Alice Kienen/O Município Blumenau
VÍDEO – Como aulas de robótica estão transformando aprendizado em escola de Blumenau
Estudantes exercitam raciocínio lógico, programação e cooperação
Uma sala de aula com alunos empolgados, até mesmo exaltados, e se divertindo muito – mas, ao mesmo tempo, extremamente focados e comprometidos com as atividades. É impossível não se contagiar com a energia que os estudantes investem nas aulas de robótica da escola Machado de Assis. em Blumenau.
Um projeto pensado para toda a rede municipal de educação pelo coordenador de informática Mário Rausch acabou sendo implantado inicialmente na escola após uma movimentação da Associação de Pais e Professores (APP).
O aprendizado, explica ele, vai muito além do raciocínio lógico e de noções básicas de programação. Com os desafios, os estudantes exercitam a cooperação, criatividade, disciplina e acabam se conectando com aprendizados de outras disciplinas.
Desde os ângulos das aulas de Matemática até o funcionamento das articulações dos livros de Ciências, conceitos diferentes são trabalhados na construção e programação dos robôs. O trabalho em grupo também incentiva a colaboração entre eles e a construção de lideranças.
De acordo com o professor Garrido, que é responsável pelas turmas da escola, os alunos novos que entraram neste ano letivo acabam sendo orientados pelos próprios alunos, que ficam empolgados em mostrar o que aprenderam para os novos colegas.
“Esse conhecimento expandido não seria possível nas aulas tradicionais. Estamos expandindo o horizonte de habilidades e competências deles, aproveitando eles melhor na parte prática. Eles saem da escola com um leque de opções muito maior, especialmente as meninas que percebem que podem participar desse mercado”, ressalta.
Parceria mantém aulas de robótica
O laboratório foi inaugurado em outubro do ano passado, após uma parceria entre a Associação de Pais e Professores (APP) e a empresa Robomind. A prefeitura também faz parte do projeto, fornecendo professores e equipamentos para as escolas.
O treinamento dos professores, os kits de robótica e as apostilas são de responsabilidade da Robomind, empresa blumenauense de tecnologia educacional. Já a APP investiu em móveis e na adequação da sala.
A diretora da instituição, Rejane Calsing, comenta que é raro os alunos faltarem às aulas extracurriculares. A aprovação dos pais também foi acima do esperado. “É muito bom eles terem esses novos desafios e serem cativados por essa aprendizagem”, celebra.
Confira exercício do primeiro mês de aula:
Preparação para competições
Os alunos do 7º ano, que já estão aproveitando o laboratório desde o ano passado, realizará uma apresentação para os anos iniciais. Além de mostrar o que aprenderam, eles também exercitarão a oratória e terão o desafio de descobrir apenas na hora qual projeto será apresentado.
“A minha maior vantagem como professor é a empolgação deles. Tenho pouco trabalho, na realidade. Minha maior dificuldade é não pôr a mão e deixar eles se virarem. Mas é muito gratificante ver eles se abraçando e comemorando quando resolvem os problemas”, comenta o professor.
O planejamento é que, chegando ao 8º ano, os estudantes já tenha passado por duas competições municipais para concorrerem a nível estadual e nacional.
Expansão do projeto
No Machado, as aulas começaram com estudantes do 6º ano e atualmente expandiram pro 7º. A ideia é desenvolver o projeto gradativamente. As aulas no contraturno são semanais, mas há turmas todos os dias para os quase 60 inscritos.
A escola municipal Lauro Müller, no Badenfurt, também conta com aulas de robótica desde 2017 e venceu torneios nestes últimos anos. Na unidade, a iniciativa partiu de um professor e também conta com o apoio da Robomind.
O objetivo do município é expandir os laboratórios para todas as escolas municipais. A General Lúcio Esteves, no Escola Agrícola, deve iniciar as aulas para os anos iniciais em junho deste ano. A Escola Básica Professora Úrsula Kroeger também deve receber kits.
Já a Adelaide Starke, no Itoupava Norte, recebeu kits de robótica da Robomind para anos iniciais. Porém, ainda precisa de um professor capacitado para iniciar as aulas no contraturno. O treinamento deve começar em breve para colocar o programa em prática.
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