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Bispo emérito de Blumenau critica PL do aborto e defende educação sexual

Entrevista foi concedida a Folha de São Paulo nesta terça-feira

O bispo emérito de Blumenau, dom Angélico Sândalo Bernardino, criticou o projeto de lei que equipara o abordo acima de 22 semanas ao crime de homicídio, inclusive para vítima de estupro. A entrevista foi concedida à jornalista Mônica Bergamo e divulgada na noite desta terça-feira, 18.

O material foi divulgado na Folha de São Paulo e produzido pelas jornalistas Mônica Bergamo, Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith. Na entrevista, o bispo relatou que é preciso promover a educação sexual no país antes de “prender mulheres” por interromper uma gravidez. 

Para ele, punir a mulher sem discutir com profundidade uma situação tão complexa é leviandade. “É uma precipitação legalista. É querer resolver pela lei um problema muito mais amplo e muito mais vasto”, afirma o religioso. 

O bispo, que é um dos religiosos mais respeitados da Igreja Católica, também questionou o momento do debate na Câmara de Deputados e a urgência na discussão e definiu como inadequada. “Uma questão complexa como o aborto não pode ser debatida às vésperas de uma eleição. Qual é a motivação desses políticos que defendem essa proposta?”, questiona o dom Angélico.

Opinião diferente

A opinião do bispo emérito é contrária à adotada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nesta última semana, que apoiou o projeto. Para dom Angélico Sândalo Bernardino, o abordo é crime, porém a mulher é a principal vítima da situação. 

“A pessoa jamais poderia ser punida, porque é vítima”, relata. No caso de mulheres estupradas que engravidam e fazem o abordo, diz, a situação se agrava.

Educação sexual

O bispo emérito de Blumenau também relatou a urgência da educação sexual nas escolas, famílias, igrejas e na sociedade como um geral, baseada na “ciência e na boa informação”. 

“Não podemos prender mulheres antes de darmos a elas, e também aos homens, uma formação sexual e afetiva sólida”, acrescenta. “É lamentável como isso ainda não seja incluído na nossa formação”, completa.

“O aborto deve seguir proibido. É crime, porque mata uma criança. O problema é encarcerar as mulheres de forma indiscriminada quando elas muitas vezes são as vítimas”, finaliza.

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