Covid-19: “A situação de Chapecó vai se espalhar pelo país”, diz prefeito da cidade após colapso

A cidade no oeste do estado registra 100% de ocupação nos leitos de UTI

“Eu quero te dizer francamente: a situação de Chapecó vai se espalhar pelo país”. O alerta foi feito pelo prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD), em entrevista à rádio Bandeirantes nesta terça-feira, 16. Desde o final de semana, a cidade enfrenta um colapso em sua rede de saúde, que já tem 100% dos leitos de UTI ocupados.

“Se você estiver com dinheiro no bolso, você não consegue UTI. Se você estiver sem dinheiro no bolso, você também não consegue UTI. Eu disse para um empresário que estava comigo: torça para não quebrar uma perna, torça para não ter um infarto e reze para não ter um AVC, ou pegar Covid. Agora que as pessoas aqui na cidade começaram a entender”, comenta Rodrigues.

A região oeste já começou a enviar pacientes para outras regiões do estado. A Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau já confirmou que um paciente foi transferido para a cidade. Outros três ainda devem chegar nos próximos dias.

Em coletiva realizada nesta segunda-feira, 15, João Rodrigues também cobrou empenho da população em respeitar as medidas restritivas. “Se cada um não se cuidar, pode abrir 50 hospitais que não vai dar certo. Enquanto não tiver vacinação em massa, vamos cumprindo nossa parte”, defende.

Governo do Estado assume a gestão da pandemia no oeste

Por conta do crescimento no número de casos no oeste catarinense, o Governo do Estado vai assumir a gestão da pandemia na região. O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e o chefe da Casa Civil estadual, Eron Giordani, estão em Chapecó para comandar o gerenciamento da crise.

O governo já confirmou a instalação de mais 22 leitos na cidade, e a transferência de pacientes para outras regiões de Santa Catarina.

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Motivos para o colapso da saúde na região

Reprodução/Redes Sociais

Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, 15, as autoridades falaram sobre as possíveis causas para a situação de colapso na região Oeste. André Motta Ribeiro, secretário de Estado da Saúde, citou a nova variante do coronavírus durante sua fala.

“Nós temos também de considerar a possibilidade de novas cepas circulando. E é fato que essas cepas já estão circulando no país inteiro, e o vírus é assim. Ele é altamente contagioso e se espalha mesmo”, comentou André.

O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, levantou a possibilidade de imigrantes do Amazonas estarem trazendo a variante brasileira para a região. Ele também citou a falta de respeito da população local aos cuidados preventivos.

“Muitos tem controle, e outros são ilegais. Mais de dois mil imigrantes estão aqui. Além disso, a nossa gente foi para a praia, viajou. Não tenha dúvida que daqui a 15 dias, nós vamos ter outro pico aqui. A juventude vai se misturar, tá tudo certo, (o vírus) não pega em ninguém”, ironiza.

O prefeito também relatou que o presidente Jair Bolsonaro entrou em contato com ele, questionando quais eram as necessidades da cidade. Rodrigues respondeu que a maior demanda no momento é mão de obra para atender aos pacientes com covid-19. O superintendente do Ministério da Saúde, Rogério Ribeiro, também está na cidade.

Nova variante já foi registrada em Santa Catarina

Santa Catarina já confirmou o primeiro caso da nova variante do coronavírus. Um homem de 55 anos, da cidade de Joinville, teve o resultado confirmado pela Fiocruz no dia 11 de fevereiro. O paciente esteve em Manaus, capital do Amazonas, no mês de Janeiro. Ele chegou a ser internado, mas teve alta dia 25 do mesmo mês.

Para identificar pacientes que estão infectados com a cepa que circula na região amazônica, já identificada em pelo menos outros dez estados, é preciso realizar um procedimento de sequenciamento genético.

Segundo evidências preliminares, a nova variante conhecida como P.1 é mais infecciosa que a cepa comum do Sars-Cov-2. Os infectologistas afirmam ainda que não existem comprovação de que as vacinas oferecidas no momento não sejam eficazes contra a nova variante.


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