Acusado de assassinar vendedor de paçocas em Blumenau será julgado nesta quarta-feira
Crime ocorreu em novembro de 2023
Colaborou Cristóvão Vieira
Nesta quarta-feira, 26, acontecerá o júri de Gleidson Tiago da Cruz, acusado de assassinar a facadas o vendedor de paçocas Giovane Ferreira da Silva de Oliveira, de 29 anos, em frente de um supermercado de Blumenau.
O crime ocorreu em 3 de novembro de 2023. Giovane era uma pessoa em situação de rua e vendia paçocas. Gleidson foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva. A filha do autor, com pouco mais de 2 anos, presenciou o crime.
A data foi designada pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Blumenau. O Tribunal do Júri acontecerá a partir das 9h.
Detalhes do processo
O réu acusado de matar com golpes de faca um vendedor de paçocas será julgado em sessão do Tribunal do Júri agendada para esta quarta-feira, 26, a partir das 9h, sem previsão para o término, no Fórum Central da comarca de Blumenau.
O réu foi pronunciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele segue preso preventivamente em unidade prisional de Blumenau desde a data do crime. Por envolver menor de 18 anos, o processo tramita sob sigilo
O que diz a acusação
A reportagem do jornal O Município Blumenau tentou conversar com as promotoras do caso para comentar sobre a expectativa para o julgamento. No entanto, as promotoras Thayse Göedert Pauli e Marina Saade Laux informaram que estão se preparando para o júri e que não se pronunciarão no momento.
O que diz a defesa
O advogado de defesa Rodolfo Warmeling, que também conta com o apoio dos advogados Luis Felipe Obregon e Vanieli Fachini, diz que espera um julgamento justo.
“A defesa aguarda a sessão de julgamento ocasião em que serão ouvidas as testemunhas requeridas pelas partes, mas em especial, pela primeira vez vamos ouvir a versão do pai da criança. Vamos descobrir todas as nuances que ocorreram naquele dia e o que motivou o enredo de toda aquela situação. Ademais, que tenhamos um julgamento justo e torcemos para que ocorra tudo dentro da normalidade”, diz.
Vítima era vendedor de paçocas
O vendedor de paçocas foi assassinado na no dia 3 de novembro. Gleidson Tiago da Cruz, autor das facadas que mataram o morador de Blumenau, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva.
O juiz Eduardo Passold Reis, que transformou a prisão em flagrante de Gleidson Tiago da Cruz em prisão preventiva, levou em consideração os depoimentos de três testemunhas do fato para tomar a decisão. As testemunhas foram arroladas no processo após darem depoimento para os policiais militares.
Em sua decisão na audiência de custódia, o juiz afirmou que é “inviável dizer que o indiciado agiu em legítima defesa, ao menos nesse momento embrionário das investigações, porque não há nenhum elemento concreto até o momento que pudesse corroborar tal versão”. A hipótese de legítima defesa chegou a ser ventilada em redes sociais.
O juiz acrescentou ainda que o “crime foi praticado de forma violenta e cruel, sendo a vítima atingida por ao menos quinze golpes de faca, tendo o instrumento cortante inclusive ficado preso ao tórax da vítima, que caiu à beira da calçada em local de intenso fluxo de pedestres e veículos”.
Investigação da Polícia
De acordo com a Polícia Civil, por intermédio da Divisão de Investigação Criminal (DIC), a partir dos depoimentos das testemunhas e da análise das imagens de videomonitoramento, foi possível notar que o autor, Gleidson Tiago da Cruz, e a vítima se encontram em dois momentos distintos naquela tarde, sendo o primeiro parcialmente captado pelas câmeras localizadas e que estavam em funcionamento.
Segundo a polícia, no primeiro momento, não houve registro em imagens de discussão, xingamentos, ameaças ou agressões entre as partes. Todavia, testemunhas afirmaram à Polícia Civil que conversaram com a vítima após ela ter sido agredida por uma barra de ferro – parte de um carrinho de criança – pelo suspeito, inclusive, uma delas afirmou ter presenciado as agressões.
Elas narram que a vítima teria motivado a violência sofrida, em razão da oferta de paçoca que teria realizado a filha do autor. A vítima contou à testemunha que houve xingamentos e ameaças recíprocas, e de que o suspeito havia prometido retornar. Por conta disso, a vítima iria até se prevenir, buscando uma faca. E o autor seguiu em direção a sua casa.
Autor teria buscado a faca em casa
No segundo momento, câmeras flagraram o autor entrando no seu prédio e logo em seguida, saindo carregando um carrinho de compras, contendo no bolso externo, um objeto semelhante a faca utilizada no crime, conforme relato da Polícia Civil.
Segundo a investigação, o suspeito seguiu em direção ao supermercado, mesmo podendo utilizar outra entrada para acessar o estabelecimento, ele foi em direção a entrada onde estava a vítima, colocou a criança que está carregando no chão, se aproximou da vítima que estava agachada, e imediatamente iniciaram as agressões com a faca que ele trouxe consigo de casa.
“Diante de todos os elementos informativos angariados, infere-se que o autor, após uma discussão sobre a oferta de uma paçoca, retorna ao local para matar a vítima”, destaca o delegado responsável pela investigação, Bruno Fernando.
Antecedentes dos envolvidos
Quanto aos antecedentes dos envolvidos, a vítima foi presa em flagrante pelo crime de furto no ano de 2014. Já o suspeito foi investigado por crime de furto em 2010, em Minas Gerais.
Na época, o delegado afirmou que somente com a conclusão do laudo cadavérico poderia indicar a quantidade exata de perfurações, mas que a Polícia Civil acreditava que o número deveria passar de 10 facadas.
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