Alegria e diversidade artística marcam abertura da 8ª edição do COLMEIA, em Blumenau
Programação intensa e totalmente gratuita segue até domingo, no Teatro Carlos Gomes; Confira a galeria de fotos e a programação completa:
Na manhã deste sábado, 24, começou a 8ª edição do Coletivo Laboral Multicultural de Experimentações e Intervenções Artísticas, o COLMEIA. O evento segue até a noite de domingo, 25, com programação intensa e totalmente gratuita, no Teatro Carlos Gomes.
A proposta é apresentar diversas atividades culturais, como espetáculos de teatro e música, mostras de arte e cinema, em um só lugar, durante todo o fim de semana. Tudo organizado de forma independente por artistas da região.
A primeira programação foi o tradicional Cortejo de Abertura, que movimentou a rua XV de Novembro, no centro da cidade. Às 10h, dezenas de artistas partiram da praça Dr. Blumenau em direção ao Teatro.
Na rua, os olhos de curiosidade, que iam do espanto até a emoção de alegria, acompanhavam a manifestação artística. O cortejo chamou a atenção do auxiliar administrativo, Valmir Nunes, 53 anos, que observava na calçada. “Deveria ter mais vezes, para o povo de Blumenau vir assistir”, comenta.
No outro lado da rua, os olhos da gerente de loja, Eduarda Bonetti, 20, estavam fixos. Ela diz que não conhece muito o COLMEIA, mas ficou empolgada em saber da programação musical. “É muito importante ter eventos assim, gratuito. Sempre me contagia”, conta.
No mesmo estabelecimento, estava a vendedora Lisneia Monteiro, 47. A paulista mora há sete anos em Blumenau e costuma ir em todas as edições do evento.
“É uma emoção que vem de dentro pra fora. O batuque e a alegria das pessoas é contagiante. Acho que é crescimento cultural. Faz parte e acho lindo”, exclama.
A primeira edição do COLMEIA foi em 2012, desde então vêm crescendo e garantindo espaço na agenda dos blumenauenses.
Neste ano, o evento conta com a participação de 150 artistas, divididos em dez Grupos de Trabalho: GT Acessibilidade, GT Cênicas, GT Comunicação, GT Dança, GT Eletrônica, GT HipHop, GT Literatura, GT Mobilidade, GT Música e GT Visuais.
Movimentação cultural
Entre os batuques do maracatu, muita música, bolhas de sabão e entrega de poesias e sorrisos, estava Tatiane Hardt, 35, na personagem Tita Tinta.
Ela é integrante do Grupo Capivara Cultura Rítmica e é participante de longa data do COLMEIA. “Me sinto privilegiada e feliz, temos uma abundância de arte na região, muitos artistas talentosos, e colocá-los na rua para as pessoas conhecerem é muito legal”, diz.
Na companhia da equipe, estava Keila Paiva, 22. A apresentação foi a primeira de Keila, que ensaia há algum tempo. Vinda de Belém do Pará, ela contou estar empolgada.
“Acho que é um evento de resistência e me sinto realizada. Eu venho de uma região com muita movimentação cultural, com muitos coletivos, senti falta quando cheguei por aqui. O COLMEIA é um refúgio, estar mais perto da minha cultura”, destaca.
Apesar da alegria contagiante, muitos desconhecem a manifestação artística. Segundo Eduarda e Lisneia, algumas pessoas soltaram comentários preconceituosos sobre a apresentação.
“Achavam que era macumba. Não é isso, é cultura. Muita gente tem a informação errada, julga e nem vai para conhecer”, diz Eduarda. “Mas quem vai se apaixona”, completa Lisneia.
Organização de longa data
De acordo com um dos moderadores do GT Música, Max Bularque, 55, o cortejo nasceu como uma forma de avisar a população sobre a abertura do evento.
“No início, não tínhamos mídia, então fazíamos o barulho. Este ano estamos mais organizados”, explica.
Max Bularque também participa na organização desde a primeira edição. Ele conta que, atualmente, o COLMEIA possui mais apoios, o que ajuda nos detalhes importantes, como ter uma caixa de som.
Contudo, a manifestação cultural, segundo ele, vai muito além da divulgação. “A música fala do amor a arte, e a gente respira isso”, ressalta.
Acessibilidade na programação
Dentre as novidades da edição, está a criação do GT Acessibilidade. Segundo o cantor Léo Vieira, 20, que esteve na organização do grupo de trabalho, a ideia de criá-lo surgiu em meados de julho.
“Éramos marinheiros de primeira viagem e esse foi o primeiro passo de uma caminhada”, conta.
A inserção da acessibilidade redobrou o trabalho da equipe, mas também teve o apoio de voluntários da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Instituto Federal Catarinense (IFC), da Sociedade Cultural Amigos do Centro Braille de Blumenau (ACBB) e da equipe de teatro.
Destaca-se na programação a peça de teatro O Tartufo, do grupo de teatro FIC, que ocorre às 14h deste sábado, na Praça do Teatro. De acordo com o moderador, o espetáculo é totalmente acessível, com intérprete de libras e audiodescrição.
Além disso, o COLMEIA conta com distribuição de poesias impressas em braille, e no GT Visuais, vão ter obras táteis e com audiodescrição. Na música, no domingo, tem o show de Paulo Germano, às 17h30, e do próprio Léo Vieira, no Pequeno Auditório, ambas com interpretação em libras.
Outras novidades
Na programação, está a primeira apresentação da Orquestra de Sopros do Teatro Carlos Gomes na Praça do Teatro. A exibição ao ar livre ocorre às 15h30 de domingo.
Também, será feita a projeção de poesias nas paredes do Teatro, organizado pelo GT Literatura. E nos dois dias evento, vão ocorrer cinco oficinas de dança.
Confira a programação completa:
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