Assassina de grávida em Canelinha é mentalmente sã e poderá ser julgada pelo crime

Com a conclusão do laudo pericial produzido a pedido da defesa, ação penal que estava suspensa retoma seu curso normal

Nesta segunda-feira, 30, foi juntado ao processo penal o laudo de perícia judicial que atestou sanidade mental de Rozalba Maria Grime. Ela é a assassina da grávida Flávia Godinho Mafra, em Canelinha em agosto. Com a conclusão do laudo, a ação penal, que estava suspensa, seguirá seu curso normal.

O exame foi realizado a pedido da defesa de Rozalba. Ela é denunciada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) pelo homicídio de Flávia com intuito de roubar o bebê.

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Os exames, realizados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), levaram à conclusão de que a ré “não possui qualquer transtorno psiquiátrico, doença mental, perturbação da saúde mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado. Tampouco apresentou alguma dessas condições antes, à época ou após as práticas delituosas em apuração”.

Vítima estava gravida de 36 semanas / Foto: Arquivo pessoal

Assim, a mulher é classificada como imputável, segundo as prerrogativas da responsabilidade penal. Ela será processada pelo crime que supostamente cometeu. O próximo passo do processo é a citação dos réus para resposta inicial à denúncia apresentada pelo Ministério Público.

Além da mulher, seu marido também foi inicialmente denunciado pelo MP-SC. Como ela, preso preventivamente. Porém, a análise de novas provas levaram à conclusão de que ele teria sido enganado pela companheira todo o tempo e sua prisão preventiva foi revogada a pedido do próprio Ministério Público.

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Se nenhum outro elemento surgir no decorrer do processo, o homem também deve ser excluído da denúncia apresentada pela possível prática dos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio, parto suposto, subtração de incapaz e ocultação de cadáver.

Na ação penal, que já foi recebida pelo Judiciário, o MP-SC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas.

Miriany Farias

Relembre o caso

Flávia Godinho Mafra foi morta no dia 27 de agosto e encontrada no dia seguinte. Ela era moradora do bairro Cobre, em Canelinha, e estava grávida de 36 semanas. O corpo foi encontrado no bairro Galera.

Rozalba Maria Grime confessou que matou a vítima com golpes de tijolo na cabeça, de acordo com a Polícia Civil. No depoimento, a mulher afirmou ter usado um estilete para retirar o bebê do útero da gestante. A hemorragia do ferimento causou a morte da vítima.

Assassina planejou o crime em Canelinha

Segundo o delegado, a mulher admitiu ter contado à vítima que haveria um chá de bebê como forma de atraí-la. Flávia tinha saído de carona para um chá de bebê surpresa.

Ainda de acordo com o depoimento, ela levou a grávida para o bairro Galera, e a atacou com diversos golpes de tijolo.

Em seguida, Rozalba teria se encontrado com o companheiro e ido até o Hospital de Canelinha. Lá, informou que o filho da vítima era seu e que fizera o parto em via pública. Então, solicitou ajuda no pós-parto. A equipe do hospital que atendeu a demanda percebeu que as informações eram controversas e acionou a Polícia Militar, que constatou o crime.

Segundo a investigação, Rozalba ficou grávida e perdeu o bebê em janeiro deste ano. Ela não contou aos familiares e teve a ideia de roubar o bebê.


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