Conheça o grupo de rap independente de Blumenau que faz clipes em cenários da cidade
Com seis faixas musicais, eles buscam seu espaço no cenário da música
Por Gustavo Bruch- 17/08/2021
- 9:45
Um grupo de Blumenau vem expandindo a cultura do hip hop da cidade. O 47Linhas, formado por Bruno Sampaio, Johann Steffen e Eduardo Kohler já conta com seis faixas musicais e mais 14 mil visualizações no YouTube.
Com a mistura entre diversas vertentes do rap, os blumenauenses trazem alta qualidade nas produções de vídeo e áudio. Um dos clipes inclusive relembra a cidade de origem dos cantores, a música “A Partir Daqui” conta com cenas gravadas no Parque Ramiro Ruediger.
Os membros escolheram aquele lugar por representar a paz, em um lugar aberto, em um dia de sol, que trouxesse a paz da letra da música.
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Mais que um sonho, os três estão investindo dinheiro para fazer acontecer. Sampaio ainda relatou que cada clipe custa cerca de R$ 1 mil para ser totalmente produzido, entre custos de gravação do clipe, batida e mixagem.
Apesar de toda essa aplicação, o membro também comentou que o retorno ainda é baixo. Eles também estão estudando a técnica e os equipamentos, para conseguir ser cada vez mais independentes e reduzir os custos.
Os integrantes ainda disseram que não fazem pelo dinheiro, mas porquê gostam muito da arte, do trabalho e do resultado. Mesmo com as críticas e as dificuldades, eles pretendem continuar trabalhando e já estão com uma música nova em produção.
“Hoje em dia não consigo mais viver sem isso, mesmo que isso venha acabar um dia, minha vida não seria possível sem a arte. Você precisa dar tudo de si para um dia as coisas virarem, é um cenário complicado e ingrato às vezes”, pontua Kohler.
História
A curiosa formação do grupo nasceu de uma conversa rotineira entre amigos, que entraram na cena juntos. Eles, que eram amigos e estudavam na mesma escola, abraçaram a ideia e mergulharam de cabeça no mundo das rimas.
Bruno Sampaio já gostava de ouvir e compor músicas de rap, chegando a estudar técnicas durante seu tempo livre entre o ensino fundamental e médio. Em uma conversa descontraída com Steffen, surgiu a ideia de iniciar um grupo entre eles e Eduardo Kohler.
Apesar do gosto prévio de Sampaio, ele era o único integrante que já tinha familiaridade com a parte de composição e escrita.
“Eu não pensava em escrever, nunca me vi em uma posição como essa e provavelmente não teria tomado esse passo sozinho. Eu não tinha experiência, é nítido que o Bruno já entendia melhor nos nossos primeiros sons, mas melhoramos cada dia”, reforça Kohler
Com o amadurecimento da ideia, eles pensaram na logo e no nome – 47Linhas – inspirado no DDD da região (047) e Linhas como referência a letra, escrita e composição das rimas. Depois, veio a produção da primeira música “Sorte”.
Pandemia
Com a ascensão do grupo no cenário, as oportunidades também foram aumentando. Eles chegaram a realizar seu primeiro show em janeiro de 2020, com outro já marcado para uma data próxima, eles tiveram que cancelar por conta da pandemia.
Os membros comentaram que isso foi uma frustração, não só para eles, mas com todo o cenário independente. Sem apresentações, o espaço de divulgação diminuiu, eles também tiveram que cuidar mais com a produção de clipes e as questões de saúde, reduzindo a velocidade das produções.
“Foi muito frustrante, como foi para todos os artistas, ainda mais os independentes. Muitos acabaram na pandemia. A determinação mantém, mas nem todos voltaram ou vão voltar” finaliza Kohler.
Cenário em Blumenau
A cultura do hip hop é um ponto forte da cidade, com grandes revelações, fortes organizações com batalhas de improvisos e o sentimento de “matilha”, os artistas se unem para formar uma família que cresce junto.
Os integrantes também não podiam deixar de mencionar sua tribo urbana e a importância de se apoiarem.
“É um cenário que tem muito a crescer, já que é totalmente independente e consegue se sustentar sozinho. Todo mundo trabalha junto e todo mundo cresce”, reforça Steffen.
Futuro
A ideia dos membros é prometer um retorno com um novo ritmo de produção. Mesmo com as dificuldades da pandemia, eles pretendem voltar a produzir e dessa vez, para ficar.
Sampaio comentou que o tempo entre as músicas deve diminuir, as interações nas redes sociais vão aumentar e a produção vai melhorar.
“Pela falta de lançamento nós ficávamos desmotivados de ir no Instagram e postar algo, faltava conteúdo, faltava trazer coisa nova pro 47, mas agora vai ter isso”, finaliza Sampaio.
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