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Tribunal de Justiça nega recurso a assassino de Bianca Wachholz

Defesa de Everton Balbinott de Souza tentava reduzir o número de qualificadoras do crime de feminicídio

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina manteve a sentença de primeira instância que decidiu levar Everton Balbinott de Souza a júri popular pelo assassinato da ex-namorada, Bianca Wachholz, em julho do ano passado. O julgamento do recurso apresentado pelos advogados dele foi na manhã desta quinta-feira, 16.

A defesa havia recorrido para tentar reduzir o número de qualificadoras do crime de feminicídio. Relator da matéria, o desembargador Ariovaldo Rogério Ribeiro da Silva votou por negar o recurso e foi seguido por unanimidade pelos desembargadores Carlos Alberto Civinski e Hildemar Meneguzzi de Carvalho.

De acordo com a defesa do réu, ele “praticou o crime desprovido de qualquer intento homicida, aduzindo que o comportamento da vítima contribuiu para o resultado morte”. Entretanto, o desembargador Ariovaldo entendeu que existem elementos suficientes para encaminhar o processo ao Tribunal do Júri, que será o responsável por analisar os argumentos de defesa.

Balbinott é réu por feminicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, não dar chance de defesa à vítima e por ter cometido o crime diante da mãe da mulher. Os pais de Bianca acompanharam o julgamento do recurso, em Florianópolis.

Divulgação

Em outubro de 2018, O juiz Juliano Rafael Bogo, da 1ª Vara Criminal de Blumenau, havia decidido que o acusado será levado a um júri popular. Bogo também havia negado liberdade ao acusado enquanto corre o processo. Balbinott permanece no Presídio Regional de Blumenau.

O advogado da família da vítima, Alexandro Roberto Maba, acredita que a data do julgamento deve ser marcada até o final deste ano. Para ele, o juiz vai intimar a defesa de Balbinott alegando que o tribunal já julgou os recursos dele.

“A pior das hipóteses seria o advogado do Everton interpor um recurso especial para Brasília, mas tecnicamente falando é um recurso que certamente seria negado. Seria apenas uma forma de ganhar tempo”, explica.

O crime

No dia 25 de julho de 2018, Bianca estava na casa dos pais, no bairro Itoupava Central, quando o ex-namorado invadiu residência e a matou com um tiro no rosto. Ele foi preso preventivamente um dia depois do crime.

Após cerca de um ano de namoro, Bianca havia rompido o relacionamento porque vinha sofrendo agressões. Horas antes de ser morta diante da própria mãe, a designer enviou mensagens ao ex-namorado afirmando que ele não deveria voltar se aproximar dela e que ela registraria boletim de ocorrência pela ameaça de morte que havia sofrido no dia anterior.