Capa: casa construída pelo sogro de Paul Lang, o primeiro proprietário, que se casou em 1886. Esta casa tem indícios de que foi construída no século XIX e não em 1910, conforme registrado no Projeto Memorvale.

Esta edificação, a Casa Paul Lang, que pertenceu ao Patrimônio Histórico Arquitetônico de Blumenau e também registrada no Projeto Memorvale, é apresentada na sequência da Casa Soares porque ambas ocupavam terrenos vizinhos localizados na Rua São Paulo. Esta, na época, sob o número 1731. Com as mudanças no sistema viário local, atualmente dá a impressão de estar localizada na Rua Paul Werner.

Localização das duas casas históricas pertencente ao patrimônio Casa Paul Lang e Casa Soares.
Localização das duas casas históricas pertencente ao patrimônio Casa Paul Lang e Casa Soares.
A Casa que restou além da Casa Paul Lang e da Casa Soares – denominada no Registro de Casa Alberto D. (O sobrenome não está correto e não sabemos como era o nome original de seu proprietário.
É possível observar muitas casas com suas paredes rebocadas e munidas do decorativismo da era “neos”.

A Casa Paul Lang, de acordo com seu registro no Projeto Memorvale, foi construída em 1910, um pouco mais afastada da centralidade de Blumenau, próximo à comunidade de Altona, ou, talvez, no limite desta comunidade, que era marcada pela propriedade da cervejaria de Karl Rischbieter.

Em 1910, não mais se construía – usando a técnica enxaimel com estrutura aparente na centralidade de Blumenau. Muitas vezes se “escondia” a estrutura enxaimel com reboco e também sua marca, através de suas tipologias presentes na paisagem, encobrindo-as com o decorativismo “neo”, estilo internacional do início do século XX, adotado pelos novos ricos, comerciantes e industriais que surgiam na sociedade local, dentro deste recorte de tempo histórico.

Muitos adotavam as orientações construtivas usadas na Alemanha, por meio do barroco tardio, oriundo da Itália, que, por suas restrições, exigiam que as casas com estrutura de madeira fossem rebocadas, para segurança contra incêndios. E assim era feito, com apliques de elementos do neoclássico, neogótico e neobarroco, explicando a presença de casas rebocadas no Stadtplatz de Blumenau na década de 1880, ao menos a fachada frontal.

Rua XV de Novembro – início do século XX.

Quanto à Casa Paul Lang, registrada no Projeto Memorvale, destacamos ser uma volumetria “eclética”, dentro da classificação que fizemos em nossa pesquisa sob aspectos das tipologias rurais e urbanas, com a técnica construtiva enxaimel. Possui anexos característicos da Casa Permanente Rural e Urbana, ou seja, possui a varanda, anexo da casa enxaimel rural, e a mansarda com a presença do Dachgaube, anexo da casa enxaimel urbana em Blumenau.

Aparentemente, foi construída como a casa enxaimel local primitiva, desprovida de anexos, planta retangular, limpa, com o destaque para a simetria da fachada, com localização da porta principal em duas folhas entalhadas, localizada no centro da fachada, ladeadas por altas janelas envidraçadas com bandeira móvel acompanhando as folhas da janela.

O que nos leva a deduzir que a varanda e o Dachgaube foram construídos posteriormente, é que ambos apresentam técnica construtiva diferente – madeira somente, e os pilares de alvenaria autoportante têm aspectos que destoam do fechamento de tijolos do corpo principal. Observa-se que houve o fechamento de uma porta lateral, com a presença na estrutura de madeira e munida de fechamento de tijolos maciços aparentes. O telhado característico de estrutura de madeira coberto com telhas planas ou rabo de castor. A varanda apresenta guarda-corpo em alvenaria de tijolos rebocados, com a presença de floreiras engastadas, decerto para receber gerânios coloridos, como constam no registo do Memorvale.

Desconhecemos a data correta em que esta casa foi demolida, mas lembramos dela na paisagem. Observando sua arquitetura, podemos afirmar que esta edificação histórica não foi construída em 1910.

História das famílias Lüders e Lang

A casa, de acordo com o registro no Projeto Memorvale, foi construída por Friedrich Lüders, pai de Emilie, esta neta de Karl Rischbieter.

Friedrich Lüders era casado com Elise Rischbieter, filha de Karl Rischbieter e Hedwig (Clasen) Rischbieter, proprietários da casa em que está instalado o Norden Bar e Restaurante. Friedrich Lüders foi um dos pioneiros da Colônia Blumenau.

Norden Bar e Restaurante, antiga Casa Rischbieter.

Emilie Rischbieter, que residiu na Casa Paul Lang, casou-se em 8 de setembro de 1886, aos 20 anos de idade, com o pedreiro Paul Lang, nascido em 7 de março de 1857, em Bresslau. Sendo Paul Lang pedreiro, aquele profissional que fazia o fechamento da estrutura enxaimel com tijolos maciços aparentes, perguntamos: não teria Paul ajudado seu sogro, Friedrich Lüders, a construir sua casa?

Paul Lang era filho de Friedrich Lang e Amalie, nascida Kaiser. O pai de Paul chegou a Blumenau, da Alemanha, junto com Friedrich Lüders. Emilie Rischbieter, sua esposa, nasceu em 7 de julho de 1866, em Blumenau, e era filha de Friedrich Lüders, pioneiro que chegou a Blumenau com um grupo de imigrantes, no porto de Itajaí, em 1858. Friedrich Lüders estava no primeiro grupo, de um total de 4 grupos. O primeiro grupo era formado por 58 imigrantes. Observar os nomes contemporâneos que chegaram junto com as famílias Lüders e Lang:

1. Ludwig Scheffer – Pommern
2. August Wolff – Schlesien
3. Heinrich Koch – Oldenburg
4. Johann Hönnicke – Thüringen
5. Johann Wloch – Schlesien
6. Karl Sasse- Mannsfeldischen
7. Emil Odebrecht – Pommern (Eng. Agrimensor pioneiro da família Odebrecht)
8. Johann Witt – Lübeck
9. Ludwig Prabst – Hamburg
10. Friedrich Von Lesecke – Hannover
11. Heinrich Michel – Schlesien
12. Wilhelm Küchendahl – Braunschweig
13. Ernst Schellenberger – Thüringen
14. Franz Keiner – Thüringen
15. Theodor Kleine – Posen
16. Hermann Siebert – Magdeburg
17. Wilhelm Schifter – Berlin
18. Gottlieb Riediger – Schlesien
19. Friedrich Lang – Schlesien – Pai de Paul Lang que residiu na Casa
20. Johann Behnke – Holstein
21. Ludwig Sachtleben – Halberstädtischen – (Casa Azul do Centro Histórico)
21. Franz Meier – Halberstädtischen
22. Karl Meier – Mecklenburg
22. August Spierling – Mecklenburg
23. Julius Baumgarten – Braunschweig (Kulturverein e Maçonaria)
24. Wilhelm Friedenreich – Mannsfeldischen
25 Heinrich Zwingmann – Fichsfelde
25. Heinrich Zwingmann – Eichsteige
26. Hermann Wendeburg – Braunschweig (Diretor interino da Colônia Blumenau)
27. Reinhold Gärtner – Braunschweig
28. Minna Görner – Lausitz
29. Marie Rosemann, viúva – Schlesien
30. –
31. Johann Padaratz – Mecklenburg
32. Friedrich Tiedt – Pommern
33. Eduard Böttcher – Lübeck
34. Christian Imroth – Braunschweig
35. Johann Gieseler – Mecklenburg
36. Johann Preilliper – Thüringen
37. Hans Kreutzfeld – Lübeck
38. Sophie Bähr, viúva – Braunschweig
39. Johann Schack – Thüringen
40. Johann Wagenknecht – Thüringen
41. Johann Schreep – Mecklenburg
42. Johann Hübers – Mecklenburg
43. Friedrich Luders – Mecklenburg – Sogro de Paul lang e genro de Karl Rischbieter
44. Traugott Köhler – Sachsen
45. Ludwig Wehmuth – Thüringen
46. Friedrich Jerga – Holstein
47. Johann Richter – Schlesien
48. Karl Küpls – Mecklenburg
49. Christian Moller – Mecklenburg
50. Friedrich Gieseler – Mecklenburg
51. Joachim Maatz – Mecklenburg
52. Heinrich Schmidt – Mecklenburg
53. Friedrich Schmidt – Mecklenburg
54. Hans Esemann – Mecklenburg
55. Theodor Schröder – Berlin
56. Theodor Schröder – Berlin
57. Wilhelm Schumann – Anhalt
58. Karl Kegel – Thüringen
59. Karl Schneider – Schlesien

Observar que o nome de Friedrich Lüders está na lista feita por Hermann Blumenau de pessoas que residiam na Colônia Blumenau em 1869. Curiosamente “abrasileiravam” o nome de alguns e de outros não. Por exemplo, nunca vimos o nome do fundador Hermann escrito de outra maneira, como o faziam com seus xarás, que muitas vezes tinham seus nomes modificados para Germano, tradução para o latim do nome Hermann.

Foram testemunhas do casamento de Paul Lang e Emilie Rischbieter, Leopold Knoblauch, Richard Clasen e Arnold Lüders. A família Knoblauch residiu sempre no atual bairro Victor Konder, na época próximo à chácara de Victor Konder. Um de seus membros foi o arquiteto que projetou a ampliação da Maternidade Johannastift, idealizada e construída pela Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau e inaugurada em 30 de setembro de 1923, mais tarde restaurante Cavalinho Branco.
A família de Paul e de Emilie Lang foi a que residiu pela primeira vez na casa enxaimel que faz parte dos registros do Projeto Memorvale. Como poderia ela ser construída em 1910, se a história das famílias ligada à história da residência é do século XIX, como também sua forma de construir?

Com isso, afirmamos que essa casa era muito mais antiga do que o registro apontado no Projeto Memorvale. Se foi construída pelo pai de Emilie Lüders, Friedrich Lüders, para ela residir com seu marido Paul Lang – pedreiro, foi construída ainda no século XIX. Também, concluímos observando a técnica construtiva enxaimel adotada na sua construção, já observada anteriormente na postagem. Não se construía mais com estas características na área urbana de Blumenau, no século XX.

No Projeto foi cadastrado que sua construção data de 1910. Nesse tempo, Emilie Lang estava com 44 anos de idade e prestes a completar Bodas de Prata. Não confere.
Para registro, parte de seus filhos foram residir em Indaial. Observamos que nesse tempo havia um intercâmbio grande entre as nucleações de Altona e Indaial. Já tivemos outros exemplos. Também registramos que a família Lang tinha laços de amizade e familiares com a família Rischbieter e Clasen, de Karl e Hedwig (nascida Clasen), da comunidade Altona.

Na ficha do Memorvale está registrado que seus primeiros moradores foram membros da família de Paul Lang. No momento do registro do Projeto Memorvale, residia na casa Ilse Baumeier Van de Meene. O nome da família que residia no momento do cadastro no Projeto Memorvale não está correto. Parece ser um nome de descendência belga, a exemplo de outras famílias que fundaram e viviam no município de Ilhota.

Não possuímos outros registros da casa, somente aqueles do terreno em que estava construída, retirados do Google Maps. Foi demolida.

Demolida por ordem da defesa civil por estar em cima da rua. Bernard Van de Meene

Comentário: o traçado da rua foi modificado pelo poder público de Blumenau, que não considerou a tipologia de patrimônio histórico arquitetônico. Como também está passando o trânsito de ônibus no Centro Histórico de Blumenau – muito próximo das edificações mais históricas de toda a região. Portanto, há uma possibilidade para o uso deste argumento no caso do Centro Histórico de Blumenau, sendo que o trânsito passa muito próximo da tipologia enxaimel mais antiga do Vale do Itajaí, a residência de Hermann Wendeburg, localizada na Palmenalee – Rua das Palmeiras atual.

Casa Soares (amarela) e a construção no terreno onde estava a Casa Paul Lang.
Casa construída pelo sogro de Paul Lang, o primeiro proprietário, que se casou em 1886. Esta Casa tem indícios de que foi construída no século XIX e não em 1910, como registrado no Projeto Memorvale.
Casa Soares (amarela) e a construção no terreno onde estava a Casa Paul Lang.

Projeto Cadastramento do Patrimônio Arquitetônico Memorvale

Arquiteto Vilmar Vidor em 1974.

O projeto Cadastramento do Patrimônio Arquitetônico – Memorvale foi a efetivação do cadastramento das principais tipologias pertencentes ao patrimônio histórico arquitetônico de Blumenau e região, nas décadas de 1980 e 1990, e que teve como epílogo o tombamento, pela Fundação Catarinense de Cultura, de vários imóveis no centro de Blumenau, e outros restaurados. O professor Vilmar Vidor foi o idealizador e proponente do projeto, tendo em sua equipe, entre outras pessoas, a professora Amábile M. T. Dorigatti, que também coordenou o mesmo projeto em determinada época.
Para a efetivação prática do projeto, o professor Vilmar Vidor contou com o apoio da FURB, por meio da participação de estagiários acadêmicos da Instituição, que elaboraram o cadastro de imóveis antigos de todos os tipos, linguagem e técnicas construtivas, entre os quais, aqueles construídos com a técnica construtiva enxaimel. O cadastro individual de cada tipologia continha um pequeno relatório técnico, descrição, planta baixa, elevações e fotografias dos imóveis selecionados.

Fichas do Cadastro do Patrimônio Arquitetônico – Memorvale

Ficha do Cadastro do Patrimônio Arquitetônico – Memorvale

Tivemos acessos a mais de 1.100 fichas pertencentes ao Cadastro do Patrimônio Arquitetônico – Memorvale (e que apresentaremos de modo individual, semelhantes à presente amostra, na qual está listada alguma das centenas de tipologias construídas com a técnica construtiva enxaimel, autoportante, e outras técnicas, dentro de diferentes estilos e recortes de tempo, que existem e existiam na cidade de Blumenau e região. O modelo da ficha foi criado pelo professor Vilmar Vidor e sua equipe, e usado para elaborar o pioneiro cadastro do Patrimônio Histórico Arquitetônico, conhecido como Memorvale. De acordo com o professor Vidor, pioneiro nesta pesquisa no Vale do Itajaí, em entrevista cedida ao jornalista Altair Pimpão, em 2 de março de 2014, 2/3 das edificações cadastradas de Blumenau foram demolidas. Atualmente, mais, com certeza.
O assunto patrimônio e este trabalho eram tão novos dentro da academia, na cidade de Blumenau e região, que em algumas fichas, as casas foram definidas como “enchaimel”.

O acervo e seu destino

Ainda na entrevista concedida ao jornalista Altair Carlos Pimpão em 2 de março de 2014, o professor Vilmar Vidor explicou que o fichário dos imóveis foi repassado para a Fundação Cultural de Blumenau, para o Instituto de Pesquisas e Planejamento de Blumenau – IPPUB e para a FURB, onde pesquisamos o acervo. O trabalho foi desenvolvido em parceria entre a FURB e o IPPUB, e foi muito facilitado e viabilizado, porque o professor Vidor era presidente do IPPUB, e, simultaneamente, professor da FURB, o que lhe permitiu “diminuir distâncias” e a burocracia para o êxito do projeto.

A partir do projeto de Cadastramento do Patrimônio Arquitetônico, conhecido como Memorvale, a professora do Curso de Serviço Social da FURB – Amábile M. T. Dorigatti, criou a Associação dos Proprietários de Imóveis Antigos, iniciativa importante para o êxito do projeto, sua fluidez, levantamentos e efetivação dos cadastramentos das edificações históricas, viabilizando diálogos, projetos e parcerias entre proprietários, pesquisadores e poder público.

Desta forma, a equipe de pesquisas coordenada pelo Professor Vilmar Vidor mantinha um diálogo permanente com os proprietários de imóveis antigos, através da associação que tinha uma cadeira no Conselho do Patrimônio Histórico de Blumenau, e também, no Conselho de Planejamento Urbano de Blumenau. Nas assembleias desta Associação, a municipalidade e os proprietários debatiam sobre a manutenção do patrimônio e sobre possíveis políticas preservacionistas. Existia um Estatuto e as reuniões eram periódicas.

Para este material da Memorvale que pesquisamos, acessamos o Setor de Documentos Especiais da Biblioteca da FURB.

Na sequência, os links de algumas das Edificações Históricas, demolidas ou não, seus estudos, fotografias e a sua ficha do Projeto Memorvale. Para acessar, basta clicar sobre o Link, na edificação/ficha escolhida de um total de 1100 fichas  contidas no projeto.

      1. Projeto Memorvale – Casa Peter Forbici – Rua Amazonas 1680 – Garcia – Na Paisagem
      2. Johannastift, o Hotel Alameda, a Turismo Holzmann, Zum Weissen Rössel (Cavalinho Branco), a Escola do SENAC Bistrô Johannastift, a Casa de Comércio de Blumenau – 100 anos de História e uso em 2023 – Arquitetura de Blumenau
      3. Projeto Memorvale – Casa Soares – Rua São Paulo  1729
      4. Casa Rischbieter – Ficha Rua São Paulo 1960
      5. Casa Ingrid Fiedler Ficha Rua Paraíba N° 281 (DEMOLIDA!!)
      6. Casa Renato Vianna Ficha Rua Itajaí N° 574
      7. Casa Gropp – Ficha Rua Itajaí N° 667 (DEMOLIDA!!)
      8. Casa Gropp – Ficha Rua Itajaí N° 799 (DEMOLIDA!!)
      9. Projeto Memorvale – Refrigeração Martendal Ltda. – Rua São Paulo N° 1410 – DEMOLIDA em 1988
      10. Projeto Memorvale – Casa Spernau – Rua Bahia N° 1281 – DEMOLIDA em  27 de maio de 2022 –  com autorização da Prefeitura Municipal de Blumenau
      11. Da Associação dos Proprietários de Imóveis Antigos – Instituto Bertha Blumenau – Instituto Histórico de Blumenau – IHB
      12. Da Associação dos Proprietários de Imóveis Antigos – Instituto Bertha Blumenau – Instituto Histórico de Blumenau – IHB

Um registro para a História!

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)

Agenda:

  • Dias 24 e 25 de agosto estaremos apresentando o livro Fragmentos Históricos e fazendo a palestra “Gottlieb Reif de Santa Catarina para Pouso Redondo” na 7ª Feira do Livro de Pouso Redondo.
  • Dias 31 de agosto, com a equipe do jornal O Município Blumenau estaremos no Norte Shopping para o lançamento da exposição No alvo da história, homenagem aos mais de 40 Clubes de Caça e Tiro – mantenedores, entre outros, da tradição na região