Vítimas de acidente entram com pedidos de indenização contra motorista do Jaguar
Sobrevivente e familiares de uma das jovens que morreu iniciaram ações cíveis contra Evanio Prestini
Preso há mais de um mês no Presídio Regional de Blumenau, o motorista acusado de provocar o acidente que matou duas jovens e feriu outras três na BR-470, em fevereiro, terá novas batalhas a responder na Justiça. Vítimas da batida apresentaram à Justiça nesta semana pedidos de indenização por danos materiais e morais.
As duas ações citam Evanio Wylyam Prestini, o proprietário do carro (pai dele) e a seguradora contratada por ele.
Maria Eduarda Kraemer, 25, a sobrevivente que teve ferimentos mais graves, solicitou à Justiça reparação imediata de R$ 162 mil pelos custos com tratamentos médicos, fisioterápicos e psicológicos. Os advogados da vítima também pleiteiam indenizações por danos morais e e estéticos, além da compensação pelo tempo em que Maria Eduarda não poderá exercer atividade profissional. No total, os envolvidos poderiam ser condenados a pagar mais de R$ 800 mil à jovem.
Familiares de Suelen Hedler da Silveira, 21, apresentaram outra ação. Além de uma indenização estipulada em R$ 1,2 milhão para os pais e as duas irmãs da jovem, os advogados demandam uma pensão para a mãe de Suelen, com quem a garota dividia as contas do lar.
Revogação da prisão
Nesta sexta-feira, a defesa de Evanio Wylyam Prestini apresentou um novo pedido de revogação da prisão à Vara Criminal de Gaspar. Tentativas semelhantes já foram negadas tanto na primeira instância quanto no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Na nova tentativa de obter liberdade, o motorista apresenta os documentos de uma perícia privada contratada pela família de Prestini. O material, já apresentado na defesa prévia do motorista no mesmo processo, culpa a motorista do Palio, Thainara Schwartz, pelo acidente e despreza o fato de Prestini estar alcoolizado como causador do acidente.
O acidente
Evanio Prestini dirigia um Jaguar que invadiu a pista contrária e provocou a morte de duas jovens na BR-470, no dia 23 de fevereiro. A juíza da Vara Criminal de Gaspar, Camila Murara Nicoletti, aceitou a denúncia do Ministério Público que o acusa de dois homicídios duplamente qualificados: por aceitar o risco de cometer o crime, ameaçando inclusive outras pessoas, e por não oferecer chance de defesa às vítimas. Ele também responde por três tentativas de homicídio e por um crime de trânsito: dirigir embriagado.
A pena mínima para cada homicídio é de 12 anos de prisão, enquanto cada tentativa de homicídio partiria de oito anos de reclusão. No caso do crime de trânsito, a pena começa em seis meses de cadeia, conforme o Código de Trânsito.