Servidores da Furb ameaçam paralisação caso reitoria não apresente reajuste salarial
Folhas de pagamento não são atualizadas há três anos
Nesta sexta-feira, 11, os servidores da Universidade Regional de Blumenau (Furb) realizarão uma manifestação em frente à reitoria da instituição. O motivo é a cobrança pelo reajuste salarial dos últimos três anos. O protesto será realizado durante uma reunião com a administração superior que irá debater as propostas.
Em Estado de Greve desde novembro do ano passado, o Sindicato dos Servidores Públicos do Ensino Superior de Blumenau (Sinsepes) realizou uma nova assembleia nesta quarta-feira, 9, e considera paralisar as atividades caso o reajuste não siga a inflação.
O reajuste salarial da categoria ocorre no mês de março. Entretanto, desde que a reitora Márcia Sardá Espindola assumiu a universidade, a folha de pagamento não sofreu nenhuma alteração.
O presidente do Sinsepes, Morilo José Rigon Junior, explica que em 2019 a proposta de não conceber reajuste aos servidores foi aceita pelo Conselho Universitário, órgão máximo da instituição. Já em 2020 e 2021 a justificativa foi a pandemia.
“Ao mesmo tempo que nós servidores durante três anos tivemos zero reajuste, as mensalidades na Furb tiveram reajuste que acumulado proporciona aumento de 21% no valor das mensalidades”, aponta Morilo.
O presidente explica que a categoria não busca um reajuste real, apenas inflacionário. Historicamente, o sindicato calcula que a defasagem salarial dos trabalhadores esteja em 35%. Entretanto, os servidores buscam um reajuste de 25,2%, que é a perda salarial calculada durante a gestão da reitora.
“Nós servidores sabemos o quão dificultoso está sendo, especialmente para os que recebem as menores remunerações. Tivemos uma considerável redução durante essa gestão. Quase 250 servidores a menos. Ou seja, uma redução da folha de pagamento”, acrescenta.
O presidente do sindicato também critica a decisão da universidade de investir em infraestrutura, como a pintura de todos os blocos da instituição e equipamentos, enquanto os servidores não têm esse retorno.
“É necessário sim, mas sabemos que não é barato. Ao mesmo tempo em que há dinheiro para isso, o servidor não é valorizado”, complementa.
Proposta da Furb
Após receberam a proposta de reajuste de 25,2% no dia 21 de fevereiro, a gestão superior enviou uma contra proposta nesta segunda-feira, 7 de março. A proposta foi de um reajuste de 6% parcelado em três meses – março, julho e outubro. Ou seja, 2% em cada mês.
A instituição também ofereceu um vale alimentação no valor de R$ 400 para quem trabalha entre 20 e 40 horas. Em assembleia, o vale foi aceito pelos servidores, desde que com valores iguais aos servidores da prefeitura.
Já quanto ao reajuste salarial, a assembleia recusou a proposta e manteve a cobrança de 25,2%. Entretanto, aceitaram flexibilizar o valor em três parcelas, como proposto pela reitoria.
Estas condições serão apresentadas à gestão superior na sexta-feira, às 14h. Na próxima quinta-feira, dia 17, o Conselho Universitário receberá a proposta final da reitoria. Caso um reajuste abaixo do esperado seja aprovado, a categoria pretende paralisar na semana seguinte, a partir do dia 21.
O que diz a Furb
Nossa equipe entrou em contato com a reitora da Furb, Marcia Sardá Espindola. Ela apontou que tem uma reunião agendada com o sindicato para a sexta-feira, 11, e que irá ouvir o representantes dos servidores naquela oportunidade. A reitora não comentou a possibilidade de paralisações.