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VÍDEO – Policial da reserva que mora em Joinville é acusado de matar ex-genro em Minas Gerais

Caso ocorreu cinco dias antes do carnaval

No dia 15 de fevereiro de 2023, Anderson Clayton Nunes foi morto na rua Belo Horizonte, no Centro de Ipatinga (MG), pelo ex-sogro, policial militar da reserva e morador de Joinville. Anderson foi atingido por duas balas de arma de fogo por volta das 7h30, próximo ao local em que trabalhava.

Conforme processo que corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o ex-sogro de Anderson afirmou que mora em Joinville, mas que estava em Ipatinga na casa de uma sobrinha desde novembro de 2022, informação confirmada pela mulher em testemunho no processo.

Ele teria assassinado o ex-genro, pois não queria que ele ficasse com a guarda do neto, fruto da relação entre a vítima e a filha do autor. O casal havia se separado há três anos após uma relação que perdurou outros dez. A criança morava em Joinville com a mãe e o avô.

Dia do crime

Na manhã de 15 de fevereiro, cerca de uma semana antes do carnaval, Anderson caminhava em direção ao escritório de advocacia que trabalhava. Antes de chegar no local, percebeu o ex-sogro, um policial da reserva, vindo na direção dele. Prontamente ele teria pegado o celular e começado a gravar a situação. Conforme consta nos autos, a acusação afirma que a vítima teria feito isso para registrar o que acreditava ser uma intimidação.

Entretanto, ao ver que o homem carregava um revólver, saiu correndo. A pressa fez a vítima cair ao chão. Em seguida, o ex-sogro disparou no peito e depois na cabeça de Anderson, que morreu no local, próximo ao Museu Estação Memória.

Após os disparos, o autor teria saído pela rua Monte Carlos. A cena foi vista por diversas pessoas que passavam na região, como um motorista de aplicativo, que prestou depoimentos à Justiça.

Momentos depois, a PM encontrou o homem próximo a um supermercado, ainda no Centro da cidade. Ao ser abordado pelos policiais e ter a arma retirada da cintura, ele confessou a autoria dos disparos.

Assista ao vídeo:

Motivação

Conforme os autos do processo, a motivação do autor dos disparos foi torpe, palavra que pode ser interpretada como “indecente” ou “infame”. Segundo o depoimento do próprio acusado, ele confessa que matou a vítima para evitar que ele obtivesse a guarda do neto, filho de Anderson.

O processo da guarda está em segredo de justiça. O acusado acrescentou que a filha teria sofrido violência doméstica física durante os anos que viveu com Anderson.

O policial da reserva disse que não estava em Ipatinga visando cometer o homicídio. Ele afirma que teria ido à cidade realizar tratamentos odontológicos e oftalmológicos e também afirmou que foi à cidade para fazer o recadastramento na Polícia Militar e manter o pagamento da aposentadoria.

O acusado ainda falou que passou na mesmo rua que a vítima frequentava por coincidência, já que estava indo comprar passagem para voltar à Joinville. O homem acrescentou que teve uma crise fúria, pois, a vítima estaria gravando com o celular e dando gargalhadas.

No processo, afirmou que após os disparos saiu do local para se apresentar no Batalhão da Polícia Militar, versão confrontada nos autos, pois a rua e o sentido tomados por eles não correspondia com o caminho para chegar à corporação.

Em relação ao neto, o acusado teria informado que a vítima tinha direito de fazer uma ligação por dia, durante vinte minutos, determinada pela Justiça. Durante uma dessas ligações, o autor dos disparos disse ter ouvido a vítima falar ao filho que a família da mãe era um “ninho de cobras” e que estariam dificultando o contato dele com a criança. O caso teria o deixado contrariado, ainda mais pelos casos de ameça e espancamentos que a filha teria sofrido.

Conforme o processo, a polícia não encontrou nenhum boletim de ocorrência contra a vítima.

O processo

No dia do crime, 15 de fevereiro, o acusado foi preso em flagrante e logo depois a prisão foi convertida em preventiva. Foi constatado que o autor dos disparos já tinha a arma, fato que ele complementou com a informação de que portava o objeto há mais de 30 anos sem registro legal.

Já em 1º de abril, um habeas corpus solicitado pela defesa do acusado foi negado. Em 11 de abril, foi realizada a audiência de instrução de julgamento, quando quatro testemunhas de acusação e sete de defesa foram ouvidas.

A mais recente decisão sobre o caso, publicada no dia 6 de junho, diz que o acusado será julgado pelo Tribunal de Júri. A defesa chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida. Ainda não há data para o julgamento.

A reportagem do jornal O Município Joinville tentou contato com os cinco advogados do acusado, entretanto, não obteve resposta até a publicação desta matéria.


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