Vítimas de acidente na BR-470 eram primos a caminho do trabalho
Motorista envolvido na batida diz estar arrependido
Os dois homens que morreram em um acidente na BR-470 na noite desta quarta-feira, 20, eram primos. Eles estavam a caminho de uma metalúrgica onde trabalhavam durante a noite. Alex Sandro Barros dos Santos, de 29 anos, tinha uma filha de 13. Eliseu Santos de Morais, 25 anos, tornou-se pai há um mês. Abalada, a família pede por justiça:
“Nós ligamos e nada deles aparecerem… Só soubemos da notícia que estavam mortos. Sabe que não pode beber e bebe. Hoje matou dois, amanhã mata mais dois… Assim que é a lei do Brasil. Não tem o que falar”, lamentou Natália da Silva, cunhada de Alex.
O motorista do Honda CR-V, Claudecir Dias, de 52 anos, que atingiu a motocicleta que os primos estavam, recusou-se a fazer o teste do bafômetro. Porém, por apresentar diversos sinais que denunciavam a ingestão de bebida alcoólica, a Polícia Rodoviária Federal assinou o termo de constatação de embriaguez. O condutor foi preso em flagrante.
Ele passará pela audiência de custódia ainda nesta quinta-feira, 21. O juiz pode ou não determinar a prisão preventiva. Para a Polícia Civil, Dias deve responder por homicídios culposos, com agravante de embriaguez. A Carteira Nacional de Habilitação dele foi recolhida.
Contraponto
Segundo o advogado de defesa, Franklin José de Assis, Dias está arrependido e lamenta as mortes que o acidente causou. Assis não confirma se o cliente estava bêbado e explica que apenas após um estudo detalhado sobre o que ocorreu, incluindo uma perícia no local, é que conseguirá traçar uma estratégia de defesa. A preocupação neste momento é conseguir a liberdade na audiência de custódia:
“E deixando claro para a sociedade, embora isso cause esse clamor, o legislador vem paulatinamente punindo com mais rigor. Antigamente o delegado poderia arbitrar uma fiança, mas não. Agora o crime já é punido com penas de cinco a oito anos de reclusão, o delegado já não tem mais a alçada de arbitrar fiança”, destacou.