justamente os problemas políticos e a população fica a mercê dessa guerra que sequer deveria estar acontecendo. Então cabe ao eleitor de entrar em contato com o deputado federal e com o senador em quem votou na última eleição e colocar a sua posição, de exigir que ele faça aquilo que a população quer e precisa para que essa pandemia acabe o mais rápido possível.
Mas, por outro lado, até que esse problema não seja totalmente resolvido, a população tem que fazer a sua parte, respeitando as regras e evitando as aglomerações, pois os hospitais estão cheios, muita gente tá morrendo e parece que, para muitos, nada está acontecendo.
A solução de uma pandemia depende, principalmente, do bom senso de quem manda e também de quem deveria obedecer, pois é nessa hora que temos que fazer valer a vontade e a segurança da maioria.