Vereadora de Indaial registra boletim de ocorrência contra Diego Pandini, o “Diabo Loiro”
Raquel Rufino assumiu cadeira após Márcio Selhorst ir para Secretaria de Educação
A vereadora indaialense Raquel Rufino (PSDB) entrou com um boletim de ocorrência contra o colega Diego Pandini (PP), conhecido como “Diabo Loiro”. Segundo ela, o vereador teria gritado com ela em frente à Câmara após ter um comportamento questionado na sessão.
O registro foi feito na última terça-feira, dia 19. Segundo Raquel, o desentendimento começou após ela questionar porque o assessor dela foi impedido de participar de uma reunião com Pandini.
“Ele não aceita quando comentamos algum erro dele. O comportamento dele é voltado para fazer com que as pessoas tenham medo dele. No passado fui vítima de violência doméstica e hoje luto para que as mulheres possam se manifestar”, ressaltou a vereadora.
Após a sessão, Raquel estava de saída quando passou por um grupo de pessoas em frente à Câmara quando foi abordada por Diego. Segundo ela, ele já chegou com o tom de voz alterado, questionando quem seria o próximo a “provocá-lo”.
“Expliquei para ele que não estava provocando e ele insistiu. Sugeri que fizéssemos uma reunião no gabinete dele para conversar, mas ele se negou. Eu decidi ir embora e desejei ‘boa noite e Deus te abençoe’. Quando virei as costas ele começou a gritar questionando quem era eu para falar de Deus, dizendo ‘eu conheço teu passado'”, conta.
Por se sentir ameaçada e preocupada com novas ameaças no futuro, ela registrou o caso na Polícia Civil e protocolou um pedido ao presidente da Câmara, Flávio Molinari (PSDB), para que o Conselho de Ética da Câmara seja acionado.
Este é o primeiro mandato de Raquel, que assumiu a cadeira de Márcio Selhorst quando ele foi para a Secretaria de Educação de Indaial. Ela foi a primeira mulher negra a assumir uma cadeira no legislativo indaialense.
“Não posso me calar. Não quero ter que sentir medo de me pronunciar em toda sessão achando que ele pode me cobrar lá fora. Ele já é denunciado por ter agredido a ex-assessora dele. Como já convivi com homens assim, sinto medo. A violência física sempre vem depois da violência moral. Não podemos dar essa brecha”, reforçou.
Vereador já é investigado
A ex-assessora de Diego Pandini que teria sido agredida por ele também era sua companheira. O caso foi registrado em dezembro de 2019 e teria ocorrido dentro da Câmara de Vereadores.
Em sua defesa, o vereador afirmou que flagrou a companheira o traindo. Também afirmou que as agressões não foram físicas. Entretanto, ela conseguiu uma medida protetiva contra ele na Justiça.
Antes disso, em julho de 2019, armas e munições irregulares foram apreendidas na casa do vereador. Ele ainda aguarda júri popular pelo homicídio do padrasto e pela tentativa de homicídio do irmão – crimes dos quais ele alega legítima defesa.
A reportagem entrou em contato com o vereador, mas até o momento não obteve resposta.