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Servidor da UFSC Blumenau que importunou alunas é exonerado

Denúncia foi feita com exclusividade pelo jornal O Município Blumenau

O servidor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) denunciado por importunação sexual por mais de 20 alunas em reportagem exclusiva do jornal O Município Blumenau foi exonerado pela instituição após o Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Os dados das estudantes como e-mail, número de celular e até mesmo endereço foram acessados por ele através do banco de dados da universidade. Por trabalhar na área de TI, o homem de 47 anos tinha acesso livre às informações.

Após meses de investigação e com o servidor atuando no Campus Blumenau, a UFSC decidiu demiti-lo. A universidade também reforçou a importância das denúncias por parte dos estudantes.

“Neste contexto, foi recentemente criado o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis), vinculado à Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe). O SEAVis é um espaço seguro e confidencial onde as pessoas que foram vítimas de violências encontram apoio, acolhimento e orientações para lidar com essas situações”, ressaltou a nota.

Relatos

A maioria das vítimas é jovem, entre o fim da adolescência e início da vida adulta. A abordagem sempre inicia falando sobre o sistema de bolsas da universidade, pelo qual o técnico em tecnologia seria responsável e gostaria de tirar dúvidas. A partir daí, a conversa toma outro rumo.

Muitas contam que inicialmente mantinham o contato por vergonha ou receio de criar atrito com um servidor da universidade. Porém, mesmo quando tentavam cortar a conversa, ele insistia que fosse respondido e repetia as perguntas. Dentre elas o signo astrológico das estudantes, a idade com a qual perderam a virgindade e comentários sexuais.

Reprodução

Algumas chegaram a trancar o curso e sair da instituição por conta da insistência do servidor. Outras se formaram e seguem procurando meios de expor o caso. Mais de 20 meninas se uniram para formar uma comissão e levar o caso à reitoria, mas não ficaram satisfeitas com o resultado.

“Juntamos todas as provas, incluindo e-mails, prints de WhatsApp e até áudios dele. Chegou até a reitoria em Florianópolis, mas até agora nada aconteceu. Deixaram ele de férias remuneradas em casa por uns meses e já voltou. Chegaram a colocar as vítimas frente a frente com ele, dizendo que ele merecia a oportunidade de se defender das acusações”, relatou uma vítima.

A jovem é uma das que preferiu não registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar, como recomendado pela instituição, por ter medo de como ele pode reagir caso ela seja identificada. Porém, denúncias anônimas foram registradas no site da Polícia Civil.

Investigação em andamento

O servidor já foi alvo de investigações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele foi indiciado em 2019, após a Polícia Civil apreender o notebook e o celular dele. Por ser sigiloso, detalhes do inquérito não foram divulgados. Porém, ele já trabalhava na UFSC na época.

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela 10ª Promotoria de Justiça de Blumenau. A 10ª PJ é responsável por casos de violência contra a mulher.

Após ler a reportagem, o deputado estadual Egídio Ferrari postou um vídeo em seu Instagram afirmando que colocaria toda a sua estrutura de gabinete à disposição das jovens, para que consigam “colocar esse cara na cadeia”, como disse Egídio.

Conta a nota completa:

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) preza pela observância de todos os princípios da Administração Pública, entre eles a moralidade e a legalidade. A demissão do referido servidor seguiu todo o rito e teve a duração necessária para garantir o contraditório e a ampla defesa, de forma a dar segurança jurídica à decisão.

Denunciado por assédio sexual na Ouvidoria da UFSC, o servidor enfrentou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no qual a comissão processante concluiu pela sua demissão do serviço público, decisão que foi confirmada pela Reitoria após consulta à Procuradoria Federal junto à UFSC.

A Universidade procura dar consequência a todas as denúncias de comportamentos inadequados de seus servidores. A atual Administração Central da Universidade tomou a decisão política de enfrentar esses casos, por isso está em andamento uma campanha de conscientização sobre o assédio sexual no ambiente universitário, que incentiva as pessoas a denunciarem essas atitudes.

Neste contexto, foi recentemente criado o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis), vinculado à Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe). O SEAVis é um espaço seguro e confidencial onde as pessoas que foram vítimas de violências encontram apoio, acolhimento e orientações para lidar com essas situações.

A Instituição tem entre seus valores a construção de relações sociais harmônicas, o que implica seu compromisso com políticas de enfrentamento a todas as formas de violência, em especial a violência contra mulheres e grupos vulneráveis.

A comunidade acadêmica deve denunciar toda situação que possa ser considerada irregular. É importante realizar o registro e formalizar denúncia para que sejam feitos os encaminhamentos necessários.

Um dos pontos destacados na campanha contra o assédio sexual é que as denúncias feitas à Ouvidoria contenham o máximo de informações sobre as situações relatadas, para que as apurações possam ter andamento adequado.

A UFSC reafirma seu compromisso na busca por um ambiente saudável e acolhedor para toda a comunidade acadêmica.

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