Volta de Jair Bolsonaro para o PSL pode ser o maior trunfo de Moisés e Daniela Reinehr nos processos de impeachment
Nos últimos dias algumas aproximações ocorreram na política estadual e nacional, onde muitos dos integrantes do governo federal já se propuseram a ajudar Moisés e Daniela nos processos de impeachment que correm no Tribunal de Justiça e na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Na manhã da última quarta-feira, 7, ocorreu uma reunião na Casa da Agronômica, residência oficial do governador Carlos Moisés, onde estiveram presentes os secretários estaduais, os advogados que defendem Moisés e Daniela nos processos de impeachment e, surpreendentemente, a presença da própria Daniela Reinehr, que foi convidada pelo governador para uma espécie de lavagem de roupa suja para acertarem os ponteiros e para caminharem juntos contra os opositores políticos, principalmente dentro da Alesc.
Na reunião, a deputada estadual Paulinha (PDT), que também esteve presente, disse acreditar que os 5 procuradores, que votarão no processo de impeachment que tramita no TJ, não darão prosseguimento a esse processo.
Mas a fala mais importante da reunião foi da vice-governadora, que disse para Moisés que realmente faltou comunicação nesses primeiros dois anos do governo e afirmou que é mais que necessário que o governador comece a respeitar os deputados estaduais e abra um canal de comunicação para que se evitem novos embates. Segundo Daniela Reinehr, conversar com os deputados estaduais não tem nada a ver com barganhar, mas sim em mostrar que o governo está trabalhando. “Já estamos reerguendo Santa Catarina”, finalizou a vice-governadora.
Outra movimentação importante vem do Palácio do Planalto, pois a visita do ministro Onyx Lorenzoni na capital do estado não foi apenas para liberar R$ 1,5 milhões para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Ministério das Cidades.
Onyx veio para iniciar o processo de aproximação entre Carlos Moisés e Jair Bolsonaro, que planeja voltar para as fileiras do PSL e, com isso, precisa da aceitação e apoio dos governadores do partido para ampliar a sua base de sustentação, principalmente na Câmara e no Senado, por conta de diversas denúncias em escândalos políticos que envolvem seus filhos.
Outra análise feita pelo governo federal foi que, a falta de políticos detentores de cargos que são defensores do bolsonarismo, causou uma perda de receita para ajudar candidatos de Bolsonaro em todo o Brasil. O problema maior é saber como Carlos Moisés aceitará essas condições, pois sempre disse não gostar de negociar apoios com nenhuma ala da política, mas como agora precisa urgentemente salvar o seu cargo, é bem provável que o governador tenha que abrir um precedente para tentar salvar aquilo que conquistou nas urnas em 2018.
O DIA DA VOTAÇÃO
Na tarde do dia 7 deste mês o deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) entregou o seu parecer sobre o processo de impeachment que tramita no TJ, que será votado no próximo dia 23 no plenário pelos 5 deputados estaduais e 5 desembargadores, que decidirão se afastam ou não Carlos Moisés e Daniela Reinehr dos seus cargos.
No relatório, que contém 26 páginas, Kennedy Nunes não antecipa seu voto, mas deixa transparecer que os 10 membros que vão votar o relatório devam aceitar a denúncia e, consequentemente, o afastamento imediato do governador e da vice do governo do estado de Santa Catarina.
Antes da votação desse relatório, no dia 14 vai ocorrer, por esse mesmo Tribunal de Justiça, a análise e decisão do mérito da equiparação salarial dos procuradores do estado com os procuradores da Alesc, o que efetivamente servirá de embasamento para os 5 procuradores que votarão o relatório de Kennedy no dia 23.
Ou seja, de quase cassados Moisés e Daniela podem estar recarregando as baterias para darem um novo começo a um governo que, segundo muitos deputados estaduais, já terminou.
Vamos ficar atentos aos próximos capítulos dessa história, pois até o fim deste mês muita água vai passar por baixo dessa ponte.