Vereador denuncia suposta cobrança de propina por fiscais em Blumenau

Prefeitura vai acompanhar investigação e promete rigor para coibir a prática e punir os envolvidos, se confirmadas irregularidades

O vereador Aílton de Souza, do PR, afirmou na tribuna da Câmara de Vereadores de Blumenau que vai abrir uma investigação contra um grupo de fiscais que cobraria propina para evitar o embargo de obras na cidade. Em 2017 ele recebeu sete denúncias da comunidade e neste ano outras duas.

Aílton afirma que em alguns casos os fiscais trabalhariam em parcerias com engenheiros. Em entrevista à Rádio Nereu Ramos nesta terça-feira, 23, ele citou um exemplo:

“Na Itoupava Central, um morador corria o risco de ter uma obra embargada por ser próxima ao ribeirão. O fiscal que passou por lá indicou uma engenheira que teria solicitado um determinado valor para garantir a continuidade da obra sem ter mais a interferência da fiscalização.”

O vereador também teria recebido informações de que um grupo de fiscais tem até uma tabela de cobrança de propina por notificações e um caixinha para rateio entre eles.

“Esse tipo de prática é absurdo, temos que acabar com isso. Acho que os moradores de Blumenau já pagam taxas e impostos suficientes e por isso temos que fiscalizar quem está fazendo errado”, disse nesta terça-feira.

Aílton quer reunir provas como fotos, gravações e documentos para montar um dossiê e encaminhá-lo à prefeitura e ao Ministério Público.

Em nota divulgada nesta tarde, a prefeitura de Blumenau informou que é a mais interessada no esclarecimento dos fatos e vai pedir ao parlamentar que envie cópia do laudo à Controladoria Geral do Município. A prefeitura disse ainda que acompanhará todo o processo, seguindo diretriz de estímulo à transparência com políticas de combate à corrupção.

Se forem comprovadas irregularidades, a prefeitura promete adotar com rigor as medidas cabíveis tanto para para coibir a prática como para punir os envolvidos. A prefeitura de Blumenau, no entanto, reforçou que acredita no trabalho desenvolvido pelos servidores técnicos da área. A maioria deles com mais de oito anos de casa.

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