“Têm atletas que dependem dessa bolsa para colocar dinheiro em casa”; como imbróglio do Parajasc afetou participantes

Motivo do cancelamento e adiamento das provas foi um desentendimento financeiro entre Fesporte e a comissão de arbitragem

Os Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc) são um dos eventos mais importantes do calendário esportivo paralímpico estadual, promovendo a inclusão e o desenvolvimento de atletas com deficiência. No entanto, a edição deste ano foi marcada por uma polêmica envolvendo o adiamento de provas de atletismo e cancelamento das provas de bocha, o que gerou grande repercussão e indignação entre atletas, técnicos e parlamentares.

O motivo do cancelamento e adiamento das provas foi um desentendimento financeiro entre a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e a comissão de arbitragem de Santa Catarina.

O Parajasc tem um papel fundamental na vida dos atletas paralímpicos catarinenses, funcionando como uma plataforma de iniciação e desenvolvimento no esporte. Wesley Henrique Ouriques, atleta paralímpico de Blumenau, ressaltou em entrevista ao O Município Blumenau a importância do evento não só para a pontuação das cidades participantes, mas também como um termômetro da preparação dos atletas para competições nacionais.

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Wesley Henrique Ouriques. Foto: Arquivo pessoal

“O Parajasc é uma competição de nível estadual, mas infelizmente as marcas não são homologadas no ranking nacional”, explicou Wesley. Ele menciona que as competições de ranking nacional são organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), como o Meeting e o Open Internacional, que contam com árbitros certificados pelo CPB. Essa homologação é crucial para que os resultados tenham validade em rankings nacionais e internacionais.

Mesmo sem a homologação nacional, o Parajasc continua sendo vital para os atletas. “Utilizamos o Parajasc para ver como está a nossa preparação antes de competições mais importantes”, destacou Wesley.

Além disso, o Parajasc é crucial por conta das Bolsas Municipais, no caso de Blumenau, o Bolsa Desportista. As cidades utilizam os resultados do Parajasc para pleitear essas bolsas, que muitas vezes são essenciais para os atletas. “Tem atletas que dependem dessa bolsa para fazer a preparação ou até mesmo para colocar dinheiro em casa”, enfatizou Wesley.

O Parajasc também é uma importante porta de entrada para novos paratletas. “Eu me encontrei no esporte paralímpico por causa do Parajasc”, relembra Wesley. “É uma porta que abre para muitas famílias e muitos atletas que às vezes não eram nada e hoje podem estar representando o Brasil em competições mundiais”, concluiu.

Por fim, o paratleta ressaltou que ficou triste por não poder competir no Parajasc, mas principalmente por aqueles que vieram de longe e não puderam participar do torneio.

Desculpas da Fesporte

Na tarde deste domingo, 2, a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) emitiu uma nota pedindo desculpas aos atletas que foram prejudicados pelo cancelamento e adiamento das provas. Confira:

O Governo do Estado de Santa Catarina, por intermédio da Fesporte, pede desculpas aos paratletas pelo transtorno causado pela ausência de árbitros da modalidade de atletismo na 17ª edição dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc).

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