Wanderlei Laureth (Avante) fala sobre atenção aos bairros, esporte e economia de verba pública

Candidato é conhecido por ter sido presidente do Blumenau Esporte Clube (BEC)

Idade: 36 anos
Naturalidade: Blumenau
Profissão: Empresário
Grau de instrução: Ensino Médio completo
Número na urna: 
70

Confira o perfil completo do candidato. 

Natural do bairro Garcia, Wanderlei Laureth entrou no ramo da refrigeração aos 16 anos, abrindo a própria empresa após se casar. O candidato tem uma filha e aguarda o nascimento do segundo filho no início do ano que vem.

Foi em 2013 que o blumenauense se aproximou do cargo pelo qual ficou conhecido, tendo sido presidente do BEC até 2018. Também do Avente, sua vice Rosângela Vieira Cassenote é empresária e consultora da área química.

Se preferir, ouça a entrevista no podcast do jornal O Município Blumenau no player abaixo:

Em entrevista, o candidato falou sobre suas propostas de mudanças para a cidade, especialmente na economia de verbas públicas. Laureth promete economizar ao menos 10% da arrecadação de 2021. Ele também falou sobre esporte, educação e mobilidade urbana.

“Blumenau só chegou ao ponto de ser essa cidade maravilhosa, boa de morar e ainda tem pouco crime porque nosso povo é guerreiro e trabalhador. Eu e você somos a mudança que a cidade precisa”, disse.

Assista à entrevista na íntegra:

O que o senhor pretende fazer para atrair investidores e empreendedores para a cidade?

Primeiro temos que pensar na economia do ano que vem com tudo que vem acontecendo. Mas a cidade já vem a cada ano perdendo uma empresa pequena, médio ou grande porte. A maior desculpa é a questão da mobilidade, logística. Por isso a mobilidade urbana é tão importante. Precisamos pensar em uma logística para essas pessoas.

Também precisamos dar um incentivo fiscal legal. E não podemos mais tratar o empreendedor como vagabundo, como é o caso dos vendedores ambulantes. É errado ele estar na sinaleira? Sim. Mas a prefeitura tem que apoiar esse cara e regularizar a situação.

Eu, como candidato, prometo ajudar o vendedor ambulante e acabar com a burocracia. Transformar nossa cidade em uma cidade melhor para quem quer trabalhar. Chega de só ajudar os grandes.

Uma das suas propostas é a construção de um rodoanel, mas no plano de governo não especifica onde, com quais recursos uma obra desse porte será feita e que trânsito resolveria?

Ele tem que sair do Garcia, passar pela Ponta Aguda, Fortaleza, Itoupava Central, Badenfurt, Velha, Salto e volta pro Garcia. Isso vai facilitar a logística para as empresas e para quem mora nos bairros. Vamos empreender para facilitar para grandes montadoras e empresas para trabalhar nesses bairros.

Não tem como especificar o custo total dele, mas dá pra fazer. Tem verba federal, estadual. Toda obra dá pra fazer, tudo dá pra melhorar. O que falta em Blumenau é gente séria, gente técnica nas secretarias, gestão de verdade.

O senhor que construir o hospital infantil e de apoio à gestante. A prefeitura já coloca cerca de 25% da arrecadação na Saúde. De onde viria o dinheiro para construção e para manter esse hospital?

Se hoje não tem dinheiro, é porque é jogado no lixo. O tanto de comissionado que tem na Saúde, que não entende nada. O secretário é um pau mandado do prefeito. Investindo mais de 25% não conseguem fazer um negócio bem feito.

O que precisamos fazer de imediato, é descentralizar a saúde de Blumenau. As filas intermináveis da urgência e emergência do Santo Antônio precisam ser distribuídas para cada canto da cidade. Vamos transformar os principais AGs em 24 horas totalmente equipados, com raio-X, ultrassom, UTI.

Eu estou assumindo o compromisso de economizar no mínimo 10% nosso orçamento. Não vou tirar da educação, da saúde ou de obras. Vou tirar da carne das nossas secretarias. Vamos secar as torneiras, acabou a mamata no Samae.

O que faremos é transformar o AG do Centro, na República Argentina, em 24 horas focado em pediátrico e gestantes. Gestante em Blumenau é tratada igual lixo.

O senhor quer criar a Guarda Armada, a Secretaria de Segurança Pública, o Setor de Atendimento de Agressão à Mulher. Todos esses serviços são de competência das polícias Militar e Civil, do Governo do Estado. A prefeitura vai assumir esses compromissos?

Primeira coisa que temos que pensar é o seguinte: o serviço que está sendo feito pelo Governo do Estado é bom? Tá dando conta? Não estamos sofrendo todos os dias com crimes? Não acabamos de ver mais de 200 kg de maconha sendo presos em tempo de campanha?

Vamos criar a Secretaria de Segurança não para bater de frente com a Polícia Militar. Queremos agregar. A Guarda Armada não é de trânsito, porque eles se tornarão agentes de trânsito e continuarão fazendo o trabalho que fazem. A Guarda Armada é para dar segurança para nosso povo.

O dinheiro para isso já é mandado, que a prefeitura ajuda a Polícia Militar. E na legislação, através do Governo Federal, se você fizer um projeto bem feito o dinheiro vem. É só deixar de gastar R$ 5 milhões por mês com comissionados e R$ 30 milhões por ano com propaganda.

A mulher muitas vezes muda ideia até chegar na Delegacia, por pressão externa. A Guarda Armada e a Polícia Militar vão colher o testemunho na hora. Isso vai acabar.

Como fazer a divisão entre os trabalhos da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Armada?

A função da Polícia Civil é investigar. A Polícia Militar é combater os crimes na rua. Só que infelizmente o Governo de Santa Catarina nunca teve interesse suficiente em nós. Nunca temos policiais militares suficientes, eles fazem milagre. Queremos incorporar a Guarda Armada, cada um tendo seu setor. Isso vai ser conversado e alinhado com a Secretaria do Estado de Segurança.

Tivemos o impacto da pandemia na arrecadação municipal. Como aumentar a arrecadação da cidade no ano que vem?

Acho que vai ser bem difícil aumentar a arrecadação. O que podemos fazer é economizar o que já vem. Fechando as torneiras abertas que têm, vai sobrar dinheiro. Ano que vem é um ano de cortar na carne, coisa que os políticos não fizeram esse ano. E o povo passando necessidade.

Se incentivarmos o empreendedor a fazer o negócio funcionar, abrir portas, ir para sinaleira regularizado… Um morador da Fortaleza começou a fazer lanches para vender para os vizinhos e a Vigilância Sanitária foi lá e fechou. Tem que chamar ele para regularizar. Nós seremos amigo dos empreendedores, acabar com a burocracia. Vamos tirar dinheiro da verba para emprestar sem juros.

O senhor quer implantar uma reforma para acabar com a fiação nas ruas da cidade e outdoors, que poluem visualmente a cidade. Como negociar com empresas privadas e fazer com que a Celesc mude toda situação da cidade?

A questão da fiação boa parte da rua Amazonas já está no orçamento. Precisamos cobrar que continuem o serviço. Como eu posso querer uma cidade com mobilidade urbana e inclusiva com postes e placas no meio da calçada? Precisamos pensar no futuro da cidade. Podemos ajudar a Celesc, fazer parcerias.

Já os outdoors, realmente são empresas privadas. Pensamos em conversar com eles porque tem lugar que tem demais e acaba poluindo a cidade. Uma cidade moderna precisa repensar isso. É algo que vamos sentar, conversar, ver se dá para mudar o estilo, o local. Blumenau precisa se unir.

No seu plano de governo você fala em colocar ar condicionado nos ônibus e substituir os veículos que estão hoje na cidade por outros movidos por gás natural ou elétricos. Como fazer isso com a BluMob se já existe um contrato em vigência?

Todo mundo sabe como a BluMob veio para Blumenau. O povo hoje não tem o mínimo conforto para andar de ônibus, que é o ar condicionado. Vamos ampliar a concessão para pelo menos mais duas empresas. Chamar a empresa para conversar e perguntar se eles conseguem cumprir os requisitos. Se não se adequar, vai conversar com o jurídico.

Precisamos pensar em um transporte rápido para Blumenau. Por exemplo, quem mora na Itoupava Central e trabalha no Garcia ou no Centro não pode pegar um ônibus pinga-pinga. Nós voltamos no passado. Ao invés de melhorar os ônibus, pioramos. Tínhamos minhocão que rodava pela cidade, voltamos para ônibus menos.

O ônibus a gás é simples. Hoje o lixo de Blumenau é jogado num caminhão e paga-se milhões de reais para levar em Brusque no aterro. Vamos aumentar a coleta do reciclável, pegar o lixo orgânico, levar para uma usina que vamos construir e fabricar o gás. Para o ônibus, para os carros da prefeitura, para pessoas de baixa renda que não têm condições de pagar.

O que o seu governo pensa em fazer para retomada dos eventos e do turismo em Blumenau após a pandemia?

Precisamos trocar o Secretario de Turismo, o Ricardo Stodieck precisa voltar. O trabalho que ele fez em Blumenau, principalmente na Vila Germânica, é sensacional. É só comparar quanto ele arrecadou com a Oktoberfest com anos anteriores. Foi de R$ 500 mil para R$ 8 milhões. Foi ele sair que baixou para R$ 5 milhões.

Precisamos valorizar nossa cidade. O turista pega um ônibus de Balneário, vai na Vila Germânica ver as lojinhas, vai na Prefeitura fazer foto com aquele trem velho e vai embora. Precisamos levar os turistas nas Caça e Tiros, conhecer nossa cultura e nosso folclore, a Nova Rússia, a Vila Itoupava.

Querem gastar R$ 5 milhões na Prainha, pra dar uma enchente e ir tudo embora. Vou revitalizar tudo, mas gastando o mínimo possível. Ir até o Frohsin de bondinho. Chamar o turista para o rio.

A Secretaria de Planejamento da Prefeitura é um órgão importante para o futuro da cidade. Qual o perfil do secretário que você imagina e quais as principais ações que você planeja?

Tem que ser alguém com conhecimento técnico e de gestão. Além de ter experiência, a pessoa precisa ter pulso firme para garantir economia. Tem que cortar na nossa carne. O meu salário não sou eu que decido, mas se os vereadores decidirem reduzir, nós vamos.

Você já foi presidente do Blumenau Esporte Clube. Como a Fundação Municipal de Esporte vai ajudar os times que já participam de ligas nacionais no seu governo? Blumenau vai ter futebol profissional?

Está no nosso plano de governo a construção de um centro esportivo administrativo e comercial. Isso vai passar por um estudo, então não podemos contar com isso tão cedo. Blumenau é referência no esporte, graças a algumas pessoas que bancam. Porque se dependesse da prefeitura, não ganhava nada.

Deixamos de produzir talentos em Blumenau, porque não temos mais áreas esportivas. Vamos fazer um projeto com o qual vamos trazer verbas específicas para isso. Eu posso garantir que a construção do centro passa pela construção de uma arena, com estádio e 20 mil lugares. Não só para futebol, mas também para grandes shows e eventos.

Vamos investir muito dinheiro, mas não vai ser só público. Vamos fazer parcerias privadas. Mas a parte esportiva tem verba federal para buscar e a parte administrativa vamos economizar dos R$ 10 milhões que são pagos em aluguel na cidade.

Quando eu assumir, vou construir um estádio pequeno para primeira e segunda divisão. Enquanto isso, será construída a arena com conforto e lazer para o blumenaunse. O futebol é o que desestressa as pessoas. É entretenimento para o nosso povo.

Muitos artistas foram afetados pela pandemia. Quais são seus projetos para que eles se recuperem e possam trabalhar em boas condições?

Primeiro vamos levar cultura para dentro das escolas. Quando falo em mudar o jeito de fazer educação em Blumenau, falo em colégios em período integral. No contraturno vai ter cultura, ciência, robótica. Nossos jovens precisam de uma educação de qualidade para aos 14 já trabalharem como jovem aprendiz. As empresas precisam de mão de obra.

Vamos fazer vários eventos de cultura, trazer ela de volta para os bairros, levar as pessoas para os caça e tiros para conhecerem nossa tradição. Blumenau perdeu sua identidade, só é linda no Centro. E os bairros estão abandonados.

No seu tópico sobre mobilidade o senhor fala que vai estimular o uso do carro elétrico. Como estruturar a cidade para ter pontos de carregamento e tornar esse tipo de veículo mais atrativo? Afinal, o preço médio no Brasil ainda é R$ 200 mil.

Primeiro temos que pensar nas pessoas que andam a pé, com cadeira de roda, o ciclista, transporte coletivo e por último o carro. Para estimular o carro elétrico, primeiro temos que construir essa cidade. Isso vai levar um tempinho, mas vai ser construído aos poucos. O carro elétrico já tá aí, é uma realidade.

Precisamos pensar nisso, assim como em tirar os pneus dos ônibus e pensar mais em trilhos. Não é algo que vai ser resolvido ano que vem, mas alguém tem que começar.

Blumenau está fazendo a ligação Velha-Garcia, que segundo o próprio prefeito não é a original, apenas o alargamento de uma rua que já existe. Também temos  a obra do restaurante Frohsin. Se eleito, o senhor vai continuar essas obras? 

A ligação Velha-Garcia que está sendo feita é uma vergonha para Blumenau. Gastar R$ 3 milhões lá é o mesmo que jogar fora. Uma ou outra pessoa vai usar, mas quem realmente conhece sabe que não tem segurança nenhuma.

O Frohsin temos que incentivar o empreendedor a continuar. Vamos montar o bondinho da Prainha até lá para dar mais atrativos para o turista e para Blumenau. Quem mora aqui vai pagar um preço menor.

A atual administração está duplicando a ponte Adolfo Konder no Centro. Existe um outro projeto de construir uma ponte saindo da Rodolfo Freygang até a Ponta Aguda. O senhor pretende levar esse projeto antigo para frente?

Vamos ver o projeto, trazer uma pessoa experiente que entende de trânsito para nós dar um norte na construção de pontes, do rodoavel, de várias obras. Por exemplo, ligar a rua Amazonas e Herman Huscher. Blumenau não tem especialista.

A ponte do Mirelo, no Garcia, tá há três anos pra acabar. Já gastaram R$ 8 milhões. A ponte aqui do Centro já estão alçando. Esse é o tratamento que os bairros têm.


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