Água no chope: após derrota em movimento, cervejeiros de Blumenau esperam mais espaço na Oktoberfest

Grupo diz ter sido desprestigiado pela Prefeitura de Blumenau

Na última sexta-feira, 10, a Ambev foi escolhida e anunciada como a Cervejaria Oficial da Oktoberfest para as próximas seis edições – de 2023 até 2028. A definição “jogou água no chope” do movimento de cervejarias artesanais de Blumenau e região, que lutavam para ter a festa apenas com marcas locais.

No início de fevereiro, semanas antes da prefeitura lançar o edital de licitação, o grupo encabeçado pelo Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado de Santa Catarina (Sindibebidas) e da Associação Vale da Cerveja chamou a imprensa e lideranças do Médio Vale do Itajaí para dar força à campanha.

Durante o evento de lançamento oficial do movimento, afirmaram ter condições de suprir a demanda da Oktoberfest, tanto na questão de produção, quanto financeira.

Na questão de capacidade, os cervejeiros artesanais apresentaram uma pesquisa realizada pelo Vale da Cerveja, apontando que a região tem cerca de 30 cervejarias artesanais. Alegaram que apenas as 18 associadas à entidade produzem, juntas, 1,6 milhão de litros ao mês, e que por isso, tinham capacidade produtiva para ampliar ainda mais numa eventual demanda sazonal como a Oktoberfest.

Na questão financeira, apontaram que tinham potencial para entrar com capital de R$ 2,5 a R$ 3 milhões – valor que era superior ao contrato da Prefeitura de Blumenau com Ambev em 2022, que era de R$ 2,55 milhões.

Entretanto, nada foi suficiente para o sucesso do movimento. Semanas depois a licitação foi lançada e a Ambev se sagrou vencedora. Aliás, até com valores bastante superiores ao do ano passado.

Neste ano, a Ambev participou de uma espécie de leilão com a Heineken, por meio da licitação. Com isso, acabou elevando o valor do contrato para R$ 5,11 milhões por edição – o dobro de 2022.

E a derrota foi sentida pelo Sindibebidas. O presidente da entidade, Daniel Reginatto, lamentou a situação e salientou que o foco agora será lutar por mais espaço na festa.

“Infelizmente esse foi o resultado do nosso movimento, não ganhamos nada, ao menos até agora. Estamos aguardando o lançamento da licitação para as artesanais. Hoje temos sete espaços, nosso desejo é que pudesse chegar a 12”, afirmou.

Sobre a licitação da cervejaria oficial, Daniel afirmou que o grupo até iniciou um projeto para criar um consórcio e tentar participar do pleito. Entretanto, o tempo curto do lançamento do edital até a abertura dos envelopes inviabilizaram qualquer possibilidade. Mesmo assim, preferiu não comentar sobre a decisão tomada pela prefeitura.

“Não quero mais comentar sobre isso. Foi um desgaste muito grande, onde parecia que estávamos errados, que queríamos algo errado. Enfim, vamos ver daqui pra frente”, afirmou.


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