Autor de Blumenau usa a própria luta contra a depressão como inspiração para escrever livro

Juliano Baltazar lançará outros três livros simultaneamente em maio

Juliano Baltazar, de 43 anos, é morador do bairro Fortaleza, em Blumenau, e recentemente lançou seu primeiro livro. Intitulada “Conversando com um Depressivo”, a obra foi lançada em setembro do ano passado, publicada pela AZ7 Editora e pode ser adquirida através do site oficial da editora, na Amazon ou no site da Americanas.

“Eu tinha o pensamento de escrever um livro. Há alguns anos tentei escrever o que seria meu primeiro livro, mas percebi que não estava muito bom e acabei deixando a ideia de lado”, conta o escritor, que é formado em Psicologia pela Furb. Porém, a vontade de escrever persistia e a ideia de uma história também, até que, no ano passado, Juliano fez se tornar realidade.

“Conversando com um Depressivo”

O livro conta a história de Luiz Antunes, que sofre de uma grave depressão psicótica há mais de 12 anos. Próximo do seu aniversário de 40 anos, ele decide registrar a sua vida em um caderno. Ao terminar, Luiz vai ao encontro de Juliano, escritor de artigos para um jornal local, que, há poucas semanas, perdeu a mãe para a depressão. “Luiz entrega o caderno para Juliano e diz: Leia! Apenas leia! Uma história emocionante, dramática e assombrosa. Assim é a vida de Luiz!”, a sinopse encerra.

Juliano reitera que a história é uma ficção, porém, foi feita para parecer real. “O leitor entenderá o porquê o próprio autor (eu, no caso) está no livro apenas nas últimas páginas”, confirma. Ele também alerta que, por conter passagens fortes, não é recomendado para menores de 16 anos.

A ideia do livro surgiu tanto dos estudos quanto da vida pessoal de Juliano. Formado em Psicologia, ele focou seus estudos na depressão e fez alguns estágios na área. O escritor também revela que sofre de depressão e a condição o auxiliou a escrever o livro. “Eu escrevi de forma que, as pessoas que estão lendo saibam como é o dia a dia de alguém com depressão. Tentei passar essa verdade no livro”, explica.

“A mensagem que quero passar e o objetivo em que quero chegar é que mesmo estando em 2024, o depressivo ainda é visto como um leproso. Muitas pessoas não querem contato com um depressivo como se fosse algo contagioso. E, com tudo isso, piora muito o quadro de quem tem depressão. O depressivo ainda é visto como um ‘malandro’, como alguém que não quer fazer nada”, o autor reflete.

Juliano Baltazar/Divulgação

Os efeitos da escrita

Juliano recebeu feedbacks interessantes a respeito da obra. “O feedback é a parte mais importante de todo o negócio. Seja na literatura, na música ou em qualquer outro ramo. É o termômetro onde você sabe se algo está bom ou ruim”, explica.

Sobre o comentário e retorno mais importante que já recebeu pelo livro, ele conta a história de uma leitora, por volta dos 30 anos, que entrou em contato. Ela revelou que tinha uma depressão muito grave, mas ninguém da família sabia.

“E disse que, após a leitura do meu livro, era como se alguém tirasse uma venda dos olhos dela. A partir do livro, disse ela, conseguiu contar para a família e o namorado sobre a real condição. Ela havia me falado: ‘Parece que tiraram mais de 100 quilos das minhas costas!’ Eu fico extremamente feliz quando algo que eu escrevi possa fazer bem a outras pessoas”, expressa.

A criação de histórias vem através de muita reflexão. Ele conta que a inspiração surge por saber que as obras serão lidas, que são capazes de transmitir alguma mensagem e impactar a vida do leitor.

Segundo Juliano, a escrita é a parte favorita. Nela, ele anotava as ideias, relia tudo e organizava para transformar propriamente no livro. “Escrevi o original num caderno comum”, ele confessa.

O escritor afirma que a produção e publicação foram muito rápidas. Em duas semanas, o original estava pronto e foi aceito pela Editora AZ7. “Foi um dos dias mais felizes da minha vida quando vi a carta de aprovação no meu e-mail”, conclui.

História do autor

“Minha vida sempre foi muito humilde, mas minha família me incentivou a ler. Desde os gibis e um pouco além, livros de pré-adolescente. Sempre me encantei pela leitura”, narra. “Quanto à música, minha família sempre esteve muito ligada. Eu cresci vendo e ouvindo meu pai tocar sanfona e meu avô pandeiro.”

Juliano é músico há 14 anos e conta que até hoje ainda toca pandeiro da forma que o avô ensinou. Ele esteve na banda Dr. Brown, de 2012 até 2022, e teve uma carreira solo. Contudo, encerrou a carreira por questões pessoais.

“A psicologia sempre foi minha paixão”, revela. Juliano cursou Psicologia na Universidade Regional de Blumenau (Furb), contudo, apenas estagiou na área, por mais que ainda sinta interesse. Atualmente, ele cursa Tanatologia. 

Além do primeiro livro “Conversando Com Um Depressivo”, existem outros cinco. Ao mencionar projetos futuros, o autor promete: “farei algo bem diferenciado e interessante dentro da literatura com a publicação de três livros simultaneamente com previsão para maio”. São eles: “A Morte Sagrada”, “Os Suicidas de James” e o “Durrighan — Uma Vida de Crimes”. Há também romances:  “Agulha e Sangue” e “O Pior Livro do Mundo”.

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