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Sindetranscol: “A esmagadora maioria da população demonstrou compreensão”

Assessor sindical Ricardo Freitas disse que paralisação foi reação ao comportamento da Blumob nas negociações

O Sindicato dos Empregados nas Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau avaliou que a população compreendeu a paralisação desta quarta-feira, 5. Das 4h às 7h, os ônibus deixaram de circular em protesto contra o andamento das negociações da data-base de motoristas e cobradores de ônibus.

O movimento gerou transtornos aos usuários do sistema e também a quem não usa o transporte coletivo, que ficou preso em congestionamentos.

Em coletiva à imprensa nesta manhã, o assessor sindical Ricardo Freitas afirmou que os dirigentes do Sindetranscol perceberam apoio das pessoas nos pontos de ônibus. Ele agradeceu a compreensão e a tranquilidade com que os blumenauenses reagiram:

“A esmagadora maioria da população demonstrou compreensão”.

Por que sem aviso?

A paralisação desta manhã ocorreu sem aviso prévio à população, ao Seterb e à Blumob. Com isso, milhares de pessoas saíram de casa e ficaram à espera de condução nos terminais e paradas de ônibus. O prefeito Mário Hildebrandt disse que parada do serviço “não tem sentido”.

Segundo Freitas, a surpresa foi uma resposta ao comportamento dos negociadores da Blumob na reunião de terça, que durou três minutos. O sindicalista disse que o Sindetranscol foi pego de surpresa com a ausência de uma nova proposta da Blumob, após a categoria recusar a proposta da empresa em assembleia.

“É muito simples, nós fomos surpreendidos ontem (terça) pela manhã. A ideia que eles têm é a mesma que eles tinham lá atrás, de levar para o tribunal. O que os negociadores fizeram com a gente é uma molecagem”, reclamou.

Na manhã desta quarta, a Blumob anunciou que vai pedir ao Tribunal Regional do Trabalho o dissídio coletivo. A empresa ainda informou que solicitará à Justiça o reconhecimento de que o movimento seria ilegal.

Novas paralisações

Freitas não descartou novas interrupções do serviço. Porém, afirmou que o Sindetranscol pretende avisar a população com antecedência, se isso ocorrer. Por enquanto, não há previsão de greve, apenas paralisações.

Aumento real

O que impede um acordo entre Sindetranscol e Blumob neste momento é o percentual de reajuste salarial da categoria. A Blumob oferece a reposição da inflação, mas os trabalhadores exigem aumento real de 5%. Freitas sustentou que outras cidades país afora têm concedido aumentos reais aos funcionários do transporte público:

“O que tem de errado com Blumenau? Não ter aumento real significa que a empresa não ganhou nada no último ano. Isso atenta contra a inteligência de qualquer um de nós”.

Bloqueios

Freitas negou a acusação da Blumob de que o Sindetranscol impediu trabalhadores de saírem das garagens e terminais nesta manhã. Segundo ele, 96% dos funcionários da empresa são sindicalizados, o que seria uma demonstração de unidade da categoria.

O que foi proposto

– Manutenção da atual convenção coletiva de trabalho
– Manutenção e melhoria na redação da cláusula de garantia da não aplicação da reforma trabalhista
– Uma folga casada por mês
– Reposição da inflação do período de 1º de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018 (4%)
– Reajuste no vale alimentação de R$ 730 para R$ 760 nos oito primeiros meses e R$ 800 nos quatro últimos – o sindicato pede R$ 820

O impasse

– Além das cláusulas acima, motoristas e cobradores exigem 5% de aumento real nos salários, mas afirmam que o percentual é negociável. A exigência é que algum aumento real seja oferecido.