Acusado de matar companheira e filho em Blumenau passará por exame de sanidade mental
Kelber Pereira está aguardando julgamento no Presídio Regional de Blumenau
A Justiça autorizou a realização do exame de sanidade mental em Kelber Pereira, acusado de matar a companheira de 23 anos e o filho de três meses em Blumenau. Esse foi o terceiro pedido feito pelo advogado Rodolfo Warmeling, mas o primeiro aceito pela Justiça.
Nesse último pedido, o advogado salientou que o réu, que está aguardando o julgamento preso, tentou cometer suicídio no Presídio Regional de Blumenau. Além disso, desta vez o Ministério Público de Santa Catarina se posicionou favoravelmente a realização do exame.
“Respeitando sobretudo o luto da família, a gente luta por um processo penal democrático e é nesse sentido que a defesa requer o exame. Além do que, o resultado vai trazer uma prova não somente para a defesa, mas para o processo como um todo. A prova será importante para o processo”, afirmou Rodolfo.
Apesar de autorizarem a realização do exame de sanidade mental, a Justiça recusou outros dois pedidos feitos pelo advogado. Ele solicitava também a transferência de Kelber para uma instituição psiquiátrica ou que recebesse acompanhamento do Centro de Atenção Psicosocial (CAPS).
Como o exame ainda não tem data para ser realizado, o processo foi paralisado. Após concluído, ele será retomado. Tanto a defesa quanto o Ministério Público de Santa Catarina seguem aguardando a marcação do julgamento. Como se trata de um caso em Segredo de Justiça, a promotoria não comenta as movimentações.
O processo
Kelber foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) no fim do mês de agosto, logo após a conclusão do inquérito policial. A denúncia apresentada pela 8ª Promotoria de Justiça de Blumenau imputam ao homem a prática de dois homicídios qualificados e apropriação indébita.
O documento indica que os dois homicídios foram qualificados pelo uso de meio cruel e sem possibilidade de defesa. No caso da companheira, foi também imputado feminicídio e, no caso do bebê, qualificado também por motivo torpe e praticado contra menor de 14 anos.
De acordo com o promotor de Justiça Átila Guastalla Lopes, além dos dois homicídios, o homem também teria praticado o crime de apropriação indébita, pois para perpetrar a fuga teria se apropriado do veículo de propriedade da empresa para a qual o acusado trabalhava. Em depoimento, Kelber disse não saber porque cometeu o crime.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 24 de julho, em horário não esclarecido, no bairro Velha Central. Segundo elementos da investigação, o homem primeiro teria matado a companheira, inicialmente asfixiando-a enquanto ela dormia, e em seguida a esfaqueou no pescoço.
Na sequência, decidiu matar a criança, por alegar não ter como cuidar do bebê de três meses sem a genitora. Da mesma forma que fez com a mãe, matou o bebê com várias facadas no pescoço.
Depois de matar as duas vítimas, o acusado pegou o outro filho do casal, de quase dois anos de idade, e fugiu para São Paulo no carro da empresa para a qual trabalhava, que estava sob sua posse para efetuar um serviço em Itajaí.
Kleber foi detido em uma cidade no interior de São Paulo. A prisão temporária foi convertida em prisão preventiva nesta quarta-feira, 24, após manifestação do MP-SC neste sentido. Ele está atualmente recolhido no Presídio Regional de Blumenau.
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