VÍDEO – “Já fiz amizades bonitas na calçada”; o porteiro que distribui gentilezas em frente a escola de Blumenau
Roberto tem 58 anos e não deixa nem os piores dias abalarem sua gentileza
Quem já passou na rua 7 de setembro, em frente ao Colégio Sagrada Família, já teve o prazer de conhecer seu Roberto. Pode até ser que não reconheça pelo nome, mas talvez pela gentileza, os toques com carinho e os “bom-dias” muito animados.
Com seu 58 anos, seja na chuva, no sol, no calor e no frio, nem mesmo os dias ruins podem abalar a vontade de Roberto em melhorar o dia de quem cruza seu caminho. Apesar de estar menos de dois anos trabalhando como porteiro, ele já é figurinha carimbada por quem passa pela região.
Vida simples, mas de muito carinho
Natural de Blumenau e morador do bairro Garcia a vida toda, seu Roberto Silva conta que sempre foi uma pessoa muito de boa com a vida. Durante 17 anos trabalhou na empresa Hering, e por mais alguns anos fez alguns serviços diversos, incluindo nos postos de combustíveis da cidade.
O porteiro conta que sua mãe era uma pessoa muito querida por todos, era muito gentil e carinhosa com todo mundo com quem conversava, e como conviviam muito, ele acabou pegando um pouquinho dessa característica dela, e isso só intensificou ainda mais quando começou trabalhar com o público.
“Como eu sempre via muitas pessoas durante todos os dias, acabava não lembrando o nome de todo mundo, então peguei esse costume de chamar querido e querida. E as pessoas gostaram disso, se sentiam felizes de ter alguém lembrando delas, ou era uma pessoa mais fechada que até se abria mais por conta dessa gentileza. Uma vez um gerente de um posto que eu trabalhava até comentou que as pessoas chegavam me procurando e pedindo ‘onde tá meu querido’. Sou assim, é meu jeitinho”, relata.
Quando atingiu a idade correta, seu Roberto se aposentou, e por um período, aproveitou a vida de pensionista. Contudo, não conseguiu ficar parado por muito tempo, e por conta disso, decidiu procurar um novo emprego. Foi quando, um dia de entrega de currículos, algo chamou atenção e ele decidiu entregar um no Colégio Sagrada Família. Como ele mesmo disse, não tinha nada a perder e por isso arriscou.
Cerca de 4 meses depois, a resposta veio, convidando para uma entrevista. Algum tempo depois ele foi contratado, e segue no local até hoje, após um ano e três meses, e pretende continuar no local até quando puder.
O carinho das pessoas é tanto, que seu Roberto conta que até crianças de outras escolas passam e o cumprimentam. “Eu me sinto bem fazendo isso, quando eu to na calçada, eu me sinto bem. Já fiz muitas amizades bonitas nessas calçadas, e isso me faz muito bem”, conta.
Suas gentilezas chamam tanto atenção, que a jornalista Stephany Sander, da União FM, enquanto tomava um café, percebeu seu Roberto e resolveu divulgar um vídeo nas redes sociais, falando sobre como um carinho pode deixar o mundo melhor.
Confira o vídeo:
Rotina e vida pessoal
O dia de seu Roberto começa cedinho na escola, por volta das 6h15, quando a movimentação começa acontecer. Por ser porteiro, ele tem a responsabilidade de cuidar do portão e da saída dos carros do local, e por isso fica na calçada, auxiliando os pedestres e os veículos que trazem alunos e funcionários.
Ele segue no local até às 8h30, quando volta para a guarita e fecha o portão, e segue cuidando de quem entra e saí do colégio. Ele toma o cafezinho da manhã e por volta das 11h, volta para a calçada, para cuidar da saída dos alunos e funcionários, após o turno da manhã.
Em seu dia a dia fora da escola, o porteiro conta que leva uma vida simples, mas cheia de amigos e não se deixa ficar triste. Dono de dois cachorrinhos, Fred e Caramelo, passa o dia conversando com eles em casa. Nos fins de semana, seu Roberto conta que gosta de ir no barzinho do lado de casa, para conversar com os amigos que sempre estão por lá.
Bom apreciador de uma musiquinha ao vivo, seu Roberto conta que adora a vidinha que leva. Sejam nas calçadas da vida, ou fora delas, leva muitas amizades que fez com muito carinho, e que trazem forças no dia a dia, além de sua fé.
“Todos os dias, eu acordo e vou trabalhar fazendo uma reza. É o que me motiva todos os dias, ter fé em Deus, e acreditar que a minha segurança está nas mãos dele. Saber que essas pequenas coisas, de dizer um bom dia, dar um toque de mãos, deixa as pessoas bem, é o que me faz feliz, e também me dá forças para levantar todos os dias, e viver minha vidinha, que é muito boa”, finaliza.
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