Por Stêvão Limana

Existem duas maneiras em que a humanidade costuma se alimentar. A primeira é ligada à subsistência e a segunda ao prazer, momento em que desfrutamos de cada colherada com uma tremenda felicidade. Se é isto que você busca, no Botané Deli Café vão faltar colheres para experimentar e se apaixonar por tudo o que há no cardápio. 

O menu é todo autoral e assinado pela chef Josie Frank, uma blumenauense que desbravou a Europa trabalhando com gastronomia e que durante a pandemia retornou ao Brasil com o sonho de implementar tudo o que aprendeu em um só lugar. 

A expressão “experiência” até tem virado um clichê no mundo do marketing, mas não consigo resumir de outra maneira como é visitar o Botané. Antes de tudo, “comemos com os olhos” só ao ver a beleza dos preparos estampados na vitrine. Por isso, não é difícil encontrar clientes que demoram mais para escolher do que, realmente, comer, por aqui.

Mas, não é só a aparência que encanta, não! Os processos e o conceito da gastronomia que a chef Josie aplica fazem tudo ter mais significado. 

“Aqui, nós damos preferência para o real food, ou seja, comida de verdade. A maioria dos ingredientes vêm de produtores rurais da região, tudo deve ser fresco para dar mais sabores aos nossos pratos. Também não utilizamos produtos industrializados prontos, se eu preciso de uma nata, de uma manteiga, de um molho, a gente faz do zero! Tudo passa pelos nossos processos”, comenta.

Para que isso possa acontecer, a equipe, frequentemente, passa por treinamentos para novas aprendizagens, o que permite com que a cozinha do Botané seja muito flexível, ideal para quem possui algum tipo de restrição alimentar ou preferência.

Valorização dos produtos da região

A consciência de fortalecer a agricultura e os produtos locais também é um dos pilares levados muito a sério pela equipe. Para que isso possa ocorrer, toda uma rede de fornecedores do Vale do Itajaí é formada. 

O leite, por exemplo, vem todo de produtores de Pomerode, as frutas de agricultores de Rodeio ou de outras cidades da região. 

Além dos produtos primários, as iguarias do Vale que são referências no Brasil também ganham protagonismo nos alimentos, como é o caso do pão de queijo feito com os queijos Sudbrack e Pomerode da Vermont Alimentos, empresa criada pelos irmãos Mendes.

– Aqui, preciso confessar! Este é um dos melhores pães de queijo que eu já comi em toda minha vida!

Aumento gradativo de clientes

A Botané fica na rua Frederico Jensen, no bairro Itoupavazinha. Se formos pensar, bem longe de onde os principais restaurantes da cidade costumam estar. No entanto, este também é um ponto diferenciado e positivo. Quem não mora nos arredores acaba se programando para ir, especialmente, até lá, o que transmite um ar de preferência e de valorização da marca. 

Além disso, estar um pouco mais distante do centro não é impedimento para ninguém, já que, em média, o movimento tem aumentado 20% a cada mês. A equipe que começou com apenas poucas pessoas, já está com mais de 12 colaboradores. 

A minha experiência no Botané

Já fui duas vezes até ao Botané. Na primeira, pedi somente um café passado e uma schnecke de nozes com caramelo salgado, como um “lanchinho” (modesto) antes do jantar. Apostei no doce e acertei em cheio! Também conhecida como massinha, a releitura não é nada parecida com um “pão doce”. É recheada, úmida e a consonância dos sabores se integram muito bem na boca.

Na segunda ida, fui pelo turno da manhã e aproveitei o brunch. Posso dizer que foi o momento em que pude “experimentar” todos os conceitos que o Botané preza.

O primeiro prato foi o famoso shakshuka (ovos no purgatório). O que me chamou a atenção foi a robustez do molho de tomate com as especiarias. Nada de sabor de tomate pelado enlatado ou industrializado, as primeiras colheradas foram como um abraço.

Vale a pena chamar a atenção para a qualidade dos ovos, também. Segundo a chef, eles são cozidos por cerca de oito horas em baixas temperaturas na técnica sous-vide, recurso que utiliza o vácuo em água quente, sem contato com o fogo e preserva todas as qualidades da proteína.

Se o primeiro prato já havia sido um sucesso, o segundo foi mais ainda! Indicado pela Joice, experimentei os ovos com salmão. Ele é servido em cima de duas fatias de pão e com molho hollandaise. Mesmo eu que não sou um grande fã de salmão, adorei o prato de início ao fim.

Para fechar o meu brunch, fui servido com uma novidade do Botané, o pudim de chia. As sementes são hidratadas durante oito horas em leite de coco, o que traz uma untosidade muito gostosa, além de estar acompanhada por cereais e frutas vermelhas. Foi uma surpresa! Uma sobremesa muito agradável, equilibrada e com porção bem generosa.

Faço aqui um adendo a algo que gosto muito, também: o capricho com as louças. Tudo foi servido em porcelanas de alta qualidade e que compuseram, esteticamente, muito bem no ambiente.

Portanto, se você está lendo este texto e ainda não conhece o Botané, super recomendo para quem quiser tomar um bom café da manhã, fazer um brunch, almoçar ou até para aquele cafezinho no final da tarde. 

Já antecipo que em breve também será possível degustar vinhos e espumantes no local, mas isso é assunto para daqui a algumas semanas!

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