Conheça a banda Acidental, que resiste há cinco anos no cenário artístico de Blumenau

Criada pelo blumenauense Alexandre Machado, Acidental é uma banda independente que busca experimentar dentro da música brasileira

Idealizada pelo blumenauense Alexandre Machado, a banda Acidental há cinco anos trilha caminhos e conquista espaços na música brasileira. Com um estilo voltado principalmente para o indie, neste ano lançaram o primeiro álbum, denominado “Objetos arremessados pela janela“.

Joe Gomes, Alexandre Machado e Léo Ferlin, integrantes da banda Acidental. Foto: Banda Acidental / Divulgação.

História da banda

O Acidental nasceu em 2015 devido ao final da banda Parachamas, que Alexandre integrava desde 2006. Após uma trajetória de mais de dez anos, os demais participantes decidiram parar. No entanto, Alexandre não possuía a mesma vontade. Com a intenção de ter um projeto longevo, ele decidiu criar uma banda sem membros fixos.

“Quando você coloca seus projetos na mão de outras pessoas, elas desistem sem você ter o que fazer, não queria que dessa vez fosse desse jeito. É importante para mim ter esse canal para expor o que penso e o que sinto. Isso aqui é algo particular”, explica o vocalista.

Contudo, para os shows e gravações da banda, Alexandre conta com o apoio de dois artistas. No momento, quem toca junto com ele é o baterista Léo Ferlin, de 35 anos, conhecido como “Grillo”, e o baixista Joe Gomes, de 55 anos, que fez o baixo nas primeiras gravações da cantora Pitty.

Gravações

Entre 2015 e 2017 a banda não fez nenhum show, apenas se dedicou à produção das músicas e divulgação do material. Foram lançados singles e EPs, que serviram como um laboratório experimental para Alexandre entender como seria o primeiro álbum.

 

“Quando montei o Acidental não sabia muito bem como iria ser, fui tentando e experimentando várias coisas, até o momento em que eu entendi como seria o primeiro disco”, relembra.

De 2015 a 2018 a banda lançou cinco EPs nas plataformas de streaming, cada um com duas faixas. Em 2019, todo esse material foi compilado no CD “Grandes Momentos 2015 – 2018”, que traz também sobras de estúdio e versões acústicas inéditas até então.

Em novembro de 2019, Alexandre começou a compor as canções do primeiro álbum, “Objetos Arremessados Pela Janela”. Em fevereiro de 2020, já estava praticamente tudo gravado, porém, devido ao contexto pandêmico, decidiu que o álbum seria lançado apenas em 2021, movido pela esperança de que a situação melhorasse no ano seguinte.

Portanto, em maio de 2021, a banda lançou o trabalho nas plataformas e também nos formatos físicos CD e Vinil. O disco figurou entre os “50 Melhores Álbuns Nacionais de 2021” pelo site Tenho Mais Discos Que Amigos.

“Foi um disco legal de fazer, com bastante pontos positivos. Trabalhamos as músicas com videoclipes e temos cinco produções audiovisuais de um disco que tem nove canções. O feedback está sendo bem legal”, conta Alexandre.

Inspiração para compor

 

Norteado por uma inquietante vontade de experimentar, o grupo não segue uma única linha em suas composições, dando oportunidade ao público de avaliar o trabalho. As canções da banda costumam ser densas e contar com melodias e temas introspectivos.

Quando questionado sobre de onde surge a inspiração para compor, Alexandre diz que é muito subjetivo, afinal, está sempre compondo.

“A gente respira isso. Sempre que estou estudando um pouco de música, seja parte teórica ou técnica, acabo compondo um riff de guitarra, uma melodia de voz, e aí acaba surgindo um pedaço de letra. Anoto num caderninho de rascunho e, às vezes, acertamos em algo que acaba vindo a ser uma música”, explica o artista.

Dentro de um Outono

A música Dentro de um Outono é a última faixa do álbum “Objetos Arremessados pela Janela” e é a composição favorita de Alexandre. A canção foi feita dentro de seu apartamento e reflete a época em que ficou muito sozinho em casa, apenas ele e o cachorro.

“No final da música tem o meu cachorro latindo. Vai ser uma memória eterna de um momento que passei”, relata.

Alexandre, idealizador da banda Acidental. Foto: Divulgação.

Shows

No ano de 2017, aconteceu o primeiro show da banda. Ainda naquela época, passaram em turnê por cidades do Sul, Sudeste e Nordeste.

Contudo, um dos momentos mais marcantes da banda foi em 2018, quando a equipe saiu de São Paulo e foram de carro até o Nordeste realizar uma turnê de 12 shows em 29 dias. Alexandre afirma que a experiência foi um dos melhores momentos de sua vida.

“Foi muito legal porque conseguimos passar por cidades que dificilmente uma banda vai tocar. Foi uma bagagem cultural importante também para entender o tamanho do Brasil e todas dificuldades que cada região apresenta”, relembra.

Arte independente em Blumenau

Alexandre sempre teve uma forte conexão com a música, mas foi com 15 anos, quando o artista conseguiu comprar os primeiros instrumentos, que começou a ter bandas e viver da paixão diariamente.

Com a banda Parachamas, o musicista se deparou com a necessidade de viver a arte em uma cidade grande e se mudou para São Paulo. Quando questionado sobre ser artista em Blumenau, Alexandre afirma que as coisas acontecem de forma mais devagar, mas que a internet abriu mais espaços.

“Hoje com a internet está melhor, não vejo mais como um super problema, mas acho que chegará um momento em que você vai ter que decidir se ficará em Blumenau, cidade de 300 mil habitantes, ou vai dar um upgrade e partir pra uma cidade grande”, afirma.

Atualmente, o artista vive em em uma “ponte” entre São Paulo e Blumenau, uma vez que os outros músicos não são da cidade. Joe mora no sul de Minas Gerais, enquanto Grillo e o produtor da banda são de SP.

“Fiquei muitos anos em Blumenau com a Parachamas, mas para que possamos valorizar e ter shows com mais público não podemos ficar tocando sempre no mesmo lugar. Portanto, decidimos sair da cidade por não ter mais tantos locais para tocar. Mas conheço muitas bandas que estão só em Blumenau e conseguem trabalhar dentro das limitações”, relata.

Quanto a valorização da arte local, Alexandre diz perceber muitos talentos sendo revelados no cenário regional e conquistando público. Contudo, depende do segmento e estilo musical.

“Arte é o que a população quer ver. Tem estilos que tão em alta e vão atrair mais público. Já teve uma época melhor pro meu tipo de som, que é o indie e o rock alternativo, mas se formos olhar pra mpb e para o trap, por exemplo, vemos muita gente aparecer por aí”, declara.

Alexandre Machado. Foto: Divulgação.

Como ouvir o Acidental?

Para aqueles que estão conhecendo a banda agora, Alexandre indica começar ouvindo as nove faixas álbum lançadas. Segundo ele, pelo disco, será possível ter uma visão geral da banda.

Quanto à indicação de faixas específicas, ele recomenda Amarela, Dentro de um Outono, Arrastão e Pesadelo na Cidade. O músico também salienta que assistir aos videoclipes pode trazer uma experiência ainda melhor para o ouvinte.

Lançamentos futuros

Para um futuro próximo, a banda planeja o lançamento de um EP acústico com faixas do álbum e um cover. Para 2023, Alexandre trabalhará em um novo disco, com 8 a 10 faixas e lançamento para 2023 ou 2024.

Ajude a banda

Quem quiser ajudar a banda Acidental a continuar produzindo música, pode adquirir produtos oficiais da banda, ou apoiá-los com qualquer quantia através do financiamento coletivo.

– Assista agora:
Casarão de Willy Sievert conta com detalhes projetados a mão pelo empresário blumenauense

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