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Como viver Blumenau? O desafio de um forasteiro

Por Stêvão Limana

Confesso que quando recebi o convite para ocupar este espaço no “O Município Blumenau”, fiz uma pergunta a mim mesmo: como poderia, eu – um “forasteiro” – que vive há três anos por aqui tentar compartilhar dicas e apresentar as novidades para a vida social e cultural da cidade? 

A indagação persistiu por alguns dias. Acho que herdei um ceticismo às minhas próprias possibilidades após ter no meu subconsciente a pré-disposição ao empirismo de David Hume. Após a crise do “eu lírico”, decidi refletir e pensar que esta poderia ser uma das maiores experiências e desafios que eu estava a enfrentar. Afinal, desde que coloquei meus pés na rodoviária de Blumenau pela primeira vez, decidi que aqui seria o local onde eu fincaria raízes – profissionais e pessoais. 

Oriundo de uma cultura gaúcha, bairrista, interiorana e, predominantemente, italiana, sabia que seria necessário abdicar das tradições de berço para imergir em um mundo pujante, intenso e inovador que é o Vale do Itajaí. 

Ao trocar a bombacha pela lederhosen, aprendi a viver a atmosfera da cidade. Conheci os símbolos, a história e o legado dos antepassados que ajudaram a erguer o que temos ao nosso redor. Também precisei adaptar o costelão pelo filé duplo, o bolo pela cuca e o horário de ir até às padarias, já que é impossível encontrar um pãozinho fresco depois das 17h. Por aqui, tudo funciona mais cedo!

Foi dentro de um carro de duas emissoras de TV que desbravei os quatro cantos da região por mais de três anos. Aliás, acredito que esta é a melhor profissão para um novato em qualquer local, já que todos os dias conhecemos novas pessoas e histórias. Lembro-me que nas primeiras saídas para a gravação de reportagens, sempre ficava muito surpreso com a quantidade de empresas gigantes que eu avistava e pensava: estou em uma cidade que é muito diferente das demais. Multinacionais para lá, multinacionais para cá. O berço do empreendedorismo está entre nós.

Com o passar dos meses, o jornalismo também proporcionou um contato muito próximo à cultura e à gastronomia germânica. Sempre fiz questão de experimentar e entender os processos e os sabores de cada prato que está eternizado no “cardápio típico” blumenauense. Foram tantos episódios que, aos poucos, tudo isso virou uma paixão. Criei amizade com chefs de cozinha e, além disso, aprendi muito sobre o universo dos vinhos, o qual eu defino como “a melhor combinação”.

Com todo este histórico e os novos universos surgindo no meu dia a dia, acreditei ser o momento ideal de poder compartilhar com toda a audiência as boas histórias da cidade. Saindo um pouquinho da instância tradicional para falar de iniciativas que inspiram, movimentam a economia e aguçam a nossa fome!

Seja bem-vindo à coluna Viver O Município. 

Foto: Drone Blumenau (@droneblumenau)


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