Tradição e renda extra: conheça pequenas empreendedoras blumenauenses que produzem ovos artesanais
Empreendedoras afirmam esperança por crescimento do segmento
Não só dos chocolates populares e industrializados vive a Páscoa blumenauense. Hoje em dia, são os ovos artesanais, conhecidos como ovos caseiros de colher, que vêm se destacando no mercado, resgatando antigas tradições da cidade.
Caracterizado por pequenos produtores, o mercado de ovos artesanais abre, além de uma porta no empreendedorismo, uma oportunidade para quem procura ganhar dinheiro extra.
Confira abaixo, quatro histórias de blumenauenses que trabalham no segmento e buscam, com diferenciais, mostrar que os ovos artesanais vieram para ficar de vez no mercado pascoal.
Primeira Páscoa
A blumenauense Márcia Corrêa, de 39 anos, é doceira na Docci Doces e está participando de sua primeira Páscoa com os ovos de colher. Após ter trabalhado mais de cinco anos da indústria dos doces artesanais, ela acredita que agora chegou sua vez de voar sozinha no mercado.
Por ter iniciado recentemente, a doceira diz ter encomendas já agendadas e que a expectativa para esta última semana de Páscoa é de que tenha ainda mais pedidos.
“Comecei durante a pandemia e atualmente estou conciliando o trabalho com a maternidade, pois sou mãe de dois filhos. Por ser uma produção artesanal, tenho um limite nos pedidos. Além disso, escolhi ingredientes nobres como o chocolate Belga Callebaut para oferecer uma experiência de qualidade ao consumir ou presentear com meus chocolates e doces gourmet”, diz a doceira.
“Todo o processo é artesanal. Tenho me dedicado a Páscoa no momento para criar presentes especias para que meus clientes”, conclui Márcia.
Doceira premiada
Daniele Vicente, de 26 anos, trabalha sozinha no setor desde 2011, época que estava no ensino médio. Ela utilizou a paixão por doces para ajudar na renda familiar e é proprietária de uma confeitaria que leva o nome dela.
A blumenauense começou com a produção de trufas, o que, na época, teve uma grande aceitação pelos colegas de turma.
“Depois disso, fui me aperfeiçoando na confeitaria artesanal. Cheguei a ganhar a medalha de ouro na Olimpíada do Conhecimento em Confeitaria pelo Senai Blumenau. Aliás, foi lá que me identifiquei com a profissão”, diz Daniele.
Para esta Páscoa, a blumenauense conta que os produtores notaram um aumento na demanda de ovos trufados de colher em relação aos anos anteriores. Ela também relata que recebeu diversos pedidos antecipados para garantir os produtos. A antecipação dos pedidos ajuda no preparo e confecção dos itens, mas Daniele garante que sempre há espaço para pedidos de última hora.
“Nos últimos três anos, percebi o aumento da procura pelos produtos de páscoa artesanais. Isso é uma boa notícia acompanhada de um grande desafio: atender todos os clientes que procuram o meu produto”, conclui a doceira.
Vida dupla
Bruna Cristine Azevedo, 29 anos nasceu na cidade de Blumenau e cresceu no bairro Escola Agrícola. Hoje em dia vive no bairro Salto Weissbach. Ela é proprietária de uma confeitaria que leva o seu nome.
Formada e pós-graduada na área da Educação, Bruna atua como psicopedagoga nas escolas de Blumenau e possui uma confeitaria como um segundo emprego.
“No ano passado decidi seguir meu sonho e me formei na área da gastronomia pelo Instituto Gastronômico das Américas (IGA). Iniciei no ramo da confeitaria em 2018 por incentivo da família e amigos que amavam meus doces e me incentivavam a vender para as pessoas”, conta.
“Como amo estar na cozinha, a possibilidade de entregar um pouquinho do meu amor em forma de doces para as pessoas me encantou. Ainda concilio ambos os trabalhos, mas logo pretendo me dedicar exclusivamente a confeitaria”, complementa.
Atualmente, Bruna trabalha sozinha e tem ajuda apenas para realizar as entregas.
Esse ano, será a segunda Páscoa que ela faz os ovos artesanais e, desde o início do ano, vem se programando com fornecedores de embalagens e chocolates.
“Fiz esse preparo principalmente porque previ um aumento de pelo menos 30% nas vendas em comparação com o ano passado. Já estou com as vendas abertas para a Páscoa desde março, mas as vendas começaram a ficar mais intensas nessa semana”, conta a doceira.
“Época da Páscoa é essencial para os empreendedores da área. Esse ano, com o aumento exorbitante dos chocolates nos supermercados, muitos estão optando por comprar do produtor artesanal. Eu acredito que o ovo artesanal pode entregar qualidade superior ao que é oferecido em massa. Porém, sinto que o consumidor anda mais contido esse ano. Muitos buscam comprar apenas o essencial e procurando opções mais baratas”, conclui.
Ajuda da família
A blumenauense Jeane da Costa Gonçalves, de 58 anos, trabalha há oito anos com confeitaria e conta com a ajuda da filha e da família. Ela é proprietária da Sweet Cupcakes.
“Sempre fui de criar, então me vi fazendo coisas diferentes. Além de cuidar das minhas filhas, trabalhava com artesanatos e pinturas, mas o que me atraiu foi a confeitaria”, conta Jeane.
A blumenauense relata que tudo começou quando a filha se formou em gastronomia e começaram a ter idéias de fazer cupcakes para vender no trabalho dela. Ela conta que pouco tempo depois, já estavam com uma banca na feira vendendo doces.
“A partir daí conquistamos nossos clientes e começamos a formalizar nossa empresa. Para a Páscoa desse ano estamos tendo uma boa procura, principalmente pelos ovos de colher que continuam sendo a preferência dos nossos clientes nesta data”, conclui a doceira.