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Com nome de Blumenau, site vende equipamento que promete eliminar Covid-19 e é denunciado pela USP

Portal utilizou informações sobre equipamento criado na universidade e afirmou que laser, que é perigoso, pode ser passado em pessoas e animais

Um portal de vendas na internet que leva o nome de Blumenau, Blumenau Shop, está sendo denunciado pela Universidade de São Paulo (USP) por usar o nome e marca da histórica instituição com o intuito de vender um equipamento.

O produto em questão é um “descontaminador de vírus e bactérias” portátil, que se utiliza de radiação ultravioleta para esta realização. A promessa é que até o novo coronavírus (Covid-19) pode ser eliminado com este equipamento.

Contudo, para dar credibilidade ao produto, o site utilizou uma reportagem feita pela equipe do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, atestando sua funcionalidade. Acontece que esta reportagem não tem relação com o produto apresentado, e sim com um rodo que utiliza tecnologia UV. O site também usa a marca da USP como uma instituição que garante a operação do equipamento, o que não é verdade.

Além de distorcer as informações, o portal afirma que o equipamento pode ser utilizado em pessoas e animais. O raio ultravioleta, contudo, é totalmente desaconselhável em seres vivos.

Os raios UV podem causar sérios danos à saúde, como o envelhecimento precoce, o câncer de pele, problemas oculares e até mesmo alterações no sistema imunológico. No caso do rodo aplicado pela USP, a utilização é restrita a pisos e superfícies.

Site afirmava que radiação ultravioleta poderia ser utilizada em pessoas. Foto: Reprodução

Responsável apaga portal após contato da reportagem

Após o contato da reportagem com um homem que se diz representante do Blumenau Shop, o portal foi completamente deletado. Ele não quis se identificar, e explicou que usou o nome Blumenau para o portal porque tem parentes na cidade. Seu contato, no entanto, tem código de área referente às regiões do Oeste e da Serra Catarinense.

Sobre o fato de afirmar que o produto poderia ser passado em pessoas, o representante afirma que houve um “equívoco de tradução”, porque o produto veio da China. A respeito de ter usado marca e conteúdo da USP, ele se esquivou, dizendo apenas que “já estava arrumando”.

Ele diz que não tem mais o produto no estoque, mas que ele existe e que tem todas as garantias. Explica também que trabalha com dropshipping, que é um tipo de venda em que a pessoa não tem estoque, apenas hospeda o site e faz a venda de produtos que estão no estoque do fornecedor.

Conforme informou Rui Jorge Sintra, assessor de comunicação do IFSC da USP, medidas judiciais já estão sendo tomadas.