Cinema: poucos lançamentos deixam sessões vazias nas redes de Blumenau

Poucas novidades em cartaz e riscos do vírus mantiveram o público longe das telas

Pipoca esfriando e dezenas de cadeiras vazias: é este o cenário das salas de cinema de Blumenau desde março de 2020. O público já tem retornado gradualmente para os cinemas de Blumenau, mas setor permanece abaixo do necessário.

Durante 2020, as portas das redes da cidade chegaram a ficar fechadas durante mais de sete meses, de março até dezembro, quando puderam retornar com redução de capacidade. Mesmo com a reabertura, as poucas novidades em cartaz e os riscos do vírus mantiveram o público longe das telas.

A unidade do Shopping Neumarkt, a GNC, ainda precisou fechar as portas novamente durante este ano por conta da baixa procura.

“Dependemos das distribuidoras e dos exibidores mundiais. Como a maioria dos cinemas dos Estados Unidos e da Europa estão fechados e o Brasil não tinha todos os lançamentos ainda, em março precisamos fechar novamente”, comenta João Portalete, gerente do local.

Melhora gradual

Em junho, o setor já vem melhorando, principalmente devido as novas estreias e a vacinação gradual dos blumenauenses. Segundo o divulgado pela Arcoplex, alguns títulos já estão conseguindo lotar a capacidade de 90 pessoas (40% do máximo).

O primeiro título a ter chamado a atenção do público foi Mulher Maravilha 2, seguido de Godzilla vs Kong e Velozes e Furiosos 9. Atualmente, o destaque é o filme Invocação do Mal 3, que consegue esgotar os ingressos das sessões em fins de semana.

Apesar de os grandes títulos estarem indo bem, João Portalete, gerente do GNC, comenta que a média de público em todas as sessões é baixa. A unidade tem conseguido vender cerca de 25% da capacidade máxima permitida.

Expectativas

Até o fim do ano, as unidades estão otimistas com uma melhora em todos os números e no retorno do público.

Entre os filmes mais cobiçados prestes a estrear está Um Lugar Silencioso 2, que já teve seu lançamento nos Estados Unidos no dia 28 de maio, arrecadando mais de 250 milhões de dólares em bilheteria mundial. No Brasil, sua estreia está marcada para o dia 24 de junho, um atraso, já que o lançamento estava programado para março de 2020.

O filme da Marvel, Viúva Negra, também deve ser um dos lançamentos que irá movimentar as sessões até o final do ano, marcado para 9 de julho, o título é um promissor para atrair o público.

Financeiro

Com o baixo movimento, algumas unidades estão com dificuldades em gerar lucros e não são todas que conseguem pagar as contas. Os altos custos de manutenção e aluguel do espaço do shopping estão entre os principais gastos.

No Arcoplex, do Shopping Park Europeu, três dos antes nove funcionários chegaram a sair da equipe, mas todos teriam pedido as contas enquanto a unidade estava fechada. Nem a unidade, nem a GNC, registraram demissões durante a pandemia.

Netflix e Disney+

Com os cinemas fechados, o público precisou encontrar novas formas de assistir à sétima arte. Durante a pandemia, a Netflix divulgou os resultados do quarto semestre, onde eles alcançaram a marca de 200 milhões de assinantes, o recorde da empresa até aquele momento.

O sucesso das empresas de streaming vem, principalmente, pela sua abundância de conteúdo on demand e pelo baixo custo, ou seja, os assinantes possuem muitos filmes e séries para assistir a qualquer momento com mensalidades abaixo de R$ 50.

Além da Netflix e da Amazon Prime, duas gigantes no ramo, a Walt Disney Company também começou a adotar o serviço durante a pandemia. Lançada no Brasil durante novembro de 2020, o Disney+ reúne todo o conteúdo antigo e os lançamentos da empresa.

A presença de mercado foi tão forte que a Disney já vem largando mão das bilheterias de cinemas, no Disney+, os lançamentos dos títulos são simultâneos com os cinemas. No dia 9 de julho, por exemplo, o filme da Viúva Negra também estará disponível no Disney+ pelo custo de R$ 69,90, aqueles que não quiserem ir até os cinemas para assistir, podem acompanhar de casa a qualquer momento.

Apesar dessa nova forma de oferecer os produtos, a indústria dos cinemas está confiante que a experiência de ir ao cinema vai garantir a fidelidade do público.

“Existe concorrência, mas é a mesma história que diziam que as locadoras iriam acabar com o cinema, nada se compara com a experiência de assistir um lançamento em uma sala de cinema com toda sua magia e qualidade de som e imagem, isso as plataformas não conseguem oferecer”, finaliza João Portalete.


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